Autor: Mohamad Hajar

  • Review – Kaballah & Orbital 2011

    Se vocês se lembram do meu primeiro post no Psicodelia.org, o núcleo KabalÉ com enorme prazer que venho compartilhar com vocês um breve review sobre a última Kaballah & Orbital, que aconteceu no último sábado 2 de abril no Arena Maeda, em Itu-SP.  

    Se vocês se lembram do meu primeiro post no Psicodelia.org, o núcleo Kaballah estava em débito conosco, seu público, desde a edição de aniversário do ano passado. Eu disse que só voltaria a alguma se houvesse um atrativo muito grande – e o line up dessa edição foi o motivo que me levou até ela e me convenceu a “perdoar” nosso amigo Sr. KBL 😉

    Estrutura

    Com um posicionamento semelhante à XXXperience e mesmos palcos e tendas, não deixou a desejar. Em alguns momentos o som do Main Stage estava baixo, mas não chegou a estragar a festa, pois não foi o tempo todo, acreditamos ter sido proposital, para dar a clássica valorizada nos headliners. Os banheiros estavam sem filas, graças a um novo mictório químico que agilizou o processo para os homens que queriam fazer apenas a opção 1.

    A entrada também não tinha fila e a revista, ao menos para mim e meus amigos, foi digna. Sem desrespeito e abusos. Os caixas e bares sem congestionamento e com bebidas sempre geladas. Tudo como tinha que ser. Vale ressaltar o fato de termos tido uma cerveja decente: Devassa de 350ml pelos clássicos R$5,00 (ou combo de 5 latas por R$20,00) deu um show nas Skol Redondinha de 1 gole que figurou nas festas anteriores da No Limits.

    Decoração

    Praticamente inexistente. Os palcos não tinham absolutamente nada, nem mesmo o principal, que tinha uma discreta “moldura” com a identidade Tron-like da divulgação. Bacana mesmo foi o cubo que ficou no meio do público do Main Stage (foto 1) e o lounge do backstage, com uma decoração diferenciada utilizando-se de bancadas rústicas, flores reais, espelhos (extremamente úteis para a mulherada checar a maquilagem) e uma luz laranja (foto 2). Mas mais uma vez, ficamos na saudade das tendas, dos lasers, da ambientação temática.

     

     

    Artistas

    Aqui fica díficil opinar pois fui o único da equipe que foi ao evento, sendo assim, esta crítica ficará limitada aos que pude assistir e balizada pela minha opinião sobre eles. Aos antigos do site, digo que infelizmente não vi nada no Trance Stage, sendo assim, peço desculpas, mas não poderei revisar esta parte da festa. Quando ao resto, vamos lá. Boys Noize cumpriu seu papel – fez um set incrível que passeou do maximal ao acid techno. Trouxe algo inédito nas raves brasileiras, desagradou os cabeça-dura que resistem a qualquer coisa fora do eixo minimal-techno-electro, mas agradou a todos que possuem mente aberta e buscavam algo novo. Parabéns à Kaballah e à Orbital pela inovação!

     

     

    Vitalic, a outra aposta dos núcleos, não teve o mesmo efeito. Pode ser que acabo me tornando um dos que critico neste momento, mas seus altos BPMs “não combinaram” com a proposta do som. Electro-clash por natureza é algo estranho, neste caso já considerei que a inovação foi ousada demais para o ambiente.

    Electrixx foi a surpresa do dia: não chegou a fazer um live-set excelente, mas suas influências de Dubstep trouxeram uma nova cara ao som da dupla. Confesso que agradou, já foi melhor que Felguk que, mais uma vez, trouxe mais do mesmo, e com mais e mais influências do pop das FMs.

     

     

    Moguai, como esperado, fez um set de quase 3 horas do melhor progressive house/electro house do momento, não podia ser diferente vindo de um dos queridinhos da mau5trap. Isso sem contar seu carisma e empolgação, presença de palco que lembra D-Nox. Um dos melhores da festa!

     

     

    Oliver Huntemann também honrou todos seus anos de experiência: quem estava no D-Edge Stage virou mero fantoche do seu som introspectivo e envolvente. Foi doloroso abanonar o set na metade para curtir Boys Noize no Main Stage. E chegamos agora ao ponto mais polêmico do line-up: Popof. Já está pipocando na rede a polêmica (graças ao PorraDJ, que publicou a discussão que está rolando no Orkut), mas o fato é que o seu “live” foi um dead act dos mais cara-de-pau que já vi. Músicas velhas e manjadas sendo mixadas com muita preguiça, como se fosse um iniciante em Traktor, deram o tom da apresentação. O francês chegou inclusive ao ponto de tocar mixes originais de outros produtores no seu live. Foi algo completamente diferente do visto na edição 2010 da festa, na qual tivemos um live muito bem trabalhado e formado quase que totalmente por músicas inéditas. Uma decepção para este grande fã, me lembrando ídolos do full on que aderiram à mesma prática há algum tempo.

    Outros DJs não vi, mas pude ver nas redes sociais Joachim Garraud sendo aclamado, fora isso, nada incomum. Quem também foi e está lendo pode colaborar com esta matéria nos comentarios.

    Considerações finais

    No geral, foi uma boa festa. Valeu cada quilômetro percorrido, cada centavo gasto e cada segundo vivido no Maeda, apesar dos (poucos) pontos negativos. Kaballah e Orbital estão de parabéns por mais um excelente evento!

  • Conheça Moombahton, House e Reggaeton estranhamente unidos!

    Outono de 2009 no hemisfério norte. Dave Nada, um DJ americano, estava fazendo uma festinha de boas vindas para um primo e por algum motivo fez algo inusitado: pegou o remix de Afrojack para a música Moombah, de Silvio Ecomo e DJ Chuckie e tocou-a a 108 bpm, bem abaixo do original. O resultado foi surpreendente e serviu de ponta-pé inicial para uma nova vertente de música eletrônica que está aos poucos conquistando DJs e produtores do mundo todo: o Moombahton. O nome, inclusive, veio da mistura de Moombah, a música que original tudo, com reggaeton, ritmo semelhante à novidade.

    Dave Nada - Moombahton

    Empolgado com sua criação, Dave Nada preparou um EP com 5 músicas nessa nova linha, chamado Moombahton (obviamente), que foi lançado em março de 2010. Porém, para este trabalho ele foi além de simplesmente reduzir o pitch de um Dutch House: novos elementos de bateria e percussão, build-ups re-trabalhados e vocais em sua maioria latinos terminaram de formar a cara alegre e descontraída das músicas rotuladas como Moombahton.

    Este lançamento ganhou rápido destaque no Soundcloud e estimulou o surgimento de novos produtores e DJs do estilo – hoje, um ano depois, já encontramos várias tracks consagradas do house (que vão desde o original Afrojack até o hype do momento Swedish House Mafia) sendo remixadas para Moombahton. Isso sem contar os mais de 500 sets/músicas e 62 usuários produzindo conteúdo na linha de Dave Nada que encontramos no SoundCloud.

    Um destes 62 é o nosso amigo Elijah Hatem, que fez um set de uma hora de Moombahton que ficou excelente. Se quer conhecer o estilo, sugiro pegar seu headphone, separar uma hora do seu dia e apreciar este mix.

    Tirando Uma Onda. Moombahton! mixed by DJ Elijah Hatem – Mar 2011 by Elijah Moombahton Fato que é uma linha divertida e dançante, impossível não dançar ouvindo este set. E aí os pergunto: Será que vai chegar aos clubs? Como você encararia um set desses na balada? (Dizem por aí que é uma linha Afrojack da Floresta, tomando Ayahuasca e pulando em volta da fogueira com bongos em Puerto Rico!)

  • Carnaval, essa tradicional festa de música eletrônica

    Conheça os eventos focados em música eletrônica que acontecerão nos próximos dias, e seus respectivos line-ups!

    “Eu odeio o carnaval porque não suporto axé!”

    Quem nunca ouviu ou até mesmo proferiu essa frase? Durante os 5 dias deste falso feriado nacional (afinal, a lei federal não o classifica como feriado) o Brasil para para celebrar… para celebrar…

    OK, ninguém sabe ao certo o que, mas todo mundo celebra. Diz-se até que o ano no Brasil só se inicia após o carnaval, devido à malemolência com que todos trabalham no verão (diante disso, talvez estejamos celebrando o ano novo, certo?). O fato é que por ser uma comemoração bem brasileira, sua trilha sonora segue o gosto popular: axé, samba e marchinhas tomam conta das pistas. Isso fez com que o pessoal de outros gostos, como rock e música eletrônica, passasse a odiar o carnaval. povão curtindo?”

    Porém, para nós da e-music, a situação parece estar mudando: nunca tivemos uma agenda tão recheada para este feriado! Promoters do Brasil todo trouxeram atrações de muito peso que tocarão em diversos clubs e festivais nestes cinco dias. Para o pessoal mais comercial, Green Valley, Camarote Salvador, Pacha Floripa e outras casas apresentarão gigantes como o Top 1 DJ Mag Armin van Buuren, o queridinho das FMs David Guetta, a terça parte do hypado Swedish House Mafia Axwell, além do nosso velho conhecido Fatboy Slim. Já para quem curte uma linha mais séria (ou “underground“, como gostam de chamar apesar de eu discordar), teremos em tour pelo Rio Music Conference, Warung, SOME Festival e outros, grandes DJs como o ex-Deep Dish Dubfire, o semi-deus dinamarquês Trentemoller, o live maluco do dOP, o duo Booka Shade, entre vários outros. E até a galera mais roots, que curte uma psicodelia das boas, vai ter um refúgio: o tradicional Festival Soulvision, que acontece no interior de São Paulo, traz figurões como GMS, Pixel, Tristan, Headroom, Lish, entre diversos outros que preencherão os 5 dias de line-up do evento (além de contar com uma pista alternativa com artistas de techno e house).

    Gostaria de elencar todos os line-ups, preços e etc aqui neste post, mas é tanta festa e balada que ficou impossível, sendo assim, basta clicar nos links do parágrafo anterior para consultar as informações de cada evento (sem contar os eventos que sequer conheço, por isso, não os listei). Uma coisa é certa: neste carnaval só vai aguentar axé e escola de samba quem quiser!

    (Não é mesmo, sr. Guilherme Raicoski? ;P)

  • Robert Babicz lança álbum novo pelo seu próprio selo

    Robert Babicz Volume 1 é um prato cheio para quem gosta de techno melódico e introspectivo!Desde a excelente apresentação de Robert Babicz na XXXperience Curitiba 2009 que eu (e muitos da cena local) passamos a admirar o trabalho do alemão, que à época lançava pela Systematic, selo do consagrado Marc Romboy. Agora, quase 2 anos depois, Babicz voltou ao Brasil e fez um live épico de quase 4 horas no Warung, que para muitos ofuscou o set da estrela da noite, o overrated Ricardo Villalobos. Junto com estas horas memoráveis no templo, pudemos perceber uma certa felicidade do alemão por estar no Brasil em pleno verão, vide as várias fotos em seu Facebook e o video que ele mesmo filmou e editou em sua tour latino-americana.

    Bem, poucos dias depois desta festa, fomos presenteados com um release dele pelo seu próprio selo, o Babiczstyle, no qual o produtor diz possuir mais liberdade criativa. Bom, o resultado é incrível. O álbum como um todo é um prato cheio para quem procura um som mais calmo, viajante e melódico, mas se analisarmos faixa a faixa, perceberemos que ele foi do deep house (como na música Bangaday) ao techno (como em Mover) de forma muito progressiva. Diria que sofreu muita influência de Trentemoller em boa parte do release, em especial nas músicas Hope e Phone Call. As músicas você pode comprar no porto das batidas pelo link. Até procurei um download free pra galera que não curte ajudar o artista, mas não encontrei nenhum link ativo – todos foram excluídos. Se encontrar, atualizo o post mas, vamos lá, serão 13 dólares muito bem gastos! Abaixo o streaming de alguns destaques: The Sun (a melhor do disco)

    Hope

    My Blue Car

    Mover

    Phonecall

    Time Shift

    Bangaday

  • 10 tracks que marcaram 2010, por Mohajar

    Dando sequencia à lista das tracks preferidas do ano para o pessoal do Psicodelia, hoje foi a vez de Mohajar escolher o seu top 10.Seguindo com o especial de fim de ano do Psicodelia, chegou a minha vez de listar os 10 melhores lançamentos do ano na música eletrônica. Por se tratar de uma lista estritamente pessoal, entendam que não considerei quesitos como relevância para a cena, vendas no Beatport, estilos que não aprecio, o único critério utilizado na formação deste Top 10 foi o meu gosto. Sem mais delongas, seguem os eleitos: 10. Perfect Stranger – Prata Da Casa Para iniciar, uma prata da casa das raves comerciais do Brasil: Perfect Stranger. Com uma atmosfera que não ficou devendo nada ao excelente álbum Free Cloud, Prata da Casa faz uma intersecção perfeita entre o progressivo e o techno. O EP contou ainda com o remix de Spektre e Riktam & Bansi, sendo que este segundo chega a ser melhor que o original mix, com uma intro e um break extremamente hipnóticos.

    9. Vitalic – Flashmob (Popof Remix) Ao mesmo tempo que Popof teve um ano repleto de releases excelentes (sendo que a escolha do nosso amigo Raicoski não está entre eles 😉 ), ficou difícil eleger um deles como destaque. Mas vasculhando lá no comecinho de 2010, encontrei esta bomba. Flashmob é um dos minimal techs que mais torceram minha coluna neste ano e merece estar na lista!

    8. Boris Brejcha – My Name Is Quem me conhece sabe que sempre fui um hater do minimal goteirinha de Boris Brejcha. Bem, em 2010 ele começou a quebrar minha barreira com o disco My Name Is. A apresentação de mais de 3 horas no Danghai Club em agosto foi memorável e, para minha felicidade, mostrou que o alemão está cada vez mais pisando no terreno do techno pesado. A música My Name Is foi a abertura do set na XXXperience Curitiba deste ano e é a coroação desta nova fase do careca maluco.

    7. Duoteque – Adyra Se eu fosse eleger uma decepção para 2010, não tenho dúvidas que o líder da lista seria Dusty Kid. De um techno doente, pesado e extremamente criativo, o italiano migrou para uma linha de tech house maçante e sem graça, com músicas que sequer consigo ouvir até o fim. Porém, um único release do ano manteve a linha antiga, figurou em sets meus por um bom tempo e ganhou espaço nesta lista. Adyra é do projeto Duoteque, sua colaboração com Andrea Ferlin, tem uma levada muito semelhante ao clássico Tsunamy e ficou em sétimo lugar.

    6. Marc Houle – Drift E já que estamos falando de produtores com problemas mentais, não podia faltar Marc Houle, o rei do techno doente, figura carimbada do selo M_nus e melhor apresentação da XXXperience 14 anos. Drift é um som perturbador e dançante, como só Houle sabe fazer. Abaixo, clipe oficial da música. Recomendo headphones potentes!

    5. Gabe feat. Barbatuques – Tudo Vem E pra não dizerem que sou cruel com o tech house, vamos citar a exceção à regra. Tudo Vem é a melhor tentativa até o momento de fazer uma música eletrônica genuínamente brasileira sem ser clichê. Com participação dos Barbatuques e seus sons corporais, a música ficou agradável e dançante, fugindo da repetição infinita de percussões e vocais de pacotes de sample manjados que 98% dos tech houses do mundo apresentam. Ao brasileiro, a quinta posição.

    4. Trentemoller – Sycamore Feeling A partir de agora, começaremos a adentrar o Olimpo da música eletrônica. Trentemoller é o grande responsável por eu ter me apaixonado por música eletrônica e adentrado nesse mundo sem volta, graças ao seu memorável Essential Mix de 2006. Desde então, seus releases que perambulam entre o deep house, o techno melódico, o breakbeat e uma diversidade de estilos tem sido uma bomba maior que a outra. Em 2010, o EP Sycamore Feeling convenceu não só pela qualidade do original mix, mas também por dois remixers de peso que colaboraram: Thomas Schumacher e Gui Boratto. Difícil eleger qual dos três é melhor, mas elegi a versão do brasileiro para ilustrar a quarta posição do meu top.

    3. Deadmau5 – Some Chords Para começar o pódio, é claro que não podia faltar algo do mais relevante produtor da cena eletrônica não-pop (leia-se: desconsiderando David Guetta). O recém-lançado álbum 4×4=12 é uma salada de experimentações, mas é a primeira música (que já havia saido em EP no meio do ano) que merece destaque. Some Chords foi a abertura de 11 em cada 10 sets de rave neste ano, chegando ao ponto de Victor Ruiz e GMS abrirem seus lives na mesma festa com versões desta música. Medalha de bronze para o ratão canadense, que nos surpreende a cada ano que passa!

    2. Marc Romboy & Stephan Bodzin – Triton Top meu sem Romboy e Bodzin podem ter certeza que é fake, portanto, a medalha de prata para a dupla é mais do que óbvia aqui. Com a expectativa a mil para o lançamento do álbum duplo Luna, os alemãos soltaram a bomba Triton no mês passado, que inclusive rendeu um dos meus primeiros posts aqui no Psicodelia. Lá eu falo tudo sobre a track, que foi remixada pelo Gaiser também. Aqui, deixo que ela fale por si só.

    1. Massive Attack – Paradise Circus (Gui Boratto Remix) E, para a surpresa de muitos, a minha medalha de ouro entrego para Paradise Circus, belíssima música do Massive Attack remixada por Gui Boratto. Essa faixa encanta qualquer um que ouça, até o maior hater de música eletrônica que você conheça. Com uma levada viajante, sensual e romântica, até o próprio Gui admite que é o melhor remix que ele fez em sua vida. Foi figura constantes em meus sets, tanto que fiz um clipe para fazer parte das apresentações audio-visuais, que ilustra o topo da lista. Como diriam os twitteiros, #MFS!

  • Conheça a programação do litoral de SC para o verão

    Warung Beach Club, Green Valley e Creamfields Brasil farão do litoral catarinense o pólo do verão eletrônico no Brasil em 2011!Durante o ano, nós de Curitiba vemos uma total invasão de catarinenses na cena eletrônica da cidade. Com leis estaduais que dificultam a realização de raves, somando a baixa demanda em baixa temporada, Club Vibe, Danghai Club e as festas da T2 acabam sendo o refúgio pro pessoal de SC que gosta de música eletrônica ao longo do ano. Porém, como Curitiba é uma cidade fastasma entre o natal e o carnaval, durante o verão a situação se inverte – os dois superclubs do litoral catarinense (Warung Beach Club e Green Valley) passam a ser a casa dos amantes da boa música eletrônica. E em 2011 a situação é ainda melhor, pois Florianópolis será a cidade que hospedará a edição brasileira do renomado festival Creamfields. E pra você se programar melhor para esta overdose de música de qualidade, nós do Psicodelia fizemos um apanhado geral do calendário!

    Vamos iniciar pela abertura do verão, que seria a última semana de 2010. No dia do natal (25/dez) a Green Valley inicia sua temporada com Chris Lake. Integrante de luxo do selo mau5trap, é sem dúvidas uma ótima pedida para quem curte um electro na linha do Deadmau5. Já no dia seguinte o Warung abre suas portas para receber Life Is A Loop, famoso projeto dos brasileiros Fabrício Peçanha, Leozinho e Paciornik. Figurinhas constantes nos clubs do sul, vale a pena para quem não os prestigia há algum tempo.

    Na terça, 28/dez, é a vez da Green Valley receber Pete Tong, host do famoso programa Essential Mix, da BCC de Londres, que deve trazer o house característico da casa. Na quarta, 29/dez, o Warung deve lotar a casa com o set de Hernán Cattaneo, o argentino de maior relevância na música eletrônica mundial. Já na sequência é a vez da Green Valley trazer um figurão da cena mundial: Sharam, o lado mais comercial do Deep Dish, deve tomar conta da pista no dia 30/dez e, para encerrar o ano, Norman Doray faz o reveillon do clube verde na Praia do Estaleiro Guest House.

    E para iniciar 2011, temos esta que deve ser a semana mais quente do verão. Depois das apresentações de Roger Sanchez dia 02/jan na Green Valley e Michael Mayer no Warung dia 04/jan, teremos a humilde sequência: Paul Oakenfold, o remixer onipresente da cena pop mundial, dá as caras na Green Valley dia 05/jan, em seguida Richie Hawtin levará o Warung abaixo com o techno pesado e complexo característico do Mr. Plastikman (e com o warm up de luxo de Barem) no dia 07/jan e no dia 08/jan acontece a segunda edição do SC Music Festival, com Dusty Kid, Boris Brejcha, Sultan, Paul Harris, Gustavo Bravetti, Amo & Navas no clube verde. Será de tirar o folêgo!

    Na outra semana, inicia-se uma sequência de quatro semanas em que teremos o Warung aberto às sextas e a Green Valley aos sábados, sendo Laurent Garnier e Sander Kleinenberg as respectivas atrações para 14/jan e 15/jan. Na terceira semana do ano, mais uma bomba: além de John Digweed no Warung dia 21/jan e 2ManyDJs na Green Valley no dia seguinte, teremos em Florianópolis no dia 22/jan a edição brasileira do conceituadíssimo festival Creamfields. O lineup não é o melhor já visto, mas com certeza vale o ingresso, tendo o trance de Above & Beyond, o minimal tech de Loco Dice, o house de Erick Morillo, o som melodioso e envolvente de Gui Boratto, o espetáculo audio-visual de Etienne de Crecy, além de Hernán Cattaneo (novamente), Guy Gerber, Felguk, Raresh, Du Serena, Anderson Noise, Southman, entre outros. Digno de fixar o Brasil na tour mundial do festival, não?

    Acha que acabou? Então prepare-se pois ainda teremos grandes nomes antes do encerramento da temporada: O Warung receberá Robert Babicz dia 28/jan, Layo & Bushwacka dia 04/fev, Audiofly dia 11/fev, e Yousef dia 18/fev, encerrando assim seu verão avassalador. Já a Green Valley ainda recebe Dirty South em 29/jan, Dennis Ferrer dia 05/fev, Gareth Emery em 19/fev, e fecha a estação com o aguardado Some Festival, que representa a união do super-club com os núcleos Tribaltech e XXXperience. Ainda não temos nada oficial, mas já se fala em nomes como Kaiserdisco e Felguk para o evento que acontece em 07/mar, terça feira de carnaval.

    E como faz para ir em tudo isso? Bem, abra a carteira (ou faça o empréstimo no banco) e visite o site do Maria’s Ticket para ingressos da Green Valley, Ingresso Certo para Warung e Blue Ticket para o Creamfields (a partir de 15/dez apenas). Os preços variam por evento, mas ficam em torno de R$40,00 feminino e R$70,00 masculino. É, Balneário Camboriu, serás minha segunda casa neste verão! 😉 Vejam o calendário no Google Agenda, se preferirem:

  • The Social Network: além de um ótimo filme, uma excelente trilha sonora

    Filme entrou em cartaz no circuito nacional na última sexta e chama a atenção não só pela qualidade cinematografica, mas também por uma trilha sonora magnífica, composta por Trent Rezor e Atticus Ross.O assunto do blog é música eletrônica e não filmes, mas alguns possuem trilhas tão incríveis que merecem atenção da nossa cena. Meses atrás, se eu já fosse membro da equipe do Psicodelia com certeza faria um post falando sobre a trilha de Inception (A Origem), uma das melhores que já ouvi (fruto do trabalho de Hans Zimmer), mas como o timing já passou, dedicarei-me a falar do hype do momento: The Social Network (A Rede Social).

    O filme que conta a história do Facebook está em cartaz nos EUA há meses já, mas chegou ao Brasil na última sexta-feira. O filme é excelente (apesar de alguns exageros na hora de tentar mostrar que nerds bebem e fazem sexo também), mas o que me chamou a atenção mesmo foi a trilha sonora. Quando ouvi a releitura de Creep (do Radiohead) no primeiro trailer eu já esperava algo decente, mas foi ao ver o nome de Trent Reznor nos créditos iniciais que tive certeza que seria bom.

    E de fato, o cérebro do Nine Inch Nails não decepciona: junto com Atticus Ross, criou um album com muito dark ambient, infuências do trip hop e uma melodia triste excelente para tema principal. Abaixo algumas das músicas, mas sugiro pegarem o album completo, pois vale a pena. Hand Covers Bruise (tema principal do filme):

    In Motion:

    Complication with Optimistic Outcome:

    Painted Sun In Abstrack:

    In The Hall of The Mountain King:

    Bônus – Dennis de Laat – Sound of the Violence (a música que toca na cena do club, não faz parte da trilha original):

    Aqui você pode comprar sua música legal, em mp3, CD, blu-ray HD e até vinil. Aqui você exercita seu lado criminoso e baixa de graça 😛

  • Deadmau5 lança 4×4=12, seu novo álbum

    Pouco mais de um ano depois do lançamento de For Lack of a Better Name, o canadense nos traz seu novo trabalho.”A pessoa mais influente, relevante e com maior visão de futuro da música eletrônica dos últimos 12 meses“. É com essa frase sem economia de elogios que o Beatport descreve Joel Zimmerman, a mente por trás do projeto com a carreira mais meteórica dos últimos tempos, Deadmau5.
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    De um desconhecido apadrinhado por Melleefresh, Tiesto e van Burren em 2007 até quarto melhor DJ do mundo em 2010 (segundo a DJ Mag), o ratão passou por várias transformações. Hoje é dono do mau5trap, um dos selos que mais vende no Beatport e lança artistas muito bons, como Chris Lake e Moguai e, individualmente falando, também é campeão de vendas no iTunes da música eletrônica..
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    E agora, depois do sucesso do excelente Random Album Title (2008) e do For Lack of a Better Name (2009), o canadense nos brinda com 4×4=12, seu mais novo álbum. Bem, quem torceu o nariz para algumas novidades que ele apresentou no segundo álbum, sentindo falta daquele house progressivo mais padrão do primeiro, com certeza vai ficar mais decepcionado agora. O som de Deadmau5 está muito mais baseado no electro house do que nunca, além de ter dois dubsteps no disco. Ao que parece, aquelas faixas com melodias pegajosas e batidas fáceis de digerir deram lugar a uma experimentação um tanto doente..
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    Difícil destacar uma faixa. A minha preferida é a velha conhecida dos ratos do Beatport, Some Chords, mas Chtulhu Sleeps, a reciclagem da melodia de Arguru no remix de Michael Woods para I Said e a doença mental de Bad Selection também me agradaram muito. Sugestão? Ouçam o álbum inteiro que vale a pena, só não se assustem com algumas coisas que acontecem no decorrer dele!.
    Se você é da turma politicamente correta, o Beatport já vende cada track por US$1,99 ou o album completo por US$11,99, neste link. Agora, se você não está nem aí pro artista e pro selo, os piratas suecos tem uma opção alternativa a custo zero neste link.

  • David Lynch lança música!

    Fulano lançou uma música. A principio, parece algo tão corriqueiro, mas em se tratando de David Lynch, vale a nota. Para quem não conhece, Lynch é um cultuadíssimo diretor de cinema americano. O que o diferencia do resto é o mundo bizarro e intrigante (e para alguns, até lisérgico) no qual seus filmes são inseridos. Referências no mundo da música eletrônica não faltam, como por exemplo a música Lynchesque, do Dusty Kid, ou o efeito do Traktor Pro chamado Mullholland Drive, nome de um filme do diretor.

    Voltando ao assunto inicial, sim, David Lynch resolveu atacar de produtor. A razão é a comemoração de 20 anos da série Twin Peaks, uma das maiores criações do americano. Ele justifica que estava com as notas na cabeça, sentou com Dean Hurley (que trabalhou nas trilhas de diversos filmes seus) e em pouco tempo a canção estava pronta.
    A música tem a cara do diretor. Ao mesmo tempo que é bizarra, tendo até samples de metralhadoras no meio, ela consegue agradar. O próprio Lynch admite que ela é muito mais acessível que qualquer um dos seus filmes, especialmente pela vibe feel-good da letra e do refrão pegajoso. A melodia é legal e os timbres são OK. Se os arquivos abertos da música chegassem às mãos de grandes produtores, aposto que teríamos remixes excelentes para este electro pop:
    David Lynch – Good Day Today [Original] by Sunday Best
    Torçam o nariz, mas aposto que após duas ouvidas, todos passarão o dia cantarolando “I want to have a good day, today” 😉

  • Versão 2010 do Top 100 DJ Mag é divulgada

    Por padrão, qualquer tipo de lista é polêmica. Primeiro que, se sua origem for uma votação, ela só vai ordenar por popularidade, e não por qualidade. Segundo que se não for uma eleição como a política, que contempla todos os integrantes de uma sociedade, ela não é democrática – favorece o nicho sobre o qual o organizador tem maior penetração. Terceiro que normalmente os sistemas de segurança não são eficientes e o pessoal consegue votar múltiplas vezes. Poderia continuar criticando a existência das listas por mais um bom tempo, mas acho que já convenci vocês do motivo pelo qual eu odeio esta lista – mas ainda assim falarei dela devido à relevância que a nossa cena confere à mesma.


    Como já era esperado, devido ao público da DJ Mag ser formado basicamente por eurotrancers, Armin van Buuren manteve o trono, bem como Tiesto continuou no “pódio”. Esperada também a alta votação do David Guetta, o novo queridinho dos rappers americanos, e do Deadmau5, quem sabe o verdadeiro melhor entre os favoritos da revista. De resto, nada que salte os olhos, confiram os 100 nomes:

    1 Armin van Buuren (non-mover)
    2 David Guetta (up 1)
    3 Tiesto (down 1)
    4 Deadmau5 (up 2)
    5 Above & Beyond (down 1)
    6 Paul van Dyk (down 1)
    7 Gareth Emery (up 2)
    8 Markus Schulz (non-mover)
    9 Ferry Corsten (down 2)
    10 Axwell (up 4)
    11 ATB (non-mover)
    12 Sander van Doorn (down 2)
    13 Infected Mushroom (down 1)
    14 Steve Angello (up 6)
    15 Dash Berlin (new entry)
    16 Sebastian Ingrosso (up 9)
    17 Laidback Luke (up 10)
    18 Judge Jules (up 26)
    19 Afrojack (new entry)
    20 Aly & Fila (up 2)
    21 Fedde Le Grand (up 8 )
    22 Carl Cox (down 4)
    23 Swedish House Mafia (new entry)
    24 Cosmic Gate (down 5)
    25 Bobina (down 10)
    26 Benny Benassi (non-mover)
    27 Sasha (donw 14)
    28 Simon Patterson (up 14)
    29 John Digweed (down 12 )
    30 Eric Prydz (up 4)
    31 Richie Hawtin (down 3)
    32 Andy Moor (down 17)
    33 John O’Callaghan (down 9)
    34 Roger Shah (down 13)
    35 Kaskade (up 16)
    36 Headhunterz (new entry)
    37 Chuckie (up 25)
    38 Bob Sinclar (down 3)
    39 Avicii (new entry)
    40 Kyau & Albert (down 3)
    41 Feel (down 11)
    42 Moonbeam ( up34)
    43 Joachim Garraud (down 7)
    44 Daft Punk (down 11)
    45 Lange (down 14)
    46 Sean Tyas (down 1)
    47 Eddie Halliwell (down 6)
    48 Erick Morillo (up 5)
    49 James Zabiela (down 11)
    50 Umek (down 11)
    51 Paul Oakenfold (down 28)
    52 Matt Darey (up 2)
    53 Mark Knight (up 8 )
    54 Richard Durand (down 5)
    55 Martin Solveig (down 8 )
    56 tyDi (down 4)
    57 Hernan Cattaneo (down 25)
    58 Sven Väth (down 10)
    59 Astrix (down 4)
    60 Super8 & Tab (up 22)
    61 Andy C (up 39)
    62 Myon & Shane 54 (up 29)
    63 Marcel Woods (up 11)
    64 Roger Sanchez (down 4)
    65 Wally Lopez (down 3)
    66 Mat Zo (new entry)
    67 Marco V (down 17)
    68 Leon Boiler (down 5)
    69 Ronski Speed (non-mover)
    70 Wolfgang Gartner (new entry)
    71 W&W (new entry)
    72 Boys Noize (down 4)
    73 D-Block & S-TE-FAN (new entry)
    74 Dubfire (down 28)
    75 Dirty South (down 16)
    76 John B (up 16)
    77 Daniel Kandi (up 10)
    78 Arty (new entry)
    79 BT (new entry)
    80 Boy George (new entry)
    81 Pete The Zouk (new entry)
    82 Fatboy Slim (up 12)
    83 Skazi (down 2)
    84 Paul Kalkbrenner (new entry)
    85 Pete Tong (down 2)
    86 Bloody Beetroots (new entry)
    87 Arnej (new entry)
    88 Joris Voorn (new entry)
    89 Dada Life (new entry)
    90 Noisecontrollers (new entry)
    91 Showtek (new entry)
    92 Laurent Wolf (down 26)
    93 Claudia Cazacu (new entry)
    94 Calvin Harris (new entry)
    95 Luciano (down 6)
    96 Marcus Schossow (down 17)
    97 Sied Van Riel ( down 12)
    98 The Thrillseekers (down 41)
    99 Justice (down 34)
    100 DJ Vibe (new entry)

    Você discorda? Achou um absurdo o Skazi ali? Sentiu falta de um brasileiro? Sim, concordo, lista ridícula… Mas infelizmente é ela quem determina os rumos da cena pros próximos 12 meses: desde quem vai figurar mais nos DJ sets mundo afora, até o cachê destes listados.

    Recebi por e-mail e validei pelo próprio site da DJ Mag.