Autor: Mohamad Hajar

  • Quem é Criolo?

    Desde 2008, quando a TribalTech passou a se intitular um Festival Multicult, temos a presença do palco Organic Beat, voltado para bandas e artistas alternativos. Apesar de ter sido duramente criticado no começo, com o tempo o público aprendeu a digeri-lo, especialmente diante de grandes atrações que já passaram por ele: Nação Zumbi, Céu, Pedra Branca, B-Negão e Os Seletores de Frequência. Para este ano, uma nova escalação promete levar mais inovação à tenda, mas não havia artista melhor que Criolo para encabeçar a empreitada.

     

    Rapper em atividade há mais de 20 anos, Criolo Doido era desconhecido até 5 anos atrás, até que fundou a Rinha dos MCs, lançou seu primeiro trabalho de estúdio (Ainda Há Tempo) e passou a ser reconhecido pela cena hip hop. De 2006 a 2010, experimentou um leve crescimento na carreira, sendo indicado a prêmios e fazendo participação em especiais e filmes, mas a explosão veio mesmo em 2011.

    Após mudar seu nome artístico para simplesmente Criolo, mudar do hip hop para uma mistura de MPB, funk, soul e blues (um tanto alinhado a algo que estão chamando de MPBC – Música Popular Brasileira Contemporânea), e lançar seu segundo álbum gratuitamente na internet, o reconhecimento veio em massa. O disco em questão, Nó Na Orelha, foi um sucesso de crítica, tanto nacional quanto internacional, fato que garantiu a ele presença em programas como o Altas Horas e a indicação a 5 VMBs (a premiação anual da MTV Brasil), inclusive a melhor música, com Não Existe Amor em SP:

    Quanto ao som, a descrição de MPBC parece adequada. Sendo parte de um palco voltado a um público alternativo, não existe contexto melhor – e quem sabe, naquele intervalinho entre uma tijolada do Captain Hook e uma solada do Popof, não valha a pena conferir esta novidade?

    Site Oficial: http://www.criolo.net/
    Facebook: http://facebook.com/criolo.oficial
    MySpace: http://myspace.com/criolomc
    Twitter: http://twitter.com/criolomc

  • Psicodelia Sessions #004 – Element

    Se algum tempo atrás falavam que o psytrance estava morto, hoje temos certeza: foi só uma fase. Principalmente graças ao progressivo, o estilo voltou “à tona” e está cada vez mais presente nos line-ups da festa com essa faixa de BPM um pouco mais baixa.Sendo assim, para honrar a psicodelia do nosso nome, trazemos para esta edição do Psicodelia Sessions um prog legítimo.

    O escolhido é Marco Lisa, a.k.a. Element, DJ de progpsy que está cada vez mais presente nas festas, graças ao seu prestígio online, que já lhe garantiu lugar nos tops do SoundCloud e uma fanpage de dar inveja a qualquer DJ principiante. Com uma linha séria ele vem mostrar um pouco dos sets que embalarão a pista de grandes festas nos próximos dias, como a TribalTech, o Tandava e a Rolling Mushroom de Palmeira.

    • Egorythmia – Night Shift (Major 7 Rmx)
    • Echotek – Mr Hyde
    • Monolock – Deeper Motion (Solaris Vibe Rmx)
    • S-Range vs Major 7 – Back & Forth
    • Infinity – Traditional Ways of Healing
    • MUTe vs Egorythmia – Life Cycle
    • J&B Project – Nice Days
    • Zyce – Technology
    • Infinity – Alcoholism
    • Invisible Reality, Timeless – Time is Invisible

    Então está esperando para dar o play, ouvir nosso bate-papo e o set?

     
  • XXXperience 15 Anos confirma The Prodigy como headliner

    Já tem algum tempo que a XXXperience foca sua comunicação no tal “mundo dos sonhos“, e será nesta edição que ela conseguirá cumprir o prometido: realizar o sonho de boa parte do seu público. A edição de 15 anos tem tudo pra ser a melhor da história por diversos motivos, e hoje a cereja foi colocada na ponta do bolo: o headliner da festa ser’aninguém menos que The Prodigy!

    Já tivemos diversos artistas de grande renome tocando na XXXperience, como Deadmau5 e Paul van Dyk por exemplo, mas The Prodigy é especial por diversos motivos. Além de ser um som de extrema qualidade, eles fazem parte da história da música eletrônica e, por que não, da história da música como um todo. Estes ingleses, que já possuem 21 anos de carreira na bagagem, são influência de 10 em cada 10 produtores atualmente. Não só pelos diversos remixes já feitos para os seus clássicos, como Out of Space, Smack My Bitch Up e Voodoo People, mas pelo conceito musical criado. Não há dúvidas de que se não fosse a existência do Prodigy nos anos 90, mais da metade do resto line-up desta XXX sequer existiria.

    Prodigy – Smack my bitch up por AndreIntruso no Videolog.tv.

     

    Sendo assim, será mais do que um live épico: será uma aula de história e música. E junto com ele, vários outros nomes de peso, que sozinhos já garantiriam um grande festival: Steve Aoki e seu maximal / electro, Sander van Doorn e um prog house com fortes influências do eurotrance, o psytrance do set old-school do Infected Mushroom, o minimal tech doente de Marc Houle, o techno reto de Mauro Picotto, além de uma infinidade de outros nomes relevantes, como Dusty Kid, Popof, Growling Machines, Neelix, Tocadisco, Dimitri Vegas, Christian Smith, John Dahlback.

     

    Some esse dream team da música eletrônica à estrutura da Maeda e o know-how dos 15 anos da marca XXXperience e… Preparem-se para um dia para ficar pra sempre na sua memória – e na história da cena nacional.

  • Rolling Mushroom fortalece a cena do interior do Paraná

    Eu, como bom interiorano que sou, posso falar com propriedade: o morador da capital (seja do estado que for) acha que no interior só rola sertanejo. É um preconceito até justificável: a mídia de massa nos vende essa idéia de que “no mato” só tem caipira, e acabamos nos vendo como réplicas em menor escala de norte-americanos, achando que o Brasil é uma grande floresta. Mas deixando esses rótulos de lado, percebemos que tem muita coisa boa rolando nas pequenas cidades do país: desde grandiosas edições da Playground, até clubs de renome, como Privilége JF Sirena.

    É dentro dessa proposta de grandes festas em pequenos centros que nasceu a Rolling Mushroom em 2007, na cidade de Palmeira, interior do Paraná.

     

    Com o mote “Dois estilos, duas tribos… Uma festa!”, a proposta era mostrar ao público local como é um grande evento de música eletrônica, mas respeitando a cena local que já existia (no caso, uma cena rock). Diante disso, foi criada uma festa com um palco composto por DJs de psytrance e electro e outro palco por bandas de pop rock. Essa mistura, que no primeiro momento pareceu absurda, funcionou muito bem (inclusive é algo que a Tribaltech faz desde 2008), o que originou outras festas ao longo do ano seguinte.

     

    Agora, após um hiato de 3 anos sem eventos, o núcleo está de volta com uma edição showcase, nos moldes da Kaballah. Dentro do melhor club da cidade (Stone Bar), a Rolling Mushroom Club vem com a proposta de reviver a energia que existia nas suas festas, para que em 2012 entre com tudo no mercado local e estadual!

    No line-up eletrônico, temos velhos conhecidos nossos: Mimic, com seu techno/tech house que conhecemos na primeira edição do Psicodelia Sessions; Gui Empke e sua mágica em baixas frequências, conferida na segunda edição do Sessions; Element, a estrela da última edição do Sessions; e a estréia do live do Kultra, projeto de techno pesado que vem despontando desde o lançamento do seu álbum Fímbria.

    Para tomar conta do palco rock, duas bandas de qualidade. Confine trará o que de melhor aconteceu nesta cena entre os anos 80 e os anos 2000, enquanto a SoundboX faz um show 100% composto por músicas de bandas britânicas, dos Beatles ao Blur.

    A festa acontece no próximo sábado, dia 15 de outubro, e está com ingressos à venda por R$15,00. Para o pessoal de Curitiba que gostaria de ter essa expriência diferente em outra cidade, está sendo organizada uma excursão ao custo de R$20,00 (ida e volta). Para adquirir qualquer um destes itens, basta entrar em contato conosco pelo contato@psicodelia.org.

    Para maiores informações, fica o link: http://j.mp/RMClub

     

  • Quem é Logica?

    O Logica tinha tudo para ser mais um preenche-lineup sem graça para a cena. Alok Petrillo e Bhaskar Petrillo (que não faz mais parte do projeto) são filhos de Juarez Petrillo, vulgo Swarup, a cabeça por trás do Universo Paralello e da Vagalume Records. Sendo assim, a primeira reação que se tem é “Ah, só estão tocando porque são filhos de gente importante“, certo? Pois desta vez não! Já tem bons anos que o Logica toca na cena psytrance do Brasil (UP, Respect, Ecologic etc), sendo recebido pelo público com muito respeito e até ansiedade, fato esse que o levou a vencer uma enquete organizada pela Tribaltech, garantindo seu lugar no line-up do festival.

     

    Assim como a maioria dos produtores de full on, atualmente Alok tem também um projeto “low bpm” (no idioma dos fritos), o que faz com que o trabalho do Logica tenha uma sonoridade bastante influenciada pelo techno. Apesar disso, ele vai na contra-mão dos colegas e ainda trata o projeto full on como prioridade, o que é ótimo para esta cena. Uma track sua que ficou bem famosa e, de fato, é uma das melhores, é o seu remix para Hey Boy Hey Girl, do Chemical Brothers:

    Conforme dito acima, o psytrance de Logica é muito influenciado pelo techno, o que tornam as tracks bem características, difícil de se dizer “é parecido com isso”. No máximo, lembra um pouco a última fase do Growling Machines (antes do fim não-oficial do projeto), mas lhes digo que é ainda melhor que o duo super-hypado. Confiram os trabalhos mais recentes dele em seu SoundCloud (destaque para Big Brother e Pow Pow):

    Latest tracks by LOGICA

    Logica já conquistou a cena roots e tem tudo para ter essa TribalTech como trampolim para os grandes festivais. Ele tocará no mainstage, ao lado de medalhões como Astrix e Neelix, e sem brincadeiras: apostamos que será melhor que ambos.

  • Space Ibiza vai abrir filial no Brasil

    Em termos de música eletrônica, o litoral de SC é privilegiado: possui dois dos melhores superclubs do país, quiçá do mundo. Sim, estou falando do Warung Beach Club e da Green Valley, que apesar dos focos distintos, dividem a atenção do público local, existindo inclusive uma rivalidade. E se você achava que “esta cidade é pequena demais para os dois“, surpreenda-se com a notícia de que o superclub espanhol Space Ibiza vai abrir uma filial em Balneário Camboriú em 2012!

     

    Fundado em 1989 por Pepe Roselló, o club é considerado um dos mais importantes do mundo. Possui como residentes ninguém menos que Carl Cox e Armin van Buuren, o que já é uma indicação de que virá para competir muito mais com a Green Valley do que com o Warung. O interessante é que não se trata de uma franquia desorganizada: o club escolhe com muita cautela e critério onde e como abrirá suas filiais, tanto que só existem duas atualmente, sendo uma em Dubai e a outra em Sharm (Egito). A escolha do Brasil para receber a terceira filial com certeza não foi à toa.

    Detalhes do empreendimento, como localização exata, data de abertura e tamanho da casa estão sendo guardados a 7 chaves pelos empresários por trás dele. Tudo começará a ser revelado a partir de 11 de outubro, quando haverá uma festa de pré-lançamento na praia de Estaleirinho, para poucos convidados especiais. Sejam o que foram, uma coisa é certa: é a música eletrônica ganhando cada vez mais espaço no nosso país!

  • Oliver Huntemann anuncia novo álbum para novembro

    Quando o techno invadiu a cena raver brasileira, nos idos de 2007, alguns produtores se tornaram queridinhos do público, e passaram a ter parada obrigatória no Brasil várias vezes ao ano. Oliver Huntemann é um destes – já tocou em diversas edições da XXXperience, da Tribe, da Kaballah, sem contar a presença nos grandes clubs, como Vibe e D-Edge. Esta onipresença é justificável, afinal, o cara é muito bom no que faz.

     

    Além das pedradas da carreira solo, como 37 Degrees, Dexter e o remix para Do It Again do Chemical Brothers, Huntemann já fez grandes trabalhos ao lado de Stephan Bodzin (Rubin, remix de Everything Counts e todo o projeto Rekorder), de Dubfire (Dios, Fuego), sem contar o fato de que é marido de Xenia Beliayeva. Neste ano estreou um live bastante inovador, usando a Reactable, uma mesa multi-toque que interfere na música de uma forma completamente diferente.

    O álbum Paranoia, marcado para sair em novembro, será duplo: o CD “oficial” e um DVD bonus, com remixes, versões e videos ao vivo do produtor. Duas participações de peso estão confirmadas – Ane Trolle (famosa por fazer o vocal em Moan, megahit do Trentemoller) e o veterano DJ de Chicago, Robert Owens. A promessa é de que será um trabalho voltado para a pista de dança, mas sem perder a característica. Se manter o nível do álbum anterior, H3, será mais um para ficar na estante dos grandes lançamentos da música eletrônica!

  • Novo álbum do Korn terá fortes influências de música eletrônica

    Quem não é muito envolvido com a cena pode estar se perguntando agora “O que o novo album de uma banda de rock está fazendo aqui no Psicodelia.org?“, mas os mais antenados vão se lembrar que já tem tempo que o Korn está mergulhando no mundo da e-music, especificamente falando, desde a participação do vocalista Jon Davis na música Smashing The Opponent, do Infected Mushroom.

    E pelo jeito eles pegaram gosto pela coisa. Ao ser perguntado sobre o próximo álbum de estúdio da banda, Jon Davis afirmou: “Bem, aqui está um 12” de dubstep!“. Segundo o vocalista, o disco, que se chamará The Path of Totality, terá a participação de diversos produtores renomados da cena. A prova disto é a track Get Up, que conta com a colaboração de ninguém menos que Skrillex:

    Korn – Get Up (Feat. Skrillex) by kornofficial

    De fato a mistura entre new metal e complextro (o nome que vem sendo dado ao electro-dubstep encabeçado por Skrillex) ficou interessante. Parece que o timbre motosserra soa mais agradável na guitarra do Munky, não sei. Mas enfim, a gente gostando ou não, uma coisa é fato: este album é importante para a cena. Cada vez mais, os grandes artistas do mainstream estão incorporando a música eletrônica em seus trabalhos. É um movimento que podemos dizer que começou com a David-Guettização do pop, e agora pode dar um passo importante com a Skrillexação do new metal.

    E para tocar em seu live, Skrillex fez uma versão “mais eletrônica” da música, que pode ser ouvida abaixo:

    E vocês, o que acham disso tudo? O disco do Korn será decente? Essa invasão da música eletrônica no mainstream é positiva?

    PS: Se está perdido nessa bagunça de Skrillex, dubstep, complextro e a nova cena mainstream dos EUA, sugiro ler este post do Bate Estaca.

  • Quem é Round Table Knights?

    Falar de quem você conhece há tempos e gosta, é fácil. Mas e a novidade, como julgar? É muito fácil você pegar um line-up formado por artistas que você não conhece, descobrir de forma rasa que todos tocam um rótulo que não te agrada e dizer que “está uma merda“. Calma, eu me incluo nesta crítica, se olharem o histórico do que já publiquei aqui, no Twitter e no Facebook, com certeza terão algo para esfregar na minha cara. Mas é exatamente por isso que proponho a vocês me acompanharem nesta exploração do desconhecido no próximo mês. Hoje começamos a nova seção do Psicodelia.org: Quem é?

    Para estrear, escolhemos o duo que está escalado para tocar no Black Tarj stage da TribalTech 2011: Round Table Knights. Formado pelos suíços Biru Bee e Marc Benfay, o projeto já tem 10 anos de estrada, mas começou a despontar mesmo na cena mundial no ano passado, com os EPs lançados pelo selo Made to Play, consolidando esta ascenção no início deste ano, com o lançamento do álbum Say What?!. O RTK é classificado como house, mas não se engane: sua linha de som possui grandes influências de blues, jazz e até mesmo rock de garagem. O resultado disso é uma música com identidade própria e sonoridade interessante. Vejam como cai bem na pista:

    Só ele me convenceu a dar uma olhadinha no set deles dia 29, mas ouvindo o SoundCloud dos suíços barbudos pude ter certeza de que o seu trabalho é diferenciado:

    Latest tracks by Round Table Knights

    Naturalmente, o projeto está no Facebook e no Twitter, caso desejem curtir/seguir:

     

     

     

     

    E então, o que acharam? Vale ver o set na TribalTech? Fiquem ligados, nos próximos dias conheceremos vários artistas novos, de todas as vertentes. É abrir a mente e deixar a diversidade fluir!

  • A farsa Jesus Luz: até quando vamos aguentar?

    Qualquer pessoa que não passou os últimos dias na roça ficou sabendo da polêmica do último sábado envolvendo nossa figurinha carimbada Jesus Luz. Se você é das que não soube, resumo o causo: o “ex-brinquedinho da Madonna” (apelido carinhoso via @Tocadisco) foi convidado a ir ao Altas Horas para falar sobre sua carreira de DJ.

    Após uma entrevista “merchan” meio sem conteúdo, nosso mais famoso polêmica-star DJ foi fechar o bloco discotecando um pouco (Madonna, é claro!) e pronto… Assim que o video da participação caiu na rede, todo mundo foi analisar procurando defeito e batata! Aparentemente os LEDs do mixer e da CDJ não apareciam acesos, ou seja, era fake, um grande teatro. Confira comigo no replay:

    Imediatamente o assunto foi parar no Porra DJ, que esbanjou aumento de mais de 500% nas visitas diárias e uns 50.000 acessos sobre o referido post, e originou vários reblogs, como no Te Dou Um Dado, por exemplo. De prontidão, Serginho Groisman defendeu o seu convidado no Twitter, ao mesmo tempo que seu empresário apresentou justificativas mil nos meios de comunicação e enviou e-mails mal educados para blogueiros (PORRA!), promoters e casas noturnas que comentavam o assunto.

    Analisando com mais calma, de fato, o mixer estava ligado, vide este botão Cue do canal 3 aceso:

     

    Por fim, Gabriel Lucas do Factóide nos lembrou que dificilmente um DJ vai se apresentar de fato em um programa destes: além de não haver tempo suficiente para um verdadeiro DJ Set, a estrutura técnica de um programa de TV não permite “grandes coisa”. Bem, se o fechamento do bloco no Altas Horas foi fake ou não, realmente não interessa. Convenhamos: este fato só ganhou notoriedade por se tratar exatamente de Jesus Luz, alguém famoso por ser fake e embolsar mais dinheiro do que grandes gênios da profissão de disc-jockey. Então por que não aproveitamos o fato para reviver o debate?

    Senta que lá vem história… PORRA®!

    Tudo começa em 2009, quando o (até então) respeitadíssimo club Green Valley, tido pela DJ Mag como o melhor do Brasil e o terceiro melhor do mundo, o colocou para tocar no horário nobre do line-up. Tocadisco, DJ experiente e de carreira de projeção internacional estava presente e denunciou no Twitter. Fotógrafos que estavam presentes selaram o caso: foi fake. Pelo teatro, o garoto levou a bagatela de R$18.000,00. Para se ter noção, é mais do que grandes nomes como Trentemoller, Gui Boratto, Loco Dice e muitos outros já ganharam para tocar neste mesmo club.

     

     

    Alguns chegaram a dizer que ele seria a salvação da e-music, pois abriria os olhos de produtores de eventos e público para as farsas, mas o que vimos nos dois anos seguintes foi exatamente o contrário: muitas outras sub-celebridades gostaram da idéia e a cena house-pop-leiga foi invadida por ex-BBBs, atores, modelos e até ex-prostitutas achando que, da noite pro dia, viraram DJs. Tá aí mais uma vez o PORRA DJ que não me deixa mentir: o blog recebe mais de 5 denúncias diárias de dead acts e similares mundo afora e conta com um acervo de centenas e/ou milhares de posts sobre o assunto. Na onda, até uns tidos como DJs de verdade e TOP DJs internacionais já foram denunciados, incluindo o próprio Top 14 da DJ Mag, Steve Angello.

    A pergunta que temos que nos fazer é: o que precisamos fazer para moralizar novamente a cena?

    Algo tem que ser feito para expulsar estes charlatões do lugar que deveria estar sendo ocupado por quem estuda e se dedica para ser um bom DJ! Pode soar meio radical, mas PORRA! Atores que voltem para a televisão, modelos que voltem às passarelas e ex-BBBs que voltem… que voltem… que voltem ao ostracismo! E antes de culpar o público, vamos lembrar que quem vai nessas festas é o público leigo, que um dia antes estava no show do Luan Santana e no dia seguinte vai estar em um churrasco de universidade, ou seja, pessoas nem aí para a música que vão seguir o que tiver que seguir.

    Vamos culpar quem então? Donos de club, promoters, agentes? NÃO SEI. Está na hora de moralizar. Um levante de boicote aos clubs, encher seus twitters e facebooks de comentários negativos, sugerir artistas decentes, exigir seriedade por parte de quem promove o mercado do entretenimento noturno. Isso vale não só para quem contrata ex-BBB: podemos estender para qualquer tipo de evento, que adoram colocar pessoas não capacitadas a exercer o seu trabalho nas cabines.

    E então, quem está conosco?

    Post produzido especialmente para o PorraDJ, em parceria com Jesus Light.