Autor: Mohamad Hajar

  • Ingresso Nacional sai do ar no dia das vendas do Dream Valley e irrita o público

    Hoje, 1º de agosto, é o dia em que iniciariam as vendas para o Dream Valley, o festival da Green Valley no Beto Carrero. Para uma festa que até agora não teve nenhum artista do line-up divulgado oficialmente, e o material à disposição do público é apenas um video mais-ou-menos e um arquivo em .pdf, seria normal não haver muito estardalhaço, certo? Ledo engano.

    Parece que o público, mesmo estando no escuro, empolgou-se de verdade com a idéia da festa no parque. Desde a meia-noite, quando iniciaram as vendas, o site do Ingresso Nacional alterna entre “instável” e “fora-do-ar”. Obviamente, quem tentou comprar seu ingresso desde a madrugada e ainda não conseguiu, está fazendo o que todo mundo faz quando sente-se lesado por uma marca: xingando muito no Twitter e no Facebook.

    Os comentários são aqueles que você já se acostumou a ver toda vez em que há uma revolta coletiva, até memes estão sendo criados em cima do assunto. De fato, é no mínimo falta de preparo se propor a fazer “o maior festival da sua vida“, esperar 40 mil pessoas e não ser capaz de colocar no ar um site que aguente as vendas do primeiro dia.

    Para efeitos de comparação, o Tomorrowland vendeu mais de 100 mil ingressos em 2 horas nesse ano, e o Rock In Rio vendeu cerca de 500 mil ingressos em um dia no ano passado – não dá pra aceitar a desculpa de que “o servidor não aguenta mesmo”. A Green Valley, que adora ostentar seus títulos de maior, mais votado e melhor melhor do país, deveria tomar cuidados simples como este, para não decepcionar todo um público que acredita nela e está disposto a madrugar para garantir a presença no seu evento cheio de superlativos.

    Público este que, confesso, não entendo. Uma festa sem line-up (estamos especulando muita coisa grande, de fato, mas nada confirmado!), com um pseudo-parque formado por três brinquedos ligados durante 5 horas, para 20 mil pessoas? A Tribaltech 4 anos atrás tinha 4 brinquedos durante 18 horas – e a festa montou um parque para o evento, não alocou um que já existe! Apenas isso somado a um conceito chupado do Tomorrowland está causando tanta ansiedade no público?

    De qualquer forma, devo dar os parabéns ao Grupo GV – estão conseguindo fazer milhares de pessoas pagarem por um produto que ainda nem conhecem, e pior: ficarem bravos por não conseguirem pagar! É um público bem cativo – mas no sentido real da palavra, que deriva de cativeiro. Mesmo com os sucessivos erros, eles mantém-se fiel à marca do vale verde, e a todo o pseudo-glamour que ela carrega.

    Comunicado Oficial

    Confiram a seguir a nota divulgada há pouco na fanpage da Dream Valley:

    A organização do Dream Valley Festival comunica que em virtude do alto volume de acessos simultâneos no canal de compra online, houve uma falha técnica no processo. Mas ainda hoje, 1° de agosto, até às 18 horas, as vendas deverão ser normalizadas através de um novo canal de vendas, o www.ingressorapido.com.br.

    Lamentamos o contratempo e informamos que a reabertura das vendas acontecerá com os valores de primeiro lote.

    Para quem optar por adquirir seu ticket em um ponto de venda físico, os ingressos estão à venda no Beto Carro World, das 10h às 16 horas, a partir de hoje.

  • Squat Stage #002 – Captain Hook (set, videos, fotos e review)

    Na sexta-feira passada, dia 20 de julho, cerca de cinquenta pessoas lotaram o lounge da Yellow para ter a oportunidade de conhecer melhor Reshef Harari, o Captain Hook. Por cerca de duas horas as pessoas bateram um papo com o Gancho, que respondeu perguntas dos presentes e de participantes que acompanharam a transmissão online.

    Por volta das 21h da noite, um intervalo e o lounge que antes continha várias cadeiras foi transformado numa intimista pista de dança com pouca luz, espaço para o público curtir como quisesse, cerveja gelada e… marshmallows!

    Estava montada a segunda ediçãoo do Squat Stage, parceria da Yellow com o Psicodelia que convida artistas da música eletrônica a mostrarem o seu “lado B“, aquelas músicas que sempre quiseram tocar, mas nunca tiveram uma oportunidade por existirem sempre questões alheias envolvidas (cachê, público, estilo da casa, andamento da noite e etc).

    Reshef abraçou a proposta e fez um set totalmente composto de dubstep e sonoridades próximas, segundo ele a primeira vez que tocou um set com esse som. O público presente ficou completamente catatônico diante da sequência de pedradas e estripulias de baixa frequência. Provavelmente a mesma reação das mais de mil pessoas que acompanharam a apresentação online.

    O Gancho não se preocupou muito em fazer um set acessível, mas teve o cuidado de mostrar possibilidades diversas, variando o clima dentro do estilo. Em momentos soltando os “face melters” de baixos médios ao estilo americano de dubstep barulhento, mas também tendo o cuidado de mostrar que sabe de onde toda a história surgiu, misturando grime, glitch hop, músicas letárgicas com mais espaço para o subgrave agir e as influências jamaicanas que foram essenciais para a construção do gênero.

    Ao final da noite tínhamos a certeza de termos feito a diferença, quem esteve presente pode sentir, o Squat Stage é uma iniciativa forte e vai mexer com os conceitos fixados na cena.

    Obrigado a todos os presentes, obrigado a todos que acompanharam online.

    Fiquem espertos que ainda temos muitas surpresas por vir.

    Videos do Workshop:

    Áudio do set tocado no Squat Stage:

    Video do set tocado no Squat Stage:

    Cobertura fotográfica completa:

    Clique aqui!

  • Mac OS Mountain Lion pode afetar funcionamento de equipamentos da Native Instruments

    A Native Instruments, famosa por ser a fabricante do Traktor, o software de DJing mais popular do mundo, é também fabricante de diversos diversos hardwares voltados para DJs e produtores, desde controladoras (como a Kontrol S4) até placas de som eternas (a família Audio X DJ). A empresa sempre foi respeitada por oferecer produtos de qualidade e que não falham, algo essencial para um artista que se apresenta ao vivo e não pode jamais deixar o som parar. Por isso, ela identificou um problema que pode dar dor de cabeça aos seus clientes no futuro breve e já está se antecipando.

    Em e-mail enviado a todos os seus clientes hoje, a fabricante informa que alguns dos seus equipamentos poderão ter seu funcionamento afetado nos MacBooks de última geração – trata-se de uma incompatibilidade com duas novidades que devem invadir o mercado nos próximos meses: a porta USB 3.0 e o Mac OS 10.8 Mountain Lion. Para contornar o problema, eles estão desenvolvendo novos drivers compatíveis com estas tecnologias, e hoje disponibilizou para download a primeira versão beta deles. Portanto, se você é DJ e utiliza um MacBook Air ou MacBook Pro com a nova porta USB ou o novo sistema operacional da Apple, confira se o seu equipamento está na lista abaixo. Caso esteja, corra para este link e baixe o driver mais recente e evite que seu set falhe diante de uma pista cheia 😉

    • AUDIO 2 DJ / AUDIO 4 DJ / AUDIO 8 DJ 
    • AUDIO KONTROL 1 
    • GUITAR RIG MOBILE 
    • GUITAR RIG SESSION 
    • KORE 1 
    • RIG KONTROL 2 / RIG KONTROL 3 
    • TRAKTOR AUDIO 2 
    • TRAKTOR KONTROL S4 
  • Dream Valley: saiba tudo sobre o festival da Green Valley no Beto Carrero

     
     
    Foi com esse vídeo “sem sal” e muito aquém do esperado que a Green Valley abriu, hoje pela manhã, a coletiva de imprensa promovida no parque Beto Carrero World, em Santa Catarina, para divulgar os detalhes do festival que acontecerá por lá entre os dias 16 e 17 de novembro e que promete (e realmente tem potencial) ser um dos grandes eventos do ano no calendário nacional da música eletrônica.
     
    O evento, até então referido como festival-da-Green-Valley-no-Beto-Carrero agora tem nome: se chamará Dream Valley e, apesar de a assessoria não confirmar, temos informações de que o trio Sweedish House Mafia está entre as principais atrações da festa, bem como as especulações de gente como deadmau5 e David Guetta. Com a proximidade do Creamfields Buenos Aires (10 de novembro) e do SWU (na mesma semana), podemos esperar muita gente grande em tour no continente.
     
     
    Apesar do senso comum já atribuir a organização do festival ao Grupo GV (os idealizadores), eles não estão sozinhos na empreitada: o Grupo RBS e a agência 3Plus também assinam a produção. Importante notar que o Beto Carrero World não faz parte da organização, tendo apenas cedido seus mais de 14 milhões de metros quadrados para a realização do evento, que espera cerca de 20 mil pessoas por dia.
     
    Quanto a artistas, apesar de nenhum nome ter sido confirmado, a quantidade prometida é de mais de 20 DJs, divididos em dois palcos: Dream Stage, o palco mainstream-comercial, assim como é a pista principal da Green Valley, e o Mystery Stage, voltado para o underground, com artistas que costumam figurar na Pista 2 e em outras casas da região. O primeiro deverá receber os blockbusters citados anteriormente (Swedish House Mafia, deadmau5 e David Guetta) e o segundo os artistas underground de selos como Cadenza e Tríade, dois grandes parceiros do Grupo GV.
     
    E uma festa no parque não faria sentido sem brinquedos, certo? Por isso, serão abertos 3 brinquedos do Beto Carrero World entre as 20h (horário de abertura dos portões) e a 1h da manhã – o ingresso será mais caro. Falando em ingressos, são 3 tipos: pista, pista VIP e camarote – todos eles podem ser casados com o passaporte do parque ou não, e todos eles poderão ser adquiridos no formato passaporte, válido para os dois dias. Os valores serão divulgados quando as vendas iniciarem, em 1º de agosto, pelo site Ingresso Nacional.
     

    Serviço

     

  • Gui Boratto irá produzir música com colaboração do público

    As marcas de bebidas premium estão cada vez mais percebendo o nicho interessante que a cena eletrônica representa. Tem sido comum ver marcas como Heineken, Absolut, Red Bull se associando à imagem de grandes DJs/produtores e eventos – e agora foi a vez da Smirnoff fazê-lo, em uma campanha focada no Brasil: Smirnoff Music Mob.

    O funcionamento é simples: no último fim-de-semana, foram espalhados vários instrumentos pelas ruas de São Paulo e Rio de Janeiro. Neles, as pessoas eram convidadas a se expressar utilizando-os. Todo o conteúdo gerado pelos populares foi entregue a ninguém menos que Gui Boratto, que irá produzir uma música utilizando estes fragmentos.

    Campanhas desse tipo são excelentes para a cena: mobilizam o público, reforçam a imagem dos grandes artistas e, principalmente, derrubam o mito de que música eletrônica é só um punhado de barulhos aleatórios. Confiram neste link as fotos tiradas durante as captações, neste link a fanpage oficial da marca, e abaixo o video promo da campanha:

    Dica do Naka, da Yellow!

  • Chemical Brothers assina música oficial das Olimpíadas de Londres 2012

    A cada 2 anos, um grande evento esportivo mexe com o mundo todo, desde economias até cenários de entretenimento. Estamos falando de Copa do Mundo e Olimpíadas. Para o mundo da música, sempre existe a expectativa principalmente quanto a quem toca nas cerimônias e quem assina tema oficial. E os Jogos Olímpicos de Londres 2012 estão propondo uma inovação bem grande nessa área.

     

    O conceito da sonorização do evento é baseado no “estado de espíritos” dos atletas de cada esporte – são 5 tipos diferentes: energy, primetime, heritage, extreme e world stage. Os títulos são um pouco confusos e não me atrevi a traduzi-los, sob risco de compreender errado, mas com exemplos fica fácil sacar: heritage deve tocar durante competições tradicionais como Tenis em Winbledon, extreme durante esportes radicais com BMX, e assim por diante. Estas listas totalizam 2012 músicas da Universal Music (com quem a organização possui contrato de liberação de direitos autorais – fato inédito), e são encabeçadas pelas músicas-tema do evento. Sendo assim, não haverá apenas uma canção oficial, mas 5. Os artistas que assinam são Muse, Elton John, Delphic, Dizzee Rascal e, para nosso orgulho, The Chemical Brothers.

    A track dos irmãos químicos será o tema da lista “energy”, e apesar de ter seu lançamento marcado para o dia 30 de julho, já caiu na internet, pois foi tocada na Radio One da BBC ontem. Confiram o rip de Theme For Velodrome:

    E um bônus para a e-music? Todas as músicas que serão tocadas durante a cerimônia de abertura dos jogos foram produzidas pelo Underworld. Se você acha que não conhece, sugiro dar o play abaixo:


    Ahhnn, é a música do Trainspotting!

  • Chemical Brothers assina música oficial das Olimpíadas de Londres 2012

    A cada 2 anos, um grande evento esportivo mexe com o mundo todo, desde economias até cenários de entretenimento. Estamos falando de Copa do Mundo e Olimpíadas. Para o mundo da música, sempre existe a expectativa principalmente quanto a quem toca nas cerimônias e quem assina tema oficial. E os Jogos Olímpicos de Londres 2012 estão propondo uma inovação bem grande nessa área.

     

    O conceito da sonorização do evento é baseado no “estado de espíritos” dos atletas de cada esporte – são 5 tipos diferentes: energy, primetime, heritage, extreme e world stage. Os títulos são um pouco confusos e não me atrevi a traduzi-los, sob risco de compreender errado, mas com exemplos fica fácil sacar: heritage deve tocar durante competições tradicionais como Tenis em Winbledon, extreme durante esportes radicais com BMX, e assim por diante. Estas listas totalizam 2012 músicas da Universal Music (com quem a organização possui contrato de liberação de direitos autorais – fato inédito), e são encabeçadas pelas músicas-tema do evento. Sendo assim, não haverá apenas uma canção oficial, mas 5. Os artistas que assinam são Muse, Elton John, Delphic, Dizzee Rascal e, para nosso orgulho, The Chemical Brothers.

    A track dos irmãos químicos será o tema da lista “energy”, e apesar de ter seu lançamento marcado para o dia 30 de julho, já caiu na internet, pois foi tocada na Radio One da BBC ontem. Confiram o rip de Theme For Velodrome:

    E um bônus para a e-music? Todas as músicas que serão tocadas durante a cerimônia de abertura dos jogos foram produzidas pelo Underworld. Se você acha que não conhece, sugiro dar o play abaixo:


    Ahhnn, é a música do Trainspotting!

  • Squat Stage #002 – Captain Hook

     

    Depois do grande sucesso da edição #001 do Squat Stage, com Rolldabeetz, temos o nosso primeiro convidado internacional, para a segunda edição. Reshef Harari, conhecido popularmente como Sheff, ou Captain Hook, fará um set exclusivo ao vivo para nós na próxima sexta-feira.

    Reshef ganhou notoriedade na cena psytrance com seu primeiro projeto, o Quantize, no qual tocava ao lado de Adi Ashkenazi (que hoje toca solo também, como D-Addiction). Em 2011, após a separação, lançou a alcunha Sheff para tocar algo entre techno e prog house, e a alcunha Captain Hook, para tocar psytrance progressivo.

    A explosão do Capitão Gancho foi muito rápida. Os que tiverem mais memória com certeza se lembrarão que exatamente 1 ano atrás, em julho de 2011, nós trouxemos ele pela primeira vez para Curitiba, numa parceria com o Danghai Club, e não mais do que 400 pessoas estiveram lá prestigiando. Poucos meses depois, ele era o nome mais aclamado da Tribaltech, e logo em seguida da Kaballah Circus e da XXXperience Curitiba. Nesta sexta, 1 ano depois, ele com certeza lotará o Danghai, em sua apresentação logo após participar do Squat Stage.

    O evento acontece no dia 20 de julho, sexta-feira, às 21h. Será na Yellow DJ Academy, e a partir de amanhã iremos divulgar como fazer para estar presente. Para quem não for, transmitiremos ao vivo pelo site, neste mesmo post.

  • Review: Tribe 50 Edições

    A chuva, o maior vilão das open airs. Com esta frase, podemos resumir qual era a sensação das mais de 30 mil pessoas presentes no Helvetia no último sábado. É muito triste ver um evento que foi montado por meses, com muito cuidado, profissionalismo e amor, ser tão castigado pelo tempo. Apesar dessas dificuldades, a Tribe 50 Edições aconteceu do começo ao fim, e da melhor forma possível – um show de organização. Pois bem, vamos aos detalhes.

    ESTRUTURA

    A estrutura estava muito bem montada – e a chuva foi o teste de fogo para ela. Com exceção à decoração do palco Solaris, que cedeu e foi ao chão durante a apresentação do Eskimo (sem afetar o som e nem atingir qualquer pessoa – ela ficava atrás da área “útil” do palco), toda a estrutura aguentou firme até o final. Até Alex Grey, uma das maiores estrelas do evento, acabou prejudicado pela água que desandava: seu live painting só iniciou pela manhã, no final da festa, por questões de segurança.

    Deu pra perceber que a organização levou a previsão do tempo a sério, pois eram abundantes as áreas cobertas. Uma pena que a estréia da tenda conceitual do Tribe Club tenha acontecido justamente em um dia de chuva – por muitas vezes nos pegamos preferindo a velha tenda branca sem graça, mas que é impermeável. Falando nos palcos alternaticos, geralmente festas com muitos ambientes costumam dar menos atenção aos menores, mas não foi o caso da Tribe: cada um dos 4 palcos tinha estrutura digna para ser uma festa sozinho! Todos os sound systems muito bons e as decorações, condizentes com as propostas. Nenhuma das pistas tinha frontstage, e camarotes, apenas o Big Room possuía. Inclusive, este ambiente desfrutava de um banheiro de dar inveja a muita balada do centro da cidade: um projeto da Recon Eventos que torcemos muito para que se torne a realidade da pista num futuro breve.

    CENOGRAFIA

    A Tribe sempre se diferenciou dos outros núcleos pela decoração psicodélica muito bem executada – e dessa vez não foi diferente. Pela primeira vez, dois palcos com tenda de lycra (Solaris e Tribe Club), cada um condizente com seu estilo, e com sua beleza incontestável. No Big Room, uma pirâmide de painéis de LED formou um telão interessante, com um ótimo trabalho de VJing por trás. No Domo, eram as luzes e lasers que formavam a identidade da pista.

    No Solaris, claro, o maior destaque do visual da festa: Star Dancers, a tela que Alex Grey iniciou na Tribe 7 Anos e iria continuar nesta. Apesar de ter sido aberta e trabalhada por Alex apenas no período da manhã, ela sem dúvidas deu vida para a pista.

    ARTISTAS

    É humanamente impossível assistir a todos as apresentações de uma festa com quatro palcos, então me limitarei a falar dos artistas que vi ou ouvi comentários. Se eu não falei de alguém que você acha que merece nota, por favor, enriqueça este review nos comentários!

    No Palco Solaris, o psytrance dominou do começo ao fim – ou ao menos deveria. Digo isso porque Eskimo estrapolou todos os limites do ridículo e fez uma das piores apresentações que já presenciei na minha vida. Misturando o seu já esquisito full on hi-tech com electro, dubstep e rock, pudemos ouvir alguns atentados aos bons costumes como um mash up de I Wish (Infected Mushroom) com Scary Monsters and Nice Sprites (Skrillex) e um remix de Foo Fighters. Deprimente, acabou até valorizando a entrada do Growling Machines. Falando no duo-enjoy-the-silence, estão com músicas novas e boas, pasmem! Obviamente tocaram todos os hits que o povo queria cantar junto, mas ponto positivíssimo para as novidades apresentadas! Caindo os BPMs, Ace Ventura tocou o progressivo reto e viajante de costume, Coming Soon surpreendeu a todos e botou a pista abaixo, Day Din fez mais um repeteco do seu sonzinho manjado – se não renovar o repertório cairá no esquecimento logo logo, e Captain Hook mais uma vez com o mesmo diagnóstico: excelente liveset de progressivo, mas com um dubstep “intruso” estragando as músicas.

    Migrando para o Tribe Club, começamos a acompanhar as coisas por lá com um velho “conhecido” nosso: Victor Ruiz. Sem telão para passar seu audio-visual, Ruiz abandonou também a alcunha “live” e fez um set que podemos chamar de “Greatest Hits do techno 2007-2012”. Aliás, eu não entendo por que em São Paulo 9 em cada 10 DJs tem que tocar Rubin – uma música de 2006 que o próprio Stephan Bodzin, produtor dela, já falou que não toca mais em lugar nenhum do mundo, exceto no Brasil. De qualquer forma, Ruiz fez um bom set, mas com muitos “clássicos” e poucas novidades. Em seguida, Pirupa deixou o som mais monótono e acabou perdendo boa parte do público para a joelhada de Anderson Silva. Após ele, foi a vez do residente Gabe, que apesar de estar seguindo uma linha completamente disco em suas produções, acabou brindando o Tribe Club com um pouco da sua linha mais antiga, com mais peso. Seguindo a noite, Du Serena e Dahan fizeram um set muito envolvente e interessante, abrindo para aquele que deveria ser um dos principais da festa: Sascha Braemen.

    E aí que vemos como a organização do line-up é essencial para o bom andamento da festa e para a imagem do artista. Sascha estava claramente na hora errada e no lugar errado. O seu som é extremamente minimalista e seco, com certeza faria muito bonito no Domo às 3 horas da manhã. Porém, ele acabou tocando no Tribe Club, logo antes do ídolo maior do público da Tribe, Boris Brejcha. Obviamente que as pessoas que estavam ali ansiosas para ver o mascarado arregaçar a pista com seu som pesado e maluco não gostaram nem um pouco da delicadeza do trabalho de Sascha, e o veredicto final das pessoas foi que ele teria sido o pior DJ da festa. Seguindo o baile, foi a vez do techneiro mais hypado do Brasil. Com sua tradicional máscara joker, Boris fez um excelente liveset, com muitas músicas novas, mantendo a sua característica. Era visível a empolgação do público enquanto o alemão tocava! Por sorte a sequência tinha Layo & Bushwacka, uma dupla com cacife pra segurar esta pista.

    Finalizando o Tribe Club, vale relatar mais um erro que vem sido cometido e está rifando um ótimo projeto. A cada vez que vou a uma festa que tem D-Nox & Beckers eu percebo o quão ruim é para eles ter o set solo do D-Nox já na sequência. Digo isso porque o som da dupla sempre foi mais progressivo, introspectivo. É muito bem produzido e executado, mas quando D-Nox assume e faz o seu set de techno arrasa-quarteirões, com direito a Mind Dimension e tudo mais, a sensação do público é que sozinho ele é muito melhor – quando na verdade os estilos são diferentes. Os dois sets foram excelentes, e precisam ser melhor posicionados no line-up, para que recebam o reconhecimento que merecem.

    Adentrando a House Village, pouco temos a dizer, pois pouco vimos desses ambientes. Na Big Room, carinhosamente apelidada pelos sulistas de “Green Valleyzinha”, Glenn Morrison mostrou porque era parceiro de Deadmau5 no início da carreira – som reto, pesado e sem firulas. EDX foi péssimo, parecia que havia um rádio ligado na Jovem Pan. Duty foi uma excelente surpresa, com um som reto, intercalado por breaks hipnóticos. Killer On The Dancefloor infelizmente bancou o Moisés da festa, e esvaziou a pista com seu som fora de contexto. No Domo, o cancelamento do dOP (pra variar) acabou deixando a pista sem um dos principais nomes, mas ainda assim Tale Of Us, Renato Ratier, Beckers e Noir mantiveram o alto nível no ambiente, que também ganhou um apelido dos sulistas: “Warunguinho”.

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    A Tribe 50 Edições foi uma festa muito bem executada, com um line-up de respeito, mas que infelizmente deu azar com relação ao tempo. Ainda assim, foi um final de semana divertido e proveitoso, mas era impossível esconder a sensação de “poderia ter sido melhor se não chovesse” ao final da festa. Uma pena, mas vem aí a edição 51 para reverter este quadro, né?

  • XXXperience confirma data e primeiros nomes da edição de 16º aniversário

    E os grandes festivais do segundo semestre começam a revelar seus detalhes. Hoje foi a vez da XXXperience, que divulgou alguns artistas do line-up, bem como a data e outras coisas menores relacionadas à XXX16, intitulada Festival do Amor.

    Os 8 artistas divulgados são: Umek, Stephan Bodzin, Sesto Sento, Day Din, Element, Gustavo Bravetti, Animalis e Marco Carola – sendo os dois últimos, inéditos no evento. Para um primeiro line-up, está de bom tamanho. Podemos esperar mais algumas dezenas de artistas, e alguns deles até maiores do que os já anunciados.

    O evento acontecerá no dia 3 de novembro, na tradicional Arena Maeda. Os ingressos terão uma venda promocional por uma semana, na XXX Week (uma “evolução” do antigo XXX Day), entre 6 e 12 de agosto. Lembrando que nesta edição não haverá front stage e backstage: o ingresso padrão (Global Ticket) dará acesso a todos os palcos!