Listas e premiações são abundantes na cena atual – parece que todo mundo quer eleger os melhores, mas a verdade é que poucas possuem prestígio. Uma das que vale a pena olhar é a do Prêmio RMC, que elege os melhores do ano em diversas categorias por um juri de embaixadores, e não pelo voto popular. Vale lembrar que nenhuma lista pretende alcançar uma verdade absoluta, são um resumo de opiniões de um certo nicho.
Dito isso, vamos conhecer agora os 5 melhores em cada categoria, segundo o Rio Music Conference:
Quem frequenta a cena já sentia isso ao longo do ano, mas agora é oficial: a retomada da cena eletrônica está acontecendo – e está forte. Os números apresentados pelo Rio Music Conference são incríveis, e deixam claro que investir em música eletrônica é um bom negócio sim.
Segundo o anuário do RMC, a arrecadação total passou de R$ 1,06 bilhão em 2010, para R$ 1,95 bilhão em 2011, é quase 100% de crescimento! O público dos clubs e festivais também cresceu: de 12,5 milhões no ano retrasado, para 19,5 milhões no ano passado – 56,6% a mais. Esse crescimento acabou impactando também o bolso dos artistas e o interesse dos patrocinadores: o investimento total com cachês passou de R$ 54,3 milhões em 2010, para R$ 97,8 milhões em 2011, e os patrocínios passaram de R$ 288 mi em 2010 para R$ 460,8 mi no ano seguinte (contemplando patrocínios em dinheiro, bonificação em bebidas e permutas de mídia). Confiram os gráficos:
Além dos números, os grandes eventos também demonstram esta crescente. Além dos nacionais estarem com força total – XXXperience e Club Vibe trazendo The Prodigy, Tribe retornando triunfalmente com a festa mais aclamada do ano, Kaballah introduzindo Sven Vath, Vitalic e Boys Noize na cena open air, Green Valley, Warung e D-Edge colecionando prêmios mundiais, a invasão de gringos mostra como o mercado aqui é promissor: Ultra Music Festival e Creamfields já completando alguns anos com edição brasileira, Lollapalooza e Sónar investindo por aqui em 2012 e principalmente a abertura do escritório tupiniquim da ID&T, que traz o Sensation, trará Mystery Land para cá e criará a nossa própria spin offOne Rio, são só meros exemplos de investimento internacional na nossa terra.
Diante disso, só nos resta dizer que o futuro é muito promissor. Ao menos até 2016 (período que engloba Copa do Mundo e Olimpíadas) o nosso mercado terá todos os holofotes do mundo voltados para ele. O nosso papel agora é aproveitar esses 4 anos para fazer um bom trabalho, que possibilite que a partir de 2017 o país se mantenha na rota dos grandes festivais e DJs.
O DJ holandês Fedde Le Grand anuncia que está cancelada sua tour pelo Brasil no próximo carnaval. No último mês ele passou por um processo cirurgico de urgência, e infelizmente sua recuperação não foi rápida o bastante para possibilitar sua vinda ao país na próxima semana.
Ele se apresentaria sábado no Green Valley, domingo na Masquerade Party em Florianópolis e segunda-feira no Rio Music Conference. Os eventos já buscaram os substitutos para o holandês: Abel Ramos em Camboriú, Richard Grey em Floripa e Felix da Housecat no Rio de Janeiro. Uma pena, mas infelizmente essas coisas acontecem. Melhoras ao DJ!
Haters já estão odiando, mas o inevitável aconteceu: domingo aconteceu o 54º Grammy Awards e Soony Moore, vulgo Skrillex, levou 3 dos 5 prêmios a que foi indicado.
O californiano abocanhou o prêmio nas 3 categorias voltadas para a música eletrônica a que foi indicado: melhor remix com a sua versão para Cinema, do Benny Benassi, e melhor canção dance/eletrônica e melhor álbum dance/eletrônica com Scary Monsters And Nice Sprites. E agora relembro o que falei quando noticiamos as indicações: ele e seu complextro podem não ser dubstep, ou até mesmo não ser uma música admirável, mas sem dúvidas estão abrindo portas para a e-music pelas quais os grandes artistas poderão passar nos próximos anos.
Acredito que antes de nos distinguirmos em techno, house, trance, dubstep, complextro e afins, todos somos da música eletrônica, e tudo o que alguém deste estilo conquista é nossa conquista. Sendo assim, parabéns Skrillex! Chegou aonde só gente do nível de Chemical Brothers e David Guetta já chegaram!
E agora só nos resta esperar sua apresentação no Lollapalooza Brasil em abril, para que o complextro invada nosso país, como já fez no hemisfério norte! Com a ajuda do Steve Aoki, que está bookado na XXXperience Curitiba e Kaballah Festival no mesmo mês e também toca bastante dubstep/complextro no set, podemos esperar uma revolução na cena neste ano de 2012!
Passado um mês do Universo Paralello 11 e ele ainda deixa saudades em todos que foram. Mas o legal é que maior festival psicodélico do país é, além desse momento único na vida de 15 mil pessoas, um expoente ímpar para os artistas que lá se apresentam. Um mês se passou desde que todos voltaram ao nosso universo padrão e alguns DJs já estão tirando bom proveito da oportunidade que tiveram, divulgando os sets tocados por lá.
O nosso amigo Rodrigo Gomes, fotógrafo e dono do blog RC Gomes, compilou dez sets do UP11 que já estão rolando na internet. Que tal passar a semana com esse pedacinho de Pratigi nos ouvidos? Confiram abaixo mais de 10 horas de som que rolou por lá na virada de 2011 para 2012:
Minutos atrás a XXXperience divulgou o line-up completo da sua edição de Curitiba de 2012. Confiram agora todos os nomes que se apresentarão na Fazenda Heimari dia 21/abr:
Steve Aoki Joachim Garraud Eddie Halliwell Neelix Captain Hook Fábio Fusco Khainz FREq Element Protoculture GMS Marc Romboy Agoria Umek Dimitri Vegas & Like Mike Oliver Huntemann Rolldabeetz Jjaw Aninha
Os ingressos já estão à venda pelo Alô Ingressos. Mais informações sobre o evento você pode enontrar no hotsite oficial.
Ultimamente tem sido comum ver DJs internacionais rasgando elogios para os clubs brasileiros, em especial os litorâneos. É fato que se somarmos uma estrutura de primeira ao verão inigualável do país o resultado é sensacional, mas muitos de nós sequer aproveitamos isso. Então que tal curtir um dos três melhores clubs do litoral do país? O Psicodelia.org pode te levar ao melhor club de praia de Santa Catarina, São Paulo ou Rio de Janeiro, confira abaixo como!
Nos clubs do sudeste, a promoção é fruto da nossa parceria com o Doritos, o snack mais gostoso que existe. Por conta dessa união, você pode concorrer a 5 pares de ingressos para o Sirena, e mais 5 pares de ingressos para a Privilège Búzios! Forte, hein? E pra concorrer é facílimo: basta curtir a nossa fanpage, preencher o formulário e torcer – o sorteio acontece amanhã às 15h! Clique nos flyers para mais informações sobre as festas.
Sorteio realizado! Para o Sirena de sábado, os vencedores são:
– Tabata Cristhie do Amaral
– Felipe Waldhelm da Costa
– Jefferson Ricardo de Morais
– Filipe Israel Pinto
– Augusto Bendini Junior
Parabéns! Graças à parceria Psicodelia e Doritos, seus nomes já estão na lista. Basta comparecer à BBqueria de DORITOS na Arena Mix, em Maresias, de 10hs as 20hs no dia da festa.
Para a Privilège de sábado, os vencedores são:
– Gabriel Rudá Soares Barroso
– Paulo André Ricci Viana
– Ariel Alves de Oliveira
– Devin Fellipy Tabor
– Leonardo Ançayara
Ainda estamos confirmando a forma de retirada dos ingressos – todos serão avisados o quanto antes.
Para o Warung Beach Club, são dois pares de ingresso, a exemplo da semana passada. Esta promoção é fruto de uma parceria também – desta vez com o pessoal do See One. A festa é sexta feira e o formato para participar é o mesmo: curtir nossa fanpage, preencher o cadastro e torcer.
Para o Warung de sexta, os vencedores são:
– Phillipe John Dalledone Kenny
– Aline Vicente do Nascimento
Parabéns! Graças à parceria Psicodelia e See One seus nomes já estão na lista. Basta chegar na portaria e apresentar documento para garantir a sua entrada, bem como de seu acompanhante (do sexo oposto!).
Em coletiva de imprensa minutos atrás, a ID&T Brasil anunciou que, em parceria com Playcorp (que já organizam o Skol Sensation), terá um novo mega-festival em 2012 no país: OneRio (ou One Rio, ainda não está claro).
Créditos: Alexandre Formagio
Apesar dos fãs clamarem por uma edição tupiniquim do Tomorrowland, a empresa alega que ele é exclusivo da Bélgica, por isso resolveram criar uma nova marca, para que esta seja conhecida como o grande festival brasileiro. Ainda temos poucos detalhes, mas podemos adiantar que acontecerá em outubro de 2012 e serão três dias de festa. Sobre line, naturalmente que é cedo para falar em confirmações, mas a organização promete nomes do quilate de Deadmau5, Swedish House Máfia, David Guetta, Tiesto. São esperadas 150 mil pessoas no evento, que deve acontecer na Cidade do Rock, palco do nosso velho conhecido Rock In Rio.
Além do OneRio, foi prometido também um Mysteryland e um Dirty Dutch (capitaneado pelo DJ Chuckie) para 2013.
Créditos: Alexandre Formagio
Confiram o comunicado oficial entregue aos presentes na coletiva de imprensa, que transcrevemos com exclusividade (por enquanto) a vocês:
Holandesa ID&T abre escritório no Brasil, anuncia plano inédito de incentivo à cultura e grandes festivais internacionais do seu portfólio
A ID&T, empresa holandesa fundada em 1992 e responsável pela organização dos mais conceituados festivais de música eletrônica do mundo, anuncia sua chegada ao Brasil. A nova empresa – ID&T Brasil – é fruto da parceria de sucesso de quatro anos com a Playcorp, agência que atua há 28 anos na criação e organização de alguns dos maiores eventos do país e ações promocionais. Juntas, irão promover por aqui os principais festivais do portfólio da ID&T e realizar iniciativas que incentivem a troca de conhecimento e experiências no universo musical.
“Somos uma empresa na vanguarda da experiência musical que visa à consciência humana e o impacto positivo na sociedade. Nossos mandamentos são trazer alegria, fazer o público se divertir e compartilhar o momento, sem que haja diferenças de uns em relação aos outros. É esse o conceito que permeará os nossos eventos no Brasil”, afirma Duncan Stutterheim, fundador da ID&T.
Para o primeiro ano de lançamento, a ID&T deve contar com investimentos no Brasil na ordem de R$ 40 milhões. Para os próximos cinco anos, a previsão é chegar aos R$ 250 milhões por ano com os festivais. A empresa, entretanto, tem planos que estão além dos eventos. “Queremos ser também um hub social e estimular o espírito criativo das pessoas, a tolerância e o desenvolvimento de uma nova visão coletiva para o mundo, resultando em um impacto positivo sobre a consciência dos jovens“, afirma Maurício Soares, gerente geral da ID&T Brasil.
Entre as principais novidades, a ID&T Brasil anuncia o lançamento do Nachtlab, o “laboratório da noite“. Sucesso na Holanda, o Natchlab é uma organização privada independente, que tem como objetivo promover a cultura noturna em todos os seus aspectos e incentivar a troca de conhecimentos e experiências no universo musical entre os participantes. Além disso, o “laboratório” estimulará o surgimento de novos talentos, incentivando startups ligados a este segmento a encontrarem seu espaço e se firmarem no mercado. A base do escritório do Natchlab será em São Paulo.
Além disso, o Brasil será sede de importantes festivais internacionais: o Mysteryland, já confirmado para 2013, e o Dirty Dutch, evento urbano indoor, capitaneado pelo DJ Chuckie, que explora a mistura entre diferentes estilos de música pop e eletrônica. Realizado desde 2005 na Holanda, o Dirty Dutch se tornou um hit de músicas dançantes. Hoje, reúne cerca de 20 mil pessoas a cada edição em Amsterdam.
Mysteryland. Créditos: divulgação.
O Mysteryland, um dos mais inovadores espetáculos de música e cultura eletrônica, é o festival mais tradicional da empresa, com 18 anos de história, e conta hoje com mais de 60 mil visitantes. Sua primeira edição ocorreu em 1993 em Lelystad, na Holanda. O festival multiplataforma oferece ainda uma experiência além da música, com performances, instalações de arte, área espiritual, comida típica de diferentes culturas, decoração, cinema, música alternativa, poetas contemporâneos e incentivos a novos talentos musicais (DJs).
Outro destaque da Mysteryland é o apoio a causas nobres para conscientizar seu público, englobando reciclagem, alimentação natural e orgânica, diversidade cultural, estímulo a artistas e à economia local, e preservação da natureza. Tamanha importância desse evento que até já gerou um spin off, gerando o famoso festival belga, o Tomorrowland, cujo videoclipe de 2011 já teve mais de 18 milhões de visualizações no YouTube em apenas sete meses. Para o Brasil, além do evento original como é conhecido em Amsterdam, já está em negociação também um spin off da Tomorrowland que promete ser o maior festival de música eletrônica do mundo e que será concebido especialmente para o país, levando em conta suas características culturais.
Reconhecida por realizar mais de 50 eventos por ano, que atingem 1 milhão de visitantes, a ID&T promove eventos em 26 países de cinco continentes ao redor do planeta, como Brasil, Bélgica, Chile, Espanha, Portugal, Rússia, Hungria, Suiça, Alemanha, Dinamarca, Áustria. O primeiro projeto no Brasil foi o Skol Sensation, que produziu com a Playcorp e, há três anos, reúne 40 mil pessoas vestidas de branco no Anhembi. Hoje, é considerado uma referência no calendário de eventos do Brasil e eleito pela mídia a melhor noite de São Paulo.
“Juntos realizaremos eventos que representam um marco no desenvolvimento do entretenimento brasileiro, oferecendo festivais inovadores, considerados uma nova concepção em espetáculos no País“, informa Fernando Elimelek, diretor geral da Playcorp.
Cenário promissor
A ID&T Brasil chega ao país em um momento promissor para o mercado de eventos. Somente em 2011, o País recebeu mais de 500 apresentações de bandas, cantores e grupos internacionais – seja em shows individuais ou nos grandes festivais realizados em solo brasileiro. O aumento foi de 116% em comparação a 2010, quando os brasileiros puderam acompanhar cerca de 230 shows.
Para Marcelo Flores, diretor da Playcorp, “se 2011 foi animador, fãs e o mercado podem esperar que 2012 seja ainda mais positivo, principalmente para os grandes festivais que rendem bastante divulgação e patrocínio. Nossa parceria tem construído cases vencedores, plataformas com poder de atração que jamais foram exploradas antes, motivo pelo qual ID&T Brasil vem com um DNA de inovação e conteúdo jovem que vai entregar uma nova experiência para o público e para as marcas que se associam aos diversos projetos da empresa“.
Estimulado por grandes eventos como Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016, este setor tem crescido exponencialmente, Com o crescimento da renda média mensal do brasileiro, o baixo preço do dólar e a crise dos demais países, os holofotes se voltaram para o Brasil. Segundo a Ampro, o faturamento do setor cresceu 15% em 2010. Prova disso é o investimento de grandes grupos de comunicação na criação de áreas específicas para cuidar do setor.
Confiram também a matéria feita pela Meio & Mensagem lá na coletiva de imprensa:
Notícia graças ao Alexandre Formagio e à nossa editora Karen, que retornou triunfalmente à ativa! 🙂
E eis que as eliminatórias do Circuito Techno & House CWB se encerraram. Após a última etapa, realizada no sábado passado na sede campestre da Sociedade Morgenau, temos o quarto finalista: First Class, projeto progressivo do DJ Diego Lima.
Sendo assim, temos já os 4 projetos que irão disputar a finalíssima no próximo dia 4 de fevereiro, desta vez no local original dos eventos – o Jockey Club do Paraná. Eis a lista dos finalistas:
FINAL
– Di Assunção – Bruna Nicolini & Natasha Palma – Succi – First Class
Para esta festa especial, três convidados! Um deles é Rodrigo Farinha, produtor e idealizador da Pantano Beat Recs. Um dos pioneiros da cena cuiabana, já rodou o Brasil tocando, sendo reconhecido como o melhor DJ local pelos nossos parceiros do Factóide, inclusive. Na seqüencia, mais dois grandes nomes: Marcelo Fiorela, residente do Soul Vision Festival, e Biro, o campeão do CT&H de 2011.
Além destes, todos os DJs concorrentes estão convidados a prestigiar a final, pois seus nomes estarão em uma lista VIP na portaria do evento. Para os outros que quiserem conferir, os preços são os mesmos das outras etapas – lembrando que mulher é free até 1h da manhã! No dia 7 de fevereiro teremos aqui uma matéria completa com o balanço do concurso, e os DJs participantes estão todos convidados a comparecerem na sede do nosso parceiro Yellow DJ Academypara conhecerem suas notas, e inclusive debater com os avaliadores o que pode ser melhorado para obterem sucesso em uma futura competição. Fiquem ligados!
Que o Brasil é um estaleiro de políticos corruptos e gananciosos não é novidade para nenhum de nós. Acostumados a ver estes seres desprezíveis criando formas e artimanhas para proibir as festas de música eletrônica, todos nós já nutrimos um asco especial com esta classe. Agora imagine que, em vez de proibir nossas festas, um político espertinho resolve se aproveitar delas para lucrar de forma corrupta uma cifra que chega à casa das dezenas de milhão? E como o povo reagiria a tal ato? Pois é, chegamos a um ponto em que não sei se seria melhor proibir logo, pois isso está acontecendo na Bahia – e os baianos não estão gostando nada disso.
A festa em questão é o Camarote Salvador – um dos mais requintados camarotes do carnaval baiano. Você deve estar se perguntando o que nós temos a ver com isso, certo? Bem, esse ano o line-up conta com nomes como Sander van Doorn, Roger Sanchez, Kaskade, Steve Angello… Sim, é um camarote com o foco na música eletrônica. Bom, voltando aos fatos. A Praça de Ondina (agora rebatizada popularmente como Praça dos Indignados) é um lugar público, no qual os cidadãos poderiam ir, vir, sentar, aproveitar o comércio e até mesmo ter acesso à Praia de Ondina. Um lugar como, sei lá, a Praça da Sé em São Paulo, ou então a Praça da Espanha em Curitiba: público. O problema é que desde o final do ano passado esta praça está fechada por tapumes para a construção do tal Camarote Salvador! Sim, todos os cidadãos estão proibidos de ir, vir, sentar, aproveitar o comércio e acessar a praia pelo local devido à construção deste empreendimento privado.
Antes e depois da Praça de Ondina
Mas tá, é um empreendimento privado, mas o carnaval é uma festa popular, certo? Porque as pessoas estão reclamando, em vez de ir curtir o evento? Bom, segundo o site oficial do evento, o ingresso está custando entre R$490,00 e R$990,00. POR DIA. E se você é um folião empolgado, pode aproveitar o passaporte promocional para todos os dias, pela bagatela de R$4.890,00. Ou seja, não é uma festa feita para o povo, infelizmente.
E vocês devem estar se perguntando… Cadê o poder público, para garantir ao povo o que é do povo? Então agora você entenderá porque iniciei o artigo falando de corrupção. Um dos proprietários do camarote é Luís Eduardo Magalhães Filho. Você pode até googlar, mas pensa comigo: Magalhães, bahia, corrupção, nome do aeroporto… Caiu a ficha, né? O cara é filho de Luís Eduardo Magalhães e neto do ACM, ou seja, um dos caciques da Bahia. Cláudio Tinoco, presidente do Saltur (Salvador Turismo), órgão que organiza o carnaval e concedeu a permissão para que o Camarote Salvador fosse construído lá pelo menos até 2015, foi uma indicação pessoal do netinho do ACM ao prefeito da cidade. Apresentados os membros da quadrilha fica fácil entender, né?
O legal é que o povo não está deixando barato: o Ocupa Salvador, movimento que visa lutar para que espaços públicos da cidade continuem sendo públicos, organizou um protesto pacífico na rua em frente à Praça de Ondina (afinal, a praça em si já está ocupada pelo camarote). Cerca de 400 pessoas compareceram e deixaram os policiais responsáveis pela segurança do local com um dia de folga, pois nenhuma ocorrência foi registrada. Na internet, pipocam diversos protestos contra a construção do camarote (exemplos aqui e aqui), especialmente no próprio Blog do Ocupa, que também organiza as manifestações off-line.
O movimento Ocupa Salvador
Ainda bem que todas essas pessoas são esclarecidas o suficiente para não ligar o fato negativo ao estilo musical tocado no Camarote da discórdia! Quando li sobre o caso, na hora eu imaginei ele chegando à mídia de massa como “protestos contra festa de música eletrônica em Salvador” ou qualquer outra manchete sensacionalista distorcendo os fatos. Para nós é uma vergonha que justamente o camarote voltado para a música eletrônica seja pivô deste imbróglio, o que nos leva a uma reflexão depressiva: o que é pior? Políticos proibindo nossas festas, ou usando elas como instrumento para lucrar milhões de forma corrupta?