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  • Adhana Festival é uma ótima opção para o ano novo

    Com a vacinação cada vez mais avançada no Brasil, estamos cada vez mais próximos do retorno completo dos eventos. As expectativas para o verão estão lá em cima e o Adhana Festival é uma das opções para o réveillon, especialmente para quem que​​r uma experiência prolongada e intensa.

    ONDE VAI SER?

    O festival nasceu em terras catarinenses, na cidade de Rio Negrinho, mas acabou migrando para a Aldeia Outro Mundo, localizada a poucos quilômetros das praias do litoral norte de SP. Apesar da distância a nova casa compensa a viagem, não só por suas belezas naturais, mas por ser um lugar pensado e construído para receber festivais de música eletrônica de imersão, com campings, serviços, praça de alimentação, tudo feito de maneira eficiente e ecológica pela crew responsável, que mora lá e tem muito amor pelo lar. A atmosfera é incrível e a estrutura é de cair o queixo!

    QUAL A PROGRAMAÇÃO MUSICAL?

    Outra boa novidade desta edição do Adhana é o lançamento do Palco Ubuntu. O nome vem de uma palavra africana não traduzível diretamente, mas que significa humanidade para com os outros, transmite a visão de que o universo é um todo orgânico e que cada parte individual é um pequeno aspecto dessa unidade. Foi escolhido para essa nova pista pois ela será destinada a vertentes de house e principalmente de techno, estilos que anteriormente faziam parte do palco Tribos e que agora terão seu próprio ambiente, que funcionará do entardecer ao amanhecer, contando uma história diferente a cada noite, conduzida tanto por artistas que respiram essa cena em seus projetos principais, como grandes nomes da cena trance que possuem projetos paralelos voltados para esse contexto. Nesse palco se apresentarão nossos residentes, alguns na noite de 27 para 28 de dezembro, outros na noite seguinte.

    Já o palco principal, o Savanah Mainfloor, está recheado de estrelas do mundo do psy trance, do progressivo ao hitech, contando inclusive com alguns artistas que raramente vem ao nosso país. Destaque para o Electric Universe Laser Harp, primeira apresentação após a virada do ano, bem como para a sequência avassaladora que vem em seguida. No Palco Tribos se apresentam bandas e DJs de sons alternativos, permeando inúmeros estilos como chill out, hip hop, reggae, dub, jazz, psychill, ambient, entre muitos outros. Alguns dos principais momentos dele serão os shows das bandas Nômade Orquestra, Leões de Israel, Pedra Branca e Mumbai Express, além do set de DJs como: Thiago Pinheiro, Schasko, Peixe Voador e nosso residente Moha.

    O QUE MAIS TEM PRA FAZER NO FESTIVAL?

    E um festival que se preze não pode ficar apenas na experiência musical, não é mesmo? Neste ano o Adhana Festival terá a maior programação de intervenções artísticas e atividades complementares de sua história. As intervenções acontecerão de surpresa durante o festival, em qualquer lugar e a qualquer momento, realizadas por crews especializadas. Além disso, haverá uma galeria de arte apresentando o trabalho de artistas visuais, assinada pelo coletivo Visionariom.

    Na Varanda Cultural acontecerá uma série de palestras, workshops e aulas, com destaque para as aulas de produção musical ministradas pelos artistas da DM7 e para a palestra sobre Terapias Psicodélicas, que será apresentada pela psicóloga Mariane Winkler, responsável pelas atividades de redução de danos nos eventos do detroitbr. Falando em saúde, a Tenda da Cura contará com o trabalho de profissionais das mais diversas áreas, oferecendo atividades como massagens, meditação, yoga, reiki, musicoterapia, palestras, cerimônias e vivências, além de possuir ambiente tranquilo e acolhedor para quem quiser recuperar-se de uma experiência ruim. 

    MENOR DE IDADE PODE ENTRAR?

    Todas as crianças e adolescentes poderão acessar o festival desde que acompanhados de pais ou responsável legal e, por isso, uma série de ações pensadas para as famílias também fazem parte da programação. Uma delas é o Camping Aconchego, espaço exclusivo para todos que estiverem acompanhados de crianças, caso desejem ficar em um ambiente separado das outras pessoas. Já a Toca dos Leões contará com brincadeiras e recreações para os pequenos e rodas de conversas e palestras para pais e mães.

    COMO FAZ PRA IR?

    Pensando na segurança de todos, só foram disponibilizados ingressos para 5000 pessoas, ou seja, um terço da capacidade máxima da Aldeia Outro Mundo. Todas as pessoas deverão apresentar esquema vacinal completo e máscaras seguirão as leis que estiverem vigentes na ocasião. Se você ainda não adquiriu seu ingresso, faça isso agora mesmo e garanta um ano novo inesquecível para celebrar o novo normal que está chegando! No site oficial você confere a programação completa e também encontra outras informações importantes, como endereço do local, contato da empresa responsável pelo transfer oficial e excursionistas credenciados. Confira:

    SITE OFICIAL: www.adhanafestival.com.br
    INSTAGRAM: www.instagram.com/adhanafestival
    FACEBOOK: www.facebook.com/adhanafestival

     
  • Ouça o novo EP com músicas de Kultra e Eduardo M

    O selo brasileiro Cabana Music acaba de lançar um EP envolvendo apenas artistas do detroitbr! Trata-se do Substance Remixes, lançamento que chega com duas releituras para músicas do Unterwelt80 previamente lançadas: Nagasaki, que adquiriu tons sinistros e melancólicos pelas mãos do Kultra, e Hiroshima, que ficou intensa e explosiva com o olhar de Eduardo M. Ouça agora e adicione à sua biblioteca em seu serviço de streaming preferido:

    YouTube

    Spotify

    Ou adquira a track em mp3 ou wav pelo Beatport.

  • Conheça o Re•, canal colaborativo em prol de artistas locais

    Em meio à reinvenção imposta ao mercado musical pela pandemia, o projeto Re• surge como uma proposta colaborativa com o objetivo de fortalecer a cena local, gerando renda para profissionais que fazem ela acontecer e mantendo a chama da música acesa na vida das pessoas. Os artistas serão apresentados às quartas e sábados, em apresentações exclusivas gravadas em lugares visualmente impactantes, proporcionando a eles e ao público a possibilidade de conectarem-se durante o período de isolamento social.

    Todos os sets foram gravados no decorrer dos meses de maio e junho, respeitando rigorosamente as regras da quarentena, com equipe reduzida e sem convidados. Os cenários escolhidos variam entre ambientes naturais e urbanos, gentilmente cedidos ao Re• por seus proprietários ou responsáveis. O nome é uma alusão à abreviatura REC, de “gravar” em inglês, mas é também uma associação ao prefixo “re”, que inicia palavras de grande significado para os dias atuais como reação, reinvenção, reconstrução, revolução.

    Segundo os idealizadores o propósito é oferecer um material de alta qualidade, tanto para que o artista tenha em seu material de divulgação, como para que o público possa desfrutar de um streaming diferente em casa. Assim como as locações, a mão-de-obra e os equipamentos necessários para a execução também foram cedidos, pelos realizadores do projeto e por parceiros que acreditam na causa. Diante disso a única forma de retorno financeiro do Re• é a contribuição espontânea do público. As contribuições serão coletadas por intermédio do PicPay e do Abacashi, ferramenta de crowdfunding, e divididas entre os artistas musicais, os artistas de video e a equipe de produção e marketing.

    O período de quarentena fez com que sua execução fosse possível e necessária, mas os horizontes do Re• são amplos. Ao longo da transmissão da 1ª temporada a equipe, composta por Gustavo Remor, Mohamad Hajar, Billy Darjan e Bernardo Ziembik, espera gravar os capítulos seguintes em lugares e com artistas de outras cidades. Eles estão otimistas e revelam:

    “A nossa ideia é ajudar o máximo de pessoas que realmente acreditam no poder da música a superar esse momento tão difícil para nós, unir aqueles quem sabemos que estarão firmes e presentes no momento de reconstrução que futuramente virá”.

    A estreia do Re•Stream acontecerá no dia 5 de agosto, a partir das 19h, com a apresentação da DJ Cauana. O material será transmitido via Facebook e YouTube, fique atento aos canais oficiais do Re• para conhecer o cronograma de artistas:

    Facebook – https://www.facebook.com/re.stream.tv
    YouTube – https://www.youtube.com/channel/UCGwWrO9Tx_ys_6cry1qo8dw
    Instagram – https://www.instagram.com/re.stream

  • D-EDGE comemora 20 anos com edição virtual do D-EDGE Festival

    Neste fim de semana, 18 e 19 de julho, acontece o D-EDGE Live Festival, comemorando os 20 anos do club pioneiro da cena eletrônica do Brasil. Completar duas décadas é um marco alcançado por poucos e, mesmo em tempos de isolamento social, merece uma celebração à altura.

    O line-up contará com atrações internacionais de peso e com a presença de boa parte dos residentes da marca. Além de levar música aos nossos lares, o D-EDGE Live Festival tem uma missão social muito importante: arrecadar doações para o Programa Acolher. Durante a transmissão o público poderá fazer doações que serão destinadas a pessoas em situação de vulnerabilidade, por intermédio do programa que é uma extensão da obra humanitária Amma, ligada à ONU.

    Entre os artistas escalados para o festival está nosso residente Ziembik, que se apresentará no domingo às 19h. Por conta disso, você poderá acompanhar todos os DJs de domingo pelo nosso Facebook, com início de transmissão marcado para as 13h. Confira abaixo os horários de line-up:

    SÁBADO 18/07

    14h Gromma 
    15h Marko 
    16h Nick Curly 
    17h Darius syrossian 
    18h Vies
    19h Brigado Crew
    20h Mariano Mellino 
    21h Blancah
    Kaluki showcase:
    22h Manda Moor
    23h Pirate Copy 
    00h Luke Welsh b2b Mike Morrisey 

    DOMINGO 19/07

    (com transmissão no nosso facebook a partir das 13h)

    13h Kaka Franco 
    14h Aninha & Fabo
    15h Oxia 
    16h Renato Ratier 
    17h Risa Taniguchi 
    18h Alex justino  
    19h Ziembik 
    20h Tarter 
    21h Daniel UM

    SERVIÇO

    Link para doação: Picpay Associação AMMA Brasil
    Transmissão de Sábado: Facebook D-Edge / Youtube D-Edge
    Transmissão de Domingo: Facebook detroitbr / Facebook D-Edge / Youtube D-Edge

     

     

  • LIMBO: o novo canal de streaming com DJs e projeções visuais

    Um dos reflexos imediatos da quarentena foi o aumento de relevância do streaming para a cena artística. Nos últimos meses vimos surgir diversas propostas interessantes voltadas para a transmissão de conteúdo e o Limbo é um deles. Produzido por uma equipe de profissionais da área como designers, fotógrafos, videomakers, VJs e DJs, o projeto sediado em Curitiba surge com a proposta de conectar as pessoas e apresentar o trabalho de talentosos artistas da cena brasileira.

    Explorando as variadas vertentes que circundam o meio do techno, o Limbo se caracteriza pela sua proposta de transmitir sets exclusivos de DJs, inseridos em ambientes virtuais e projeções de VJ. Cada capítulo apresentará um DJ, todos os sábados às 19h (horário de Brasília) por meio das plataformas Youtube, Twitch e Facebook simultaneamente. As apresentações não tem custo para serem acessadas e o público terá a opção de realizar uma colaboração financeira para o coletivo caso deseje.

    A estreia aconteceu no último sábado (11/07) com a apresentação do duo Aedos, que faz parte da equipe que idealizou o Limbo. A próxima edição será no próximo sábado, dia 18/07, com Shadow Movement. Os outros convidados serão conhecidos sempre na semana de exibição, mas podemos antecipar que teremos detroiters entre eles. Inscreva-se nas redes oficiais do projeto e fortaleça essa ideia!

    LINKS

  • Detroit: os negros na vanguarda musical

    Detroit é uma cidade norte-americana localizada no estado de Michigan, na fronteira dos EUA com o Canadá, que teve extrema relevância para a música do último século. Seu protagonismo iniciou-se na década de 1920, quando a expansão da indústria automotiva tornou-a a 4ª maior dos EUA, atraindo muitos trabalhadores negros e, por consequência, talentosos artista de blues e jazz, estilos musicais criados por afro-americanos de cidades do sul do país. Graças a bares e casas de shows em distritos como Black Bottom e Paradise Valley a cena local se tornou um pólo nacional desses estilos até meados dos anos 1950.

    Black Bottom e Paradise Valley

    Apesar da proeminência negra na cena musical de Detroit, até os anos 70 os afro-americanos eram minoria populacional e sofriam muito, tanto com o preconceito praticado pelos brancos nas indústrias, como pela falta de consideração por parte do poder público, já que, no período após a II Guerra Mundial, a cidade estava passando por um replanejamento urbano que desalojou pessoas mais desfavorecidas e partiu ao meio bairros até então funcionais. Diante disso, tradicionais bares e clubs foram fechados, encerrando o ciclo artístico anterior e abrindo espaço para que novas cenas surgissem, em especial de rock and roll e R&B. Rhythm and blues é um termo cujo significado já mudou bastante ao longo do tempo mas na época incorporava blues, soul e gospel, linha musical que consagraria a Motown Records, gravadora que fez a música de Detroit ultrapassar barreiras e ser reconhecida mundialmente, lançando artistas como Stevie Wonder, Marvin Gaye e até mesmo Michael Jackson.

    Berry Gordy, fundador da Motown Records, segurando um dos muitos lançamentos do grupo “The Supremes” pela sua gravadora.

    Com o declínio da economia da cidade a tensão racial escalou, culminando nos protestos de 1967. Cinco dias de violentos conflitos que resultaram em 43 mortos, centenas de feridos e intensificaram o “êxodo branco”, que levou boa parte doas pessoas e do capital para outros lugares. Nos anos 1970 a crise mundial do petróleo abalou a indústria automobilística e foi o golpe de misericórdia para a economia de Detroit, que já não era mais nem a 20ª maior cidade dos EUA e tornou-se a 1ª em crimes violentos, sendo considerada pelo FBI a cidade mais perigosa do país até meados dos anos 1980.

    Protestos de 1967

    Protestos de 1967

    Protestos de 1967

    Nessa época Detroit tornou-se uma cidade fantasma, mais da metade das construções estavam vazias e os negros buscavam caminhos para reerguê-la. Este cenário melancólico, subversivo e de luta, serviu como sopa primordial para a criação do gênero que hoje chamamos de techno. Tudo começou com três jovens estudantes de Belleville, Juan Atkins, Kevin Saunderson e Derrick May, que encontravam-se em seus porões para fazer música com sintetizadores. Era o encontro da música negra com a cultura sci-fi!

    Os Três de Belleville reconheciam o valor da história musical da cidade, mas buscaram criar algo realmente novo, autêntico. Conheceram a cena house em Chicago, a onda synth-pop que vinha da Europa e decidiram que deveriam desenvolver uma nova alternativa para suceder a disco na linha evolutiva da música eletrônica, com atmosferas sombrias inspirados pela alma industrial de Detroit e timbres futuristas a la Kraftwerk que carregavam um idealismo muito forte, uma contrapartida otimista frente à realidade distópica vivida. Nos primeiros momentos os artistas de techno chegaram a enfrentar resistência dentro da própria comunidade negra, de pessoas que alegavam que a influência europeia fazia com que o estilo não fosse “essencialmente negro”, mas para eles o techno deveria ser exatamente isso: uma nova forma de expressão cultural negra, livre das regras e conservadorismos impostos pelos limites do R&B e do hip hop. Nesse sentido, gente como Mike Banks, Von Floyd e Drexciya já marcavam mais forte essa estampa política, trazendo uma estética mais suja e de base funk, que precedeu a base reta que acabou se tornando mais popular posteriormente.

    O lado mais polido porém não menos importante veio em seguida, quando artistas como Carl Craig, Kenny Larkin e o duo Octave One protagonizaram a chamada 2ª onda de Detroit techno, com sonoridades mais alegres e vocais marcantes, aproximando-se inclusive do house. Em meados dos anos 90 o epicentro da cena techno mundial acabou movendo-se para a Europa, internacionalizando mais um grande legado musical dos negros de Detroit.

    É por isso que todo mundo que se diz influenciado pela música de Detroit tem a obrigação moral de prestar respeito à causa negra. É impossível separar a música da luta política, em especial da luta contra o racismo, pois é graças a grandes artistas afro-descendentes, tanto de Detroit como de diversas outras partes do mundo, que temos a felicidade de poder desfrutar de músicas tão belas e ricas, do jazz ao techno.

    Vidas negras importam, e muito!

    Bonus Track

    Para quem quiser conhecer um pouco mais sobre o assunto, indicamos o documentário “Black to Techno” by Jenn Nkiru | Frieze & Gucci, que ilustra a relação do techno com a cidade e a população de Detroit.

  • Stekke lança samples autorais usando máquinas analógicas icônicas

    Ale Reis e Renee são artistas apaixonados por equipamentos analógicos, mas que mantêm-se conectados ao mundo digital. Esta dualidade pode ser sentida pelos dois labels comandados por eles: Sketches Records com lançamentos exclusivos em vinil e sudd records com lançamentos em formatos digitais. 

    Nesta semana o duo anunciou um lançamento que irá encher os ouvidos e corações de produtores que, como eles, possuem apreço pelo som único gerado pelas drum machines clássicas. Neste período de isolamento social o Stekke imergiu em estúdio e trouxe ao mundo pacotes de samples gravados nos diversos equipamentos analógicos que possuem, como uma das formas alternativas que a dupla encontrou para contribuir com o universo da música neste momento.

    Gostou? Para adquirí-los, acesse: stekke.bandcamp.com

     
  • Resident Advisor faz campanha em favor da cena eletrônica

    *Traduzido do original publicado em 19/03/2020 no Resident Advisor.

    “A dance music corre perigo. Clubs estão fechados, lojas de disco estão fechadas e festas foram canceladas. Muitas das pessoas que expiram vida na cena, artistas, promoters e pequenas empresas trabalhando nos bastidores, viram seus rendimentos serem varridos. Bartenders, engenheiros de som, staffs e outros trabalhadores da vida noturna estão à beira de serem demitidos. Frelaancers, como fotógrafos, designers, redatores e DJ’s não sabem de onde virá o próximo salário. Ninguém sabe por quanto tempo essa situação irá durar, mas apenas algumas semanas são suficientes para que o dano seja permanente.

    Incontáveis pessoas ao redor do mundo estão enfrentando desafios semelhantes agora, e nós não temos a intenção de tirar a atenção de qualquer um que esteja em risco, especialmente os que estão seriamente doentes e as pessoas que estão cuidando deles. Todo mundo precisa de suporte e apoio agora, e todos nós precisamos fazer o que conseguirmos nas comunidades em que fazemos a diferença. É por isso que estamos comprometidos em fazer absolutamente tudo possível para ajudar a salvar a nossa cena.

    A Dance music proporciona o sentimento de segurança, comunidade e conexão com o que estamos desejando agora. Ela proporcionou muito a muitos. Para muitos de nós, é como nós conhecemos nossos melhores amigos e parceiros. É a nossa fonte principal de prazer diário, em qualquer forma que seja: ouvir sets no ônibus, procurar discos tarde da noite com 25 abas abertas, mixar músicas com amigos ou tocar numa gig, contar os dias que faltam pra um festival ou dançar nos clubs até o amanhecer. É uma das coisas que fazem nossas vidas valerem a pena. Nós acreditamos que o mundo é um lugar melhor porque isso existe.

    Nossa cena está correndo mais perigo agora do que nunca correu. Mas também, nunca valeu tanto a pena lutar por ela. Quando o coronavírus finalmente passar, nós retornaremos a um mundo diferente do que deixamos. É impossível dizer como o mundo será, mas as pessoas precisarão dos valores da dance music: inclusão, empatia, paz, amor, união e respeito.

    Para que possamos atravessar os próximos meses, precisaremos nos reconectar com esses ideais – não só os artistas e as pessoas na chamada indústria, mas ravers, amantes de música, DJs amadores e produtores entre outras pessoas que apoiam a cena. Nós precisamos nos apoiar, nos comunicar claramente e com compaixão, explorar novas ideias e trabalharmos mais juntos do que nunca. Crucialmente, nós precisamos resistir às forças que tentam nos dividir, trazidas pelos tempos de preocupação. Ninguém sabe qual a melhor maneira de lidar com essa situação, então a discordância é inevitável. Mas se nós conseguirmos canalizar o espírito da cena originalmente no coração da dance music, teremos a chance de superar essa crise.

    É por isso que, até quando muito de nós enfrentamos problemas pessoais, recorremos a você, comunidade da dance music, para ajudar a salvar nossa cena. #SaveOurScene

    Como você pode ajudar? Compre música e merchandise. Faça uma doação para apoiar clubs e trabalhadores da vida noturna. Adie um reembolso de um evento cancelado. Faça o que você puder. O seu apoio faz uma diferença enorme.”

    Ao redor do mundo, ações que buscam minimizar os efeitos do COVID-19 estão surgindo. Em Berlin, o club ://about blank iniciou uma campanha de arrecadação de fundos, com retribuições que variam de acordo com a colaboração. Entre elas estão cartas de agradecimento, folhetos antigos com a programação do club, discos de vinil e um kit com um chapéu de comissário, óculos de sol, máscara, um papel higiênico com o rosto de Vladimir Putin estampado e o volume 1 do livro “O Capital” de Karl Marx. Em Barcelona, a festa MARICAS criou uma plataforma com conteúdo online para apoiar artistas queer independentes. Há uma programação diária com atividades que incluem live streams, workshops de produção musical e tutoriais de maquiagem para drag queens.

    No Brasil, o Club Vibe criou a iniciativa “Apoie Sua Cena #VibeLocals” com o objetivo de buscar suporte para quatro núcleos que têm se apresentado com frequência no club: 4×4, Horus, Momentum e Order. Para motivar a colaboração, o club está oferecendo uma série de benefícios, que variam de acordo com o valor da contribuição. Elas vão de um post e um quadro, que ficará exposto no club, com o nome de todas as pessoas que contribuíram à camisetas dos núcleos e entrada free e sem filas para todas as noites de 2020 no Club Vibe.

    Para saber mais e realizar sua contribuição, acesse: https://abacashi.com/p/apoiesuacena

     

  • Alex Justino indica 5 produtores de techno

    Não há o que duvidar: o Techno cresce diariamente. O estilo está chegando ao ouvido de mais e mais pessoas, ecoando em lugares novos, ocupando cada vez mais espaço em festivais e apresentando um número maior de projetos, núcleos e iniciativas com o passar do tempo.

    Com as pistas paradas devido ao panorama atual implicado pelo coronavírus, a melhor saída que temos ultimamente é a pesquisa por novos artistas e a descoberta de novas paletas sonoras. Para ajudar nessa questão, nós trouxemos alguém gabaritado para te ajudar na missão. 

    Alex Justino é a cabeça de uma das maiores gravadoras de techno do Brasil, a Nin92wo. O goiano tem uma extensa bagagem nas costas e conhecimento profundo das diferentes camadas do estilo, sempre de olho no que acontece dentro do mercado. A nosso convite ele selecionou cinco produtores de Techno que ainda não estão nos holofotes mas estão fazendo um excelente trabalho, lançando músicas criativas e consistentes. Confira:

    Joton

    Começo a lista com Joton, um excelente produtor que imprime um som bem futurista, detalhado e um leve toque industrial em algumas faixas. Gosto bastante! 

    Ele já lançou na Planet Rhythm, Odd Even e é o nome por trás da Newrhythmic Records. O EP abaixo é um dos meus favoritos dele, com destaque pra Antioquia III.

    Marcal

    Além de um grande amigo, é um produtor excelente com tracks que já foram tocadas por Richie Hawtin, Amelie Lens, Sam Paganini e diversos outros. Tem músicas sólidas e uma identidade forte, na minha visão é um brasileiro que ainda vai decolar.

    Gosto muito de “Shutdown”, do EP que foi assinado pela Join Art Music (JAM). A faixa tem uma conexão muito forte com a pista e uma construção que chama a atenção.

    Adriana Lopez 

    As músicas dela em sua maioria tem muita textura e progressão hipnótica com um toque sci-fi, além disso é uma excelente DJ. Presenciei um set incrível em Barcelona durante o OFF Sónar em 2019. 

    Escolhi um remix dela que demonstra bem os detalhes e a técnica que ela possui, saiu pela Stockholm LTD.

    Troy

    Muita técnica em músicas que, relativamente, não parecem complexas, ele usa poucos elementos que dão um resultado incrível. Melodias simples, bons timbres, arpejos e baterias com muita dinâmica… recomendo muito!

    “Closure” saiu pela Klockworks, do mestre Ben Klock, e imprime todo o potencial do Troy.

    Pfirter

    Argentino que tem um som muito bom! A identidade dele é bastante hipnótica e chama a atenção pelo uso de elementos em polirritmo, texturas e velocidade.

    Atualmente ele reside em Barcelona e vem lançando ótimos materiais, como esse EP abaixo pela MindTrip:

  • Os impactos do COVID-19 na cena eletrônica

    A COVID-19 é uma pandemia global sem precedentes.  Independente de qual seja sua taxa de mortalidade,  ela está impactando severamente a população mundial, exigindo uma mudança drástica e imediata de comportamento. Já houveram outras epidemias que mexeram com a humanidade, mas essa é a primeira na era globalizada, com fluxo intenso de pessoas entre os países principalmente por via aérea.

    Na China, local de origem da doença, as autoridades tentaram, inicialmente, camuflar a situação, porém não demorou para as coisas tomarem proporções que tornaram impossível esconder do mundo o que estava acontecendo. A partir deste momento províncias inteiras foram isoladas e medidas radicais foram tomadas. Três meses após o início do surto, finalmente, o país asiático está conseguindo contê-lo, chegando a não registrar mais contágio local.

    Bing COVID Tracker, um mapa que mostra dados instantâneos sobre os casos de coronavírus no mundo. Clique na imagem para acessar.

    Por lá as coisas foram controladas, mas já custou mais de 3000 vidas humanas e o vírus se alastrou pelo mundo. A Europa passa hoje pelo cenário mais crítico da epidemia até o momento, com a Itália e a Espanha superando a China, tornando-se hoje os lugares onde mais mortes são registradas por conta da COVID-19, consequência da negação inicial da gravidade, somada à incapacidade dos sistemas de saúde em atender a tantas pessoas que ficaram doentes de uma hora pra outra, com uma condição sobre a qual pouco ainda se sabe. Os EUA e o Irã também vivem situação alarmante hoje, com suas estatísticas subindo cada vez mais.

    Tentando aprender com os erros dos desafortunados países que tiveram contato primeiro com o novo coronavírus, todos os outros começaram a executar seus planos no sentido de conter o avanço da doença. Quarentena e distanciamento social se tornaram palavras de lei, fábricas paralisaram suas atividades, escritórios passaram a funcionar remotamente e somente serviços essenciais estão operando. Satélites registraram recordes positivos de despoluição e muita gente viu peixes e cisnes na água agora cristalina nos canais de Veneza. Para não morrer, todo mundo foi obrigado a reduzir seu ritmo e repensar suas atitudes.

    (Reprodução The Guardian/Casa.com.br)

    Em meio a isso tudo, a economia enfrenta dias caóticos e de incerteza. Bolsas de valores do mundo todo registrando quedas vertiginosas, enquanto alguns setores da economia viram suas atividades serem reduzidas a zero nesse período de isolamento. Empresas ligadas a turismo e eventos, por exemplo, não estão podendo operar, especialmente porque seria uma irresponsabilidade enorme com os clientes e com os colaboradores executar qualquer tipo de atividade neste momento. Com isso existe toda uma cadeia de profissionais que estão sem saber como continuar pagando as contas enquanto estiverem impossibilitado de obter qualquer tipo de receita, como artistas, empresários da noite, produtores de eventos, locadores de equipamentos, agências de bookings.

    Com criatividade e liderança é possível extrair coisas positivas da situação, como utilizar o momento para planejamento e criação, bem como se posicionar de maneira inteligente e obter engajamento do público nas redes sociais. Tais medidas podem inclusive resultar em números ainda melhores no período pós-quarentena, mas no curto prazo dificilmente irá gerar receita suficiente para que as empresas e profissionais do ramo consigam arcar com todos seus custos fixos. E agora, o que fazer?

    Cada país deverá tomar suas medidas para salvar cada setor específico da economia. Na França o governo suspendeu a cobrança de luz, água e gás, enquanto na Alemanha o ministério da cultura já prometeu ajuda financeira a artistas.Aqui no Brasil, algumas medidas que ajudarão a economia como um todo estão sendo tomadas, como a aprovação do Projeto de Lei na Câmara que prevê uma renda mínima de R$ 600 aos trabalhadores informais, podendo chegar a R$ 1.200, no caso de mães solteiras (agora, o texto vai pra aprovação do Senado e, se passar, seguirá para sanção do presidente) e os 100 bilhões que o Banco do Brasil disponibilizou para empréstimo, destinado a empresas e pessoas físicas. A redução da taxa selic e afrouxamento de algumas exigências fez com que os bancos privados tivessem mais capacidade de crédito, que está sendo repassada aos clientes. Para alguns tipos de dívidas está sendo concedido o direito de suspender por até 60 dias o pagamento.

    Um homem lê o cartaz que informa a interrupção da programação do Berlin State Opera, por conta do coronavírus. Clique na imagem para acessar a matéria. (Foto: ANNEGRET HILSE / REUTERS)

    Tudo isso vai dar fôlego por um tempo, mas temos que torcer para as coisas melhorarem rápido. Além das medidas de socorro terem prazo de validade, quanto mais tempo durar a quarentena, mais eventos serão cancelados com esperança de serem adiados para as primeiras semanas de retorno à normalidade, podendo levar a um overbooking no segundo semestre. Mesmo que o isolamento não passe de poucas semanas o ano inteiro já está comprometido, terá de haver comunicação, compreensão e cooperação por parte de todos os profissionais, para reduzir ao máximo os prejuízos que o mercado irá levar até o fim do ano.

    Para alguns uma quarentena curta pode parecer um sonho distante, mas nos últimos dias a ciência apresentou uma novidade que nos permite ter esperança. Um estudo preliminar, com apenas 36 pessoas, obteve ótimos resultados no uso de hidroxicloroquina para a contenção da COVID-19 dentro do corpo do paciente infectado. Trata-se de um medicamento já existente no mercado, indicado para quem tem condições como malária, lúpus e artrite reumatoide. Esse anúncio gerou euforia e irresponsavelmente muitas pessoas ao redor do mundo já estão tentando estocá-lo, embora ainda não se saiba qual a forma certa de se executar o tratamento. Uma pessoa já morreu por usar a substância sem orientação médica. Novos estudos já estão sendo realizados e talvez tragam boas notícias dentro de poucos dias.

    Enquanto não temos certeza do futuro, nos resta cumprir o nosso papel e salvar o mundo diretamente do conforto do nosso lar. Seguir as recomendações de distanciamento social e higiene pessoal, além de aproveitar o momento para fazer um balanço geral da vida, aprender coisas novas, multiplicar informações e sentimentos verdadeiros, e, por que não, colocar o corpo e a mente pra descansar um pouco, afinal, o ritmo do dia-a-dia é intenso e raramente temos oportunidade de desconectar totalmente por um tempo muito prolongado. É hora de nos prepararmos para fazer coisas ainda melhores quando a pandemia passar!

    Pra tentar facilitar todo esse processo, grandes labels e grandes artistas têm se movimentado, realizando live streams direto de suas residências, como é o caso do Boiler Room, da Defected, Drumcode (que em parceria com o Beatport está fazendo o #DrumcodeIndoors) e da Big Fish, núcleo de techno de Curitiba que está completando 20 anos e organizou um evento online com apresentação de 3 djs residentes e 1 convidado.

    Seguindo na mesma linha, o produtor Kyle Geiger liberou para download gratuito uma pasta com alguns de seus samples e projetos do Ableton Live, e contou com o apoio de Truncate, Chris Liebing, Arjun Vagale, Alexander Kowalski e Deepchild, que adicionaram as suas contribuições. A expectativa é de que mais produtores também contribuam.

    O Bandcamp, um dos principais portais de venda de música, abriu mão de sua porcentagem nas transações durante 1 dia, para chamar ainda mais a atenção para os impactos do COVID-19 na vida de músicos ao redor do mundo, repassando 100% do valor da venda para os artistas pois, como declarou o CEO da empresa em nota, um dia bom de vendas pode ser a diferença entre um artista pagar ou não seu aluguel. Como resultado, o site registrou aproximadamente 800.000 itens vendidos na data, superando em mais de 15x a média de 47.000 itens vendidos por dia, atingindo o valor de 4.3 milhões de dólares em música e mercadorias.

    Pra contribuir com esse movimento e tentar deixar o momento mais leve, nós da detroitbr preparamos uma programação com dicas de afazeres e passatempos relacionados à música, que serão divulgados aqui e nas nossas redes sociais. Fique de olho e faça sua parte!