Vazou hoje e está rodando a internet duas fotos, com o rider (lista de exigências) de Steve Aoki. O americano mostra que não é superstar apenas na postura de palco: suas exigências excêntricas são de dar inveja a muito rockeiro. A lista vai desde questões técnicas básicas, como mixer específico e CDJs 2000, a lista passa por todos os itens do espetáculo circense (champagne, bolo com logo da Dim Mak e o famoso bote são responsabilidade do contratante!), pelos confortos do camarim, trancável com chave e com Grey Gooses, e finaliza no extremo conforto do hotel, que não pode ser mais de 3,2km distante da festa, e é de escolha do artista.
A lista está sendo duramente criticada nas redes sociais, tanto que chegou a nós por intermédio de uma publicação raivosa no Facebook pessoal do D-Nox, mas é mais uma daquelas rages exageradas. Realmente, ao olhar isoladamente para o caso, parece revoltante, mas vamos lembrar de algumas bandas muito mais excêntricas que sequer são criticadas?
Paul McCarney, em seus últimos shows no Brasil, exigiu coisas como água engarrafada no monte Fuji e proibiu estampas de animais em qualquer parte do camarim, bem como mobília branca ou muito escura. O U2, apesar de todo o ativismo, não pensa nas criancinhas africanas na hora de ostentar seu rider: 1 tonelada de gelo, 75 BlackBerries, 14 camarins para amigos e parentes, 14 mil litros de bebidas, além de 9 carros de luxo – 3 Mercedes-Benz, 3 BMWs e 3 Chryslers. E se formos olhar outras bandas, coisas semelhantes ou piores aparecerão.
E aí pergunto: porque um DJ é tão criticado por exigir coisas semelhantes? Não é uma prática comum na cena há mais de 40 anos? Sem contar os que já associam as exigências ao tipo de som que ele faz. Uma coisa nada tem a ver com a outra! Já tivemos acesso ao rider do Richie Hawtin para a apresentação do Plastikman Live, e podemos afirmar: a lista é bem semelhante a essa. As pessoas precisam separar “o que eu não gosto” de “o que é uma merda“!
De qualquer forma, se seu inglês é bom, dê uma olhada na lista:
Nos últimos anos muito se discute sobre a popularização da música eletrônica. Desde a explosão de David Guetta o pop mainstream praticamente só usa bases eletrônicas, e com a santificação de Skrillex, deadmau5 e Tiesto nos EUA, isso só agravou-se. Festivais voltados à e-music, como o Electric Daisy Carnival estão superando os tradicionais festivais de rock, como Coachella. Ídolos pop e hip hop estão sampleando músicas da cena eletrônica, até então, underground.
Toda essa bagunça chamou a atenção dos medalhões da cena. No início deste ano Richie Hawtin analisou minuciosamente o caso, e foi otimista inclusive. Porém o que vocês verão hoje pode acabar com qualquer tipo de otimismo: o dubstep de Justin Bieber.
Pois é. Como todo produto da mídia que precisa de atenção da massa ignorante pra viver, Justin Bieber notou que seu conterrâneo Skrilex estava fazendo muito sucesso com o liquidificador de pregos, batizado de complextro, mas popularmente conhecido como dubstep. E não hesitou: “fez” um dubstep, com sua voz de bebê mal-criado por cima. O resultado eu me recuso a analisar. Apenas digo para tirarem as crianças da sala e darem o play abaixo.
Foram quase 40 inscritos, sendo a maioria de grande qualidade. A tarefa delegada aos 5 avaliadores não foi fácil: havia tanto material bom, que daria pra fazer um terceiro palco só com concorrentes do concurso, sem ficar devendo nem um pouco em qualidade. Porém, a proposta inicial permitia apenas dois ganhadores, e o veredicto final você conhece agora.
PALCO PSICODELIA
O escolhido para tocar nosso palco foi andréSAT, com o set abaixo. A escolha das tracks foi muito feliz, a progressão do set, que começa em 134 BPM e termina em 141 BPM, acontece de forma consistente, e ele apresentou um engajamento forte com o evento.
PALCO YELLOW
Para o palco amarelo, Push Pull foi o eleito. O set inscrito é o que está logo abaixo. Seu som foi condizente com a proposta do ambiente, ao mesmo tempo em que fugiu do óbvio que vem sendo tocado incessantemente nas festas.
MENÇÕES HONROSAS
Praticamente todos os inscritos possuíam qualidade digna de tocar em um grande evento, mas gostaríamos de separar alguns que se sobressaíram e inclusive ficaram no páreo para vencer.
Como um reconhecimento à qualidade dos que se inscreveram e acreditaram no seu próprio trabalho, todos estão convidados a comparecer no evento para prestigiá-lo. Basta apresentar na portaria o documento usado na inscrição e retirar o seu ingresso.
HORÁRIOS
Com os vencedores, o line-up se completa e podemos finalmente divulgar os horários. Eles foram definidos de modo a existir uma sequência lógica entre os estilos – lembrando que estão sempre passíveis de atrasos, mas lutaremos para que eles não aconteçam.
Que a cena está prostituída, isso não é novidade. O PorraDJ tá aí há mais de 2 anos nos esfregando na cara vergonhosas apresentações de ex-BBBs, atores globais, modelos e afins como “DJs”. Porém, ainda dá pra considerar a cena “salva”, pois esse tipo de booking geralmente acontece em clubs aonde o foco não é a música – casas com ingresso caro nas quais o público vai só para ostentar seu status quo, pedir champagne com fogos de artifício e torrar uma grana violenta, indiferente ao som que está tocando. Porém a coisa fica feia quando é um club tido como sério e melhor do Brasil que booka um pseudo-DJ.
Sim, estamos falando do Green Valley – eleito segundo melhor club do mundo pela DJ Mag em 2011 (e consequentemente o melhor do Brasil, tendo em vista que o primeiro mundial é o Space Ibiza). O superclub catarinense já enfrentou um mar de críticas por ter sido o responsável pelo lançamento da carreira de Jesus Luz em 2010: a segunda gig do brinquedinho da Madonna foi lá, recebendo um cachê de dezenas de milhares de reais e causando a ira no DJ Tocadisco, profissional de verdade que cedeu parte do seu horário no line-up para o modeléte.
Pois bem, a poeira baixou e o Gren Valley voltou para os eixos que o consagraram como um club respeitado. Continuou trazendo gente grande (e de verdade), como Axwell, David Guetta, Armin van Buuren, Trentemoller, Booka Shade, Sander van Doorn, o próprio Tocadisco, entre muitos outros. Tudo parece lindo novamente, até que o Grupo GV resolve dar outro tiro no próprio pé: dia 9 de junho, ao lado de Arno Cost, teremos a apresentação do DJ Mosey, nome artístico de Pierre Sarkozy. Pois é, este sobrenome não é uma mera coincidência, estamos mesmo falando do filho de Nicolas Sarkozy, ex-presidente da França.
Antes de sair atirando sem saber, fomos pesquisar. Afinal, vai que o cara é tipo um André Marques, que apesar de ser celebridade, toca de verdade? Mas não, ele é mais um Jesus Luz internacionalizado. Musicalmente falando, seu único feito notável foi emplacar o jingle de uma campanha publicitária na França. Como DJ, só tocou em casas como as que citei no começo do post, e seus videos no YouTube colecionam dislikes e críticas pesadas do povo francês. Na vida pessoal, já causou polêmica em seu país por viajar a lazer para o Brasil (vejá só que lindo) usando os seguranças oficiais de estado e dinheiro público, para alegria da oposição a Sarkozy (que inclusive foi eleita e assumiu o país semana passada). O mais revoltante dessa viagem é que nessa passagem por aqui o sr. Mosey fechou duas gigs, no Confraria Club e no Mynt Lounge, por módicos 30 mil euros. Pela cotação da época isso era mais de 75 mil reais!
Abram no YouTube e vejam quantos votos negativos. Depois peguem os comentários e traduzam no Google. Triste.
Pois é, não sabemos quanto o Green Valley está pagando no Charlie Harper francês, mas se era pra colocar um segundo headliner no dia 9 de junho, será que não valeria a pena valorizar alguém que toque de verdade? Não precisa ser calouro não, mas tem tanto DJ sério precisando de visibilidade. O GV se orgulha de ser o 2º melhor club do mundo, mas para esse título ter valor ele não pode pisar na bola assim! O mundo da música eletrônica só tem a perder com esse tipo de coisa, e quem está no topo e é referência para o resto do país não deveria jamais fazer uma coisa dessas!
Algumas semanas atrás já noticiamos o lançamento do line-up e início das vendas de ingressos da edição 2012 do Mysteryland Holanda, o evento que deu origem ao Tomorrowland. A novidade é que agora você pode comprar o seu pacote com desconto!
O funcionamento é simples: a Inside Music Land, empresa especializada em excursões para festivais no exterior, está vendendo pacotes competos incluindo passagens aéreas, translados, hospedagem e ingressos para o Mysteryland por preços que variam de EUR 1.560,00 a EUR 2.000,00. Se você comprar o pacote deles informando o código promocional PSICODELIA, você ganhará 5% de desconto. Não é nada, não é nada, pode significar mais de R$ 250,00 economizados! Presentão, hein?
O evento acontece em apenas um dia, no dia 25 de agosto, mas os pacotes são para estadia de 4 dias. Afinal, seria um desperdício ir a Amsterdam e não aproveitar a cidade nem um pouquinho, né? Então para de perder tempo, clica aqui e compra logo!
Entre os destaques da festa estão nomes como: Avicii, Loco Dice, A-Trak, Chuckie, Fake Blood, Goldie, Tiga, Martin Solveig, Dennis Ferrer, Simian Mobile Disco, Jeff Mills, Seth Troxler, Fedde le Grand, Hardwell, Speedy J, Porter Robinson, Headhunterz e muito, muito, muito mais!
O Sónar São Paulo foi um dos poucos festivais onde pôde-se ver realmente a música eletrônica sendo tratada como música, pura e simplesmente, sem qualquer necessidade de rótulo ou classificação. A denominação “Música Avançada” utilizada na legenda, que a princípio parecia arrogante para muitos, logo foi compreendida por quem pôde comparecer ao evento, e se justificou como uma das poucas maneiras de tentar explicar a complexidade e a variedade de todas as atrações selecionadas para os dois dias do festival. O que se viu no espaço montado no Anhembi em São Paulo foi uma pequena brecha do caminho que as novas tendências no mundo da música estão tomando, e a visão é muito otimista. Tem muita coisa boa vindo por aí!
É claro que a edição tupiniquim ainda não alcançou a mesma vanguarda que o festival original, realizado desde 1994 em Barcelona. Mas em comparação com o que temos visto no país nos últimos anos, este, com certeza, foi um passo importantíssimo para o amadurecimento desta cena. Provando que temos espaço, público e potencial para mais eventos de alta qualidade como esse, sem precisar apelar para um line-up recheado de mega estrelas, que vão vender mais ingressos, encher a pista e agradar a massa com o garantido mais do mesmo.
Aliás, a previsibilidade passou longe do Sónar São Paulo. Por mais que você não gostasse do som que algum artista estivesse apresentando no palco, era impossível não respeitá-lo, pois a autenticidade emanava de cada apresentação. E eram tantas ótimas opções, que nem dava para se frustrar por abrir mão de um ou outro artista que você tinha escolhido assistir, pois era fácil encontrar alguma outra atração tão interessante quanto nos outros espaços.
Outro fator que ficou muito claro no festival foi que cada vez mais será impossível separar o áudio do video em grandes apresentações. Isso já não é novidade há muito tempo, mas mesmo assim, foi a primeira vez que pôde-se ver isso com tanta intensidade e de tantas formas distintas reunidas no mesmo lugar. Em muitos festivais, que apesar de já investirem muito em telões de alta resolução, lasers e excelentes VJs, a parte visual acaba ficando muito generalizada, pois acabam utilizadas da mesma forma por todos os artistas. No Sónar, o que se viu em grande parte das apresentações foi o visual ser utilizado como um elemento indissociável do áudio, e cada performance aplicou isso de uma forma particular, em perfeita sincronia com a identidade do seu trabalho. Desde o aguardado 3D do Kraftwerk, ao explosivo palco de LEDs do Squarepusher, passando pelo ultra experimentalismo “pra-frentex” da dupla Alva Noto & Ryuichi Sakamoto e pela barulhenta e sensacional banda de pós-rock Mogwai, chegando até ao tradicional telão com projeções do Modeselektor, nenhuma dessas apresentações teria sido a mesma sem as intervenções visuais.
Nesse sentido, talvez a performance que mais tenha impressionado foi a do Justice. Você pode não gostar do som, achar pop, pasteurizado ou batido demais. Confesso que eu também fomos assisti-los sem botar muita fé na dupla, e esperávamos um show previsível e recheado dos hits que já estamos cansados de ouvir. Mas queimamos a língua, e não nos arrependemos nem um pouco. O que presenciamos foi um espectáculo visual de deixar o queixo caído, e de uma simplicidade que chega a dar raiva. Cada elemento que surgia no palco era muito bem pensado, sem precisar ser absurdamente extravagante, cada mudança de iluminação alterava completamente o clima da plateia, e um simples globo de espelhos conseguia transformar o pavilhão do anhembi num imenso céu estrelado e colocar toda a plateia exatamente no clima que a música pedia. Esse é o tipo de espetáculo que faz valer o seu ingresso, pois é impossível viver aquela experiência de qualquer outra forma. Se você assistir o mesmo show pelo DVD, pelo Youtube, ou mesmo se você estivesse passando lá pelo fundo do Anhembi, indo pro banheiro e resolvesse dar uma olhadinha de longe, nunca teria o mesmo impacto de estar imerso no meio da plateia e se deixando conduzir, tanto pela música quanto pelo visual. Muito provavelmente não teríamos gostado desse show somente pela música, pois convenhamos que o Justice já usou e abusou da sua fórmula hitmaker, mas o espetáculo como um todo foi realmente impressionante, e deixou claro o quanto a música está ficando cada vez mais visual. Esse é um caminho sem volta, ainda bem!
Por outro lado, James Blake foi a inovação musical mais impressionante, com seu live de deixar qualquer um de queixo caído. Sem nenhum aparato visual além das luzes de palco, apenas sua voz, seus sintetizadores e o acompanhamento de mais dois músicos para a base foram suficientes para ele ser classificado como o mais “forward thinking” do evento. Seu trabalho, que mistura sub-graves absurdos com melodias delicadas e uma voz afurtunada é único no mundo todo, e servirá de referência para muita coisa que virá pelos próximos anos. Assim como o show do Justice, é algo impossível de se entender pelo YouTube – era preciso estar dentro do Sónar Hall para sentir o grave vibrar em todo o seu corpo, e para atingir sensações extremas com a construção 100% ao vivo das músicas. Foi inesquecível!
Decepção musical foram poucas – dos que pudemos ver, Skream talvez tenha sido a maior. Aguardadíssimo pela galera “true” do dubstep britânico que odeia Skrillex, ele surpreendeu todo mundo ao mandar um som muito mais barulhento e desconexo que do americano. Ainda apelou para um Nirvana puro no encerramento, para tentar se salvar, uma pena. De resto, nada tão ruim que mereça ser criticado – de uma forma ou de outra, praticamente todos os artistas fizeram jus ao espaço que receberam no festival.
As falhas na organização do evento foram poucas, mas ficaram por conta dos grandes atrasos nos inícios das apresentações e na falta de informação dentro do espaço do Anhembi. Para quem chegava pela primeira vez no evento, era muito fácil se perder entre tantos corredores, e a falta de sincronia com os horários iniciais fizeram muita gente perder suas atracões favoritas. Uma ideia bacana para as próximas edições, seria instalar algumas telas parecidas com aquelas de aeroporto, indicando quais são as próximas atrações em todos os espaços, se houve algum atraso ou alteração, sem obrigar o público a perder tempo zanzando entre os palcos, apenas para ver se algum show começou ou não. Ou quem sabe um aplicativo de smartphone, caso um dia a gente consiga uma conexão 3G de verdade.
De forma geral, dá pra dizer sem medo: foi um dos melhores festivais que este país já hospedou. Ele mudará a cena brasileira de uma forma drástica e positiva, e os reflexos devem ser sentidos já nos próximos meses. E pra finalizar, um pedido bem pertinente de Camilo Rocha: “Um Sónar a cada dois meses, seria pedir muito?”.
Escrito a quatro mãos, por mim e Thiago Nakaguishi, da Yellow. Fotos por Christ e Thiago – cobertura completa na nossa fanpage, neste link.
O primeiro pré-line saiu na XXXperience: Dubfire, Format: B, Boris Brejcha, Avalon, Easy Riders, Killerwatts, Symphonix, Wolf & Lamb, Soul Clap, Pillowtalk e Crazy P. Dias atrás, pelo Facebook foram confirmados também D-Nox, Shadow FX e Danny Daze. E agora, mais 3 grandes artistas engrossam a lista: Stimming, Magda e Krome Angels!
Ainda tem mais água pra passar por debaixo dessa ponte, mas se você quer garantir sua estadia na “última festa” da Tribaltech pelo melhor preço, prepara o bolso:o lote promocional só será válido de 21 a 27 de maio! Durante essa semana, o ingresso pista sai por R$ 70,00, backstage por R$ 100,00, camarote feminino por R$ 120,00 e masculino por R$ 140,00. Depois disso, ingressos somente em julho, e por preços um pouco mais elevados. Os pontos-de-venda são os de sempre da Alô Ingressos – a lista é grande, mas você pode conferir no site deles.
Quem passa o verão em Ibiza já tem programa para as quintas-feiras da temporada 2012: Richie Hawtin, chefão da Minus e um dos pais do minimal techno, anunciou residência no melhor club do mundo (segundo a DJ Mag) em todas as quintas-feiras, de 5 de julho a 20 de setembro.
Hawtin tocando no Space Ibiza, na noite de Carl Cox.
Este é o primeiro “voo solo” do ingles-canadense, que sempre passou o verão de Ibiza tocando com Sven Väth na festa da Cocoon. A idéia é apresentar um pouco de três grandes interesses dele: música, tecnologia e… saquê! Isso mesmo, a bebida japonesa. Surpreendendo a muitos, Hawtin declarou estar treinando para ser sommelier de saquê, e decidiu encabeçar uma noite temática ligada à bebida em algum club de Ibiza. Como a idéia se aproximou muito da recém anunciada festa Kehakuma, do Space, a fusão foi feita e a noite se chamará ENTER.Kehakuma.
Chefão da Minus sendo flagrado em um Sake Bar no Japão.
A escolha pela quinta-feira foi para evitar competir com grandes festas, como as de Luciano, Carl Cox e Cocoon, mas inevitavelmente irá bater de frente com a noite Hot Natured, de Jamie Jones. Lembrando agora que temos uma filial da Space para ser aberta em Balneário Camboriú no próximo verão, não custa sonhar: já imaginou uma residência de Hawtin por aqui no nosso verão?
Falar de Infected Mushroom é uma tarefa muito difícil. Por mais de uma década, eles foram a referência maior do psytrance, e sem dúvidas os produtores e compositores mais talentosos que já passaram pelo estilo até hoje. Foram também o projeto da cena que foi mais longe no que diz respeito à popularidade, alcançando vendas, gigs e reconhecimento mundial invejado por muitos projetos semelhantes, o que lhes rendeu o 9º lugar no Top100 da DJ Mag em 2007.
E para nós, do Psicodelia, é especialmente difícil, já que foram eles uma das inspirações, há muitos anos atrás, para a criação do nosso simpático mascote que você vê ali na logo.
Pois bem, eis que neste mês eles lançaram seu 8º álbum de estúdio, Army of Mushrooms, pela Dim Mak. Lançar algo pela gravadora de Steve Aoki já é, por si só, de dar calafrios, mas OK, vamos atrás das músicas para conferer. Ao abrir o Beatport, o segundo choque: 3 músicas classificadas como electro house, 4 como dubstep e até mesmo uma como drum n’ bass e outra como glitch hop!
Ah, tem 4 psytrances também, mas a essa altura os cabelos já estavam em pé, e a sensação de que seriam os 12 dólares mais mal-gastos do ano começou a tomar conta. Mas OK, baixamos todas as tracks e começamos a pesquisar sobre o álbum – e vamos começar o review com esta parte, que merece muitos elogios.
PROMOÇÃO – DESENHE O POSTER DA TOUR THE UNVEILING
Junto com o álbum, foi lançada uma promoção para designers criarem o poster oficial da tour. Os prêmios incluem dinheiro (250 dólares), ingressos para um show do Infected, o poster litografado em três versões, sendo uma delas autografadas por Duvdev e Eissen, e a visibilidade global para o trabalho. Uma pena que o prazo para inscrição tenha sido curto (encerrou ontem, 15 de maio), mas ainda dá pra votar na favorita até semana que vem. A votação pública não será usada oficialmente, mas ainda assim ganhará visibilidade e alguns kits da Dim Mak e do IM. Todos os detalhes no site da Talent House.
SHOW ÁUDIO-VISUAL EM 3D
Na semana passada, os israelenses soltaram o segundo teaser da nova tour, que como você viu acima, se chamará The Unveiling. E com ele, uma surpresa: um palco próprio no melhor estilo Deadmau5 de ser, com efeitos visuais tridimensionais que irão interagir com o show. Se for como no video abaixo, ponto para a dupla!
O ÁLBUM
E agora vamos para a parte mais triste do lançamento: as músicas. Infelizmente a incursão do Infected por variados estilos acabou gerando um álbum que mais parece uma fusão de Felguk com Skrillex (pegando o lado ruim de ambos).
Os dubsteps são sofríveis e claramente produzidos por alguém que não vive o estilo – já tinhamos percebido isso com o single de U R So Fucked, lançado alguns meses atrás. Para facilitar a compreensão, é a mesma coisa que aconteceu quando ex-psytrancers resolveram que sabiam fazer techno ou prog house: não adianta, salvo raras exceções, o resultado soa como uma mistura ruim do estilo em questão com o psy. Pra não dizer que o dubstep deles é um completo desastre, a melodia de Wanted To até que se salva – mas o wobo wobo artificial acaba com tudo.
Os electro houses tentam seguir a linha do Felguk – mas não conseguem nem isso. Assim como nos dubsteps, parece que pegaram um psytrance, reduziram o pitch, enfiaram meia dúzia de timbres de electro ali e lançaram. Mais uma vez: não sou fã de electro, mas essas músicas não agradariam nem o mais ardiloso adorador da linha. O drum n’ bass, bem, é uma música do Foo Fighters remixada em drum n’ bass pelo Infected Mushroom. Preciso dizer mais alguma coisa? Acho que não né?
O glitch hop (The Messenger 2012) é a novidade boa: música extensa (mais de 10 minutos) extremamente viajante e com total cara de Infected Mushroom. Em alguns momentos ela lembra a ótima Heavyweight, do Vicious Delicious (2007) – vale ouvir. E os psytrances, bem… Infelizmente foram fortemente influenciados pela pegada Dim Mak do resto do álbum – alguns você até se pergunta se é realmente psytrance, ou um electro com BPM alto. Se for pra separar um que seja legalzinho, sugiro que fiquem com Drum n Bassa.
Enfim, Army of Mushrooms é uma decepção. Decepção tão grande, que deu até saudades do Infected Mushroom tocando rock com uma banda. Merece uma estrelinha apenas – pelas duas músicas boas e pelo audio-visual.
Quando você acha que o limite foi atingido com as matérias esdrúxulas do Fantástico e da Band ou com o filme surreal recém-lançado, eis que surge mais alguém para provar que a criatividade “jornalística” não tem limites.
Digo isso por ter me deparado com a seguinte manchete há poucas horas:
Não, não se trata do Sensacionalista ou do G17, não. É o Planeta Bicho, do Globo Rural, um blog sério, sobre animais, natureza e tudo mais. Um blog sério, afirmando que golfinhos morreram após usar drogas em raves!
Obviamente, trata-se de um título sensacionalista, feito para atrair cliques de leitores curiosos e engordar as estatísticas do blog. Após conseguir parar de rir, leia a notícia como um todo, verá que a coisa não é tão grave quanto parece: a chácara ao lado do zoológico foi alugada para uma rave e algum frito sem noção jogou drogas na água, as quais foram ingeridas pelos golfinhos, causando suas mortes.
E daqui a pouco vão dizer que temos complexo de perseguição, mas convenhamos: o pessoal abusa!