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  • Comunicação – o maior problema das festas brasileiras

    Era da Informação. O jargão preferido de 10 entre 10 publicitários, mercadólogos, marqueteiros, analistas de social media para nomear o momento em que vivemos. Como não somos um site de comunicação e marketing, não me alongarei muito dizendo o óbvio: hoje em dia o principal meio de comunicação entre marcas e consumidores é a internet, e o veículo do momento é o Facebook. As festas de música eletrônica do país já aprenderam isso – vide o crescente investimento em Facebook ads e Google AdSense/AdWords, em detrimento a flyers, cartazes e outras mídias tradicionais. O problema, é que eles faltaram algumas aulas, e estão ignorando alguns fatos importantíssimos relacionados ao mundo da internet e das mídias sociais.


    Facebook: você está usando isso errado.

    USE A FERRAMENTA DA FORMA CORRETA

    VOCÊ NÃO É UM GRUPO

    Parece ridículo começar pelo básico, mas vocês sabem que é necessário. Ao contrário do Orkut, o Facebook é uma ferramenta incrível para marcas de todos os ramos. Ele possui diversas formas de comunicar cada coisa, possibilitando até a não-existência do tal “site oficial” em alguns casos. Porém, existem festas que ainda não aprenderam a usar estas maravilhas – e nem fazem questão, pelo jeito.

    É muito comum ver DJs e eventos criando grupos para auto-promoção, em vez das corretas fanpages. Por que grupos são ruins? Bem, a começar pela forma de ingresso: forçada. Um dia você acorda, abre seu Facebook e descobre que foi adicionado a um grupo desconhecido, que está lotando sua caixa de notificações com spam. Qual a sua primeira impressão da “marca” – seja um DJ ou uma festa? Sim, péssima. Você não pediu para estar ali, você talvez até fosse gostar dela, mas a invasão já te causou uma primeira repulsa.

     


    50% das minhas notificações são assim.

     

    Fanpages são ótimas, pois são de adesão espontânea. É muito mais difícil conseguir fãs do que membros em grupos, mas acredite: o fã é fã mesmo, e faz questão de receber cada um dos seus conteúdos.

    O MEU ROSTO NÃO ESTÁ NO SEU FLYER

    Outro vício dos “promoters” da cena é marcar o máximo de pessoas possíveis em uma foto. Bem, o recurso de marcar fotos foi criado para identificarmos nossos amigos em uma foto que publicamos, como um aviso de “esse aqui é o fulano” para o público geral – será que é tão difícil assim compreender que ele NADA tem a ver com divulgação de eventos?

    Marcar 50 amigos em um flyer não trará resultado. Destes, alguns exigem aprovação para a marcação ser efetivada – sua marcação ficará eternamente pendente em uma lista de aprovações e você jamais saberá. Outros ficarão putos, pois zelam pelo seu perfil e não gostam quando abrem seu álbum de fotos e vêem mais imagens de flyers alheios do que fotos próprias. Alguns ficarão mais irritados ainda pois sequer simpatizam com a sua marca ou a apoiam, e você usou de uma falha do Facebook para divulgar seu evento para os amigos dele – quase um estupro.


    Você acha mesmo que estas 50 pessoas gostaram de ser marcadas? Isso vai fazer elas irem na festa?

    Esta prática tanto é mais grave que a outra, que é uma infração às regras do Facebook. Minha sugestão? Toda vez que for marcado em uma foto indesejada, denunciar como spam no ato. Acredite, funciona – em alguns dias o meliante ficará proibido de marcar qualquer pessoa em fotos (e ainda irá reclamar na timeline, xingando o Facebook pelo absurdo).

    A PERSONALIDADE DA MARCA

    Saindo do “Facebook for dummies” e entrando agora em conceitos mais avançados, alguns organizadores se esquecem que uma marca tem personalidade. Quando você vai a uma Tribe, você está indo a uma Tribe, e não à “festa-do-Du-Serena“. Aliás, boa parte do público sequer sabe que aquele meninote que sempre toca nas Tribes é, na verdade, o dono da festa. O fato é que as festas estão se esquecendo que a sua marca nem sempre é você, e o maior reflexo disso é vermos fanpages oficiais tornando-se extensões do perfil pessoal do dono – ou pior ainda: do estagiário de mídias sociais.

    O QUE VOCÊ DEFENDE? O QUE VOCÊ CONDENA?

    Não só para internet, mas para a comunicação como um todo, é importante definir quais valores são defendidos e condenados pela marca. Falando especificamente do mundo da música eletrônica, é importante as marcas decidirem seu posicionamento diante de temas polêmicos da nossa cena, como por exemplo: descriminalização das drogas; DJs celebridades; dead-acts; mainstream vs. underground.

    Não é feio assumir uma posição neutra, como dizer que tanto mainstream quanto underground possuem seu espaço e seu valor e devem coexistir, mas é obrigatório ter uma opinião formada sobre cada assunto. E antes de definir qual é a opinião, lembrar que uma grande marca é uma grande formadora de opiniões, e uma publicação mal explicada pode causar danos irreparáveis – tanto para si própria, quanto para terceiros. Ataques geralmente devem ser muito bem planejados, ou então reservados para os perfis pessoais dos donos. Vale sempre lembrar: Quem tem Aoki de vidro, não joga pedra na House Mafia do vizinho!

    QUEM É VOCÊ, AFINAL?

    Sua festa é mainstream? Roots? Underground? Eclética? Deixe isso CLARO para o público. Infelizmente, a cena está cheia de gente intolerante, e xiitas do psy odeiam quando o low bpm (sic) invade suas festas, assim como o pessoal do electro acelerado não gosta quando o deep “arrastado” corta sua vibe.

    Uns 5 anos atrás era muito difícil dizer a diferença entre XXXperience, Tribe, Kaballah e Tribaltech. Hoje já é bem claro qual delas é a pop mainstream, qual é a roots, qual é a que sempre aposta em inovações e qual é a mais underground. O sucesso que as 4 obtiveram ao encontrar sua personalidade e ater-se a ela deveria servir de exemplo para todas as festas de médio e pequeno porte que ainda procuram fincar suas raízes na cena nacional. Se o público for ao evento sabendo o que vai encontrar, dificilmente ele irá reclamar depois.

    MEMETIZAÇÃO E ORKUTIZAÇÃO

    Memes possuem um efeito 8 ou 80: se a idéia for bem sacada, será muito bem recebida, mas se for forçada, virará motivo de piada e pode até cair em páginas indesejadas, como Porra DJ ou Humor Eletrônico. Se quer entreter seu público e descontrair um pouco, o faça de forma decente – você quer ser o CQC ou o Zorra Total?


    Não basta a piada ser ruim e não fazer sentido, tem que ter um erro de português grotesco nela.

    E falando em Zorra Total, identifique seu público. Se você está fazendo um evento para classe A e B, jamais faça memes com imagens da novela das 9, com o bonde da Oakley/Evoke, com piadas do Ary Toledo. Se está no Facebook há mais de 1 ano, você já percebeu que os hipsters, ricos e early adopters são extremamente intolerantes contra esse tipo de orkutização – e por mais chatos que eles sejam, muitas vezes são os únicos dispostos a gastar 50, 100, 200 reais em uma festa.

    RESPEITANDO O PÚBLICO

    Nesse tópico não vou falar sobre oferecer estrutura decente, banheiros limpos, preços justos e coisas do gênero. Estes itens são obrigação, e uma festa que não atenda a eles não deveria nem abrir suas portas. Lembrem-se: o foco do artigo é a comunicação.

    O SEU CONSUMIDOR NÃO É OTÁRIO

    Não venda gato por lebre – o público está cada vez menos desinformado. Não diga que você é o maior, o primeiro, o principal, o melhor melhor do mundo, quando você não for. Aliás, não diga nunca – se você for o melhor, as pessoas já saberão sem você dizer.

    Um imprevisto aconteceu? Problemas? Jogue LIMPO com o público. Se o DJ cancelou a tour, apresente a justificativa do artista ou da agência, peça desculpas, ofereça uma compensação e proponha-se a reembolsar quem sentir-se lesado. O som estava baixo? Justifique-se! Foi exigência da polícia? Foi fornecedor que instalou um sound system ruim? Foi o DJ que não soube configurar seu próprio equipamento? Conte ao público, ele merece saber. Mas claro: cuide para não repetir o problema na próxima edição.


    Dimitri Vegas & Like Mike cancelaram a tour brasileira dessa semana. Semana passada o Bielle avisou seu público, já outras casas ainda estão fingindo que nada aconteceu…

    Vai mudar de data para fazer uma festa melhor? Bem, esse assunto merece um tópico próprio.

    O CASO XXXPERIENCE

    Este artigo está na minha lista de pautas há meses, mas foi o caso XXXperience que me estimulou a fazê-lo agora. Se você acabou de sair da criogenia, explico de forma breve: a festa, marcada para acontecer no dia 3 de novembro (sábado), com 26 atrações já confirmadas, foi adiada para os dias 18 e 19 de novembro (domingo e segunda). Para maiores informações, leia o artigo sobre o assunto que escrevemos ontem.


    Mesmo aonde é feriado, e quem não emenda? Fácil, hein?

    A mudança causou uma revolta IMENSA no público e em nós, pois metade da festa acontecerá numa segunda-feira que é véspera de feriado apenas em São Paulo e mais meia-dúzia de cidades no país, ou seja, o resto do Brasil se revoltou contra a mudança. Depois de conversar com diversas pessoas, envolvidas e não-envolvidas com o festival, digo a vocês: a falha foi MUITO maior da comunicação do que da organização. Foi uma crise pessimamente administrada pela assessoria do evento, e vocês vão entender porque.

    A idéia de fazer um festival de dois dias é mais antiga do que vocês imaginam – era o projeto original, adiado pois o SWU havia marcado seu evento de 3 dias para o mesmo feriado. Como o festival pseudo-ecológico foi cancelado, a tentação de retomar o projeto original foi grande – mas com uma mega-campanha em curso, como fazer?

    Com certeza não é sendo sarcástico com seu público “contorcente”. 

    Deveria ter sido divulgado que a festa do dia 3, que todo mundo estava ansioso para ver, alguns com ingresso comprado já, foi transferida para o dia 18 – um domingo. O país todo pode prestigiar, assim como faria no dia 3. OK, chegar na madrugada de domingo em casa pode não ser bom para a produtividade da segunda, mas é passável – houve épocas em que as raves eram day parties de domingo e ninguém se queixava. No ato deste anúncio, uma forma de reembolso: é direito do consumidor desistir da compra, caso o produto mude. É LEI, deveria ter sido a primeira coisa a ser anunciada.

    Depois de administrada essa parte da crise, o anuncio mais doloroso: um segundo dia para a festa, na véspera do feriado paulistano. O resto do país ainda teria direito à festa que havia sido anunciada até então, no domingo, e digamos que uma “festa extra” aconteceria no dia seguinte, para os afortunados que podem usufruir do feriado emendado.

    Desta forma, as críticas e reclamações seriam bem menores, e mais facilmente contornáveis. Como diz o título do tópico anterior, o consumidor não é otário, e como diz o título do artigo, o maior problema das festas é a comunicação. Porém, os gestores do Facebook da XXX além de terem errado na mão, estão deixando suas emoções pessoais interferirem, portando-se de forma sarcástica diante das reclamações. E assim, está sendo assassinada uma das maiores e mais antigas marcas da nossa cena.


    Desta proporção? Me conte mais sobre os 16 palcos, 300 artistas e cenografia impressionante que estão preparando.

    Festas, para não enfrentarem um mar de reclamações e opiniões negativas é só jogar limpo e respeitar seu público. Nós não somos otários e nem crianças de 5 anos, vocês podem conversar conosco do mesmo nível que falam com um patrocinador ou uma agência de DJs internacional – te garanto que vamos compreender e apoiar toda crise que enfrentarem.

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    A minha intenção com esse artigo não é atacar ninguém. Está mais do que claro que a década de 10 é o momento da música eletrônica dentro da cena global de entretenimento, agora cabe às festas, os principais fomentadores de música e conteúdo dentro da cena, posicionarem-se de forma profissional e correta, para que esta nossa paixão obtenha êxito na consolidação dentro da cultura geral do país. O nosso desejo é que um dia festas de música eletrônica, como XXXperience, Universo Paralello, Dream Valley, Tribaltech, sejam tão lembradas e respeitadas no imaginário da nação como hoje são os festivais de pop-rock, como Rock In Rio, SWU, Planeta Terra, TIM Festival.

    Lembrando que todas as dicas servem também para sites, e o Psicodelia.org cuida para seguir cada uma delas 😉

  • Os 5 anos do Psicodelia.org

    Dezembro de 2007. Um jovem curitibano, frequentador nato das raves psicodélicas da época, rumava a mais uma festa para seu currículo: a Tribe 7 Anos, em São Paulo. Em conversas com os populares da excursão, constatou que a cena estava carente de uma coisa muito importante: informação. Ela não era ausente – alguns sites como o Psyte e o Eletrogralha faziam o trabalho de levar conteúdo para os ravers, mas ainda assim cabia mais um veículo nessa imprensa. Foi aí que Eliel Cezar criou seu blog focado em raves e psytrance, chamado Psicodelia.org.

    Agosto de 2012. Quase 5 anos se passaram, e o que era um hobby acabou se tornando um dos mais importantes fomentadores de cultura eletrônica para a cena nacional. Assim como a cena raver, o site evoluiu. Além de continuar dando espaço à sua raiz, o psytrance, passou a contemplar outras vertentes de destaque no país, como o techno, o electro, o house e, mais recentemente, dubstep. A equipe cresceu: Gui Empke e eu, Mohamad Hajar, fomos integrados ao time de editores-chefe, e diversas pessoas figuraram (e aina figuram) como colaboradores do cogumelo. O conteúdo é de maior qualidade: podcasts e matérias exclusivas com gigantes da cena, como Gustavo Bravetti, D-Nox, Captain Hook, Eli Iwasa, Jeje. Os parceiros são os mais sérios do Brasil: ID&T, Entourage, No Limits, T2 Eventos, Yellow DJ Academy, entre outros. O engajamento começou a tomar forma: assinamos festas pioneiras nos clubs da região, e principalmente, parte da produção da Brasuca, open air realizada neste ano em Curitiba que obteve grande destaque na cena.

    O cogumelo cresceu – 5 anos no mundo da internet já é idade de gente grande, e temos noção da nossa responsabilidade. Levar conteúdo de qualidade para cerca de 100.000 pessoas por mês não é uma tarefa fácil para uma equipe formada por pessoas que trabalham em outras coisas, e precisam arranjar tempo livre para fomentar o site, mas ainda assim, fazemos com prazer, pelo amor à música!

    O NOVO PSICODELIA.ORG

    Meia década é um marco, e deixaremos isso visualmente claro com o novo layout. No mês de setembro vocês conhecerão um novo Psicodelia.org: mais limpo, bonito e prático de usar. Em 2011 começamos a deixar de lado o formato blog, para nos tornarmos um portal de conteúdo – agora a transição está completa. As seções (Psicodelia Sessions, Psicodeliacast, Agenda, TV Psicodelia, entre outras) serão acessíveis de forma mais dinâmica, e introduziremos um ambiente totalmente novo, gerido por colunistas: pessoas importantes da cena que, periodicamente, contribuirão com seu conhecimento, sem misturar-se com as notícias cotidianas.

    A EXPANSÃO DA MARCA

    Além da reformulação no site, atenderemos a dezenas de pedidos que recebemos sempre que somos avistados nas festas: vocês poderão levar o cogumelo para casa! Em breve vocês poderão adquirir uma linha de produtos com a nossa marca, com preços justos e qualidade condizente com a nossa proposta.

    No futuro breve também passaremos a ser mais ativos na realização de eventos – desde os mais culturais, como o Squat Stage, até festas mesmo, em clubs e open airs. Sempre buscando apresentar novidades, valorizar artistas de qualidade e, principalmente, tratando o público com o respeito que merece. E é nessa área que consolidaremos a comemoração dos 5 anos!

    AS FESTAS DE 5 ANOS

    Durante a divulgação da Brasuca havíamos prometido uma grande open air de comemoração, mas por razões logísticas optamos por segmentar e dividir a comemoração em 3 eventos indoor, a serem realizados em Curitiba, nossa casa.

    Por que 3 eventos? Para conseguir agradar os nossos 3 principais públicos: psytrance, techno e electro-house. Sabemos que existem leitores do site que preferem outras linhas de som que não estas, mas optamos por trabalhar com a maioria. Outra diversificação foi na escolha do club que receberia as festas: como mantemos bom relacionamento com as 3 principais casas da cidade, decidimos fazer uma festa em cada: Club!, Danghai Club e Club Vibe.

    A primeira festa não podia ser outra, senão a de psytrance, nossa raiz. Para hospedar o kickstart das comemorações, o Club! receberá no dia 15 de setembro ninguém menos que Ritmo, excelente DJ e produtor israelense de psytrance progressivo, que recentemente tocou na cidade no Iono Festival e na XXXperience. Para maiores informações sobre a festa, como line-up, preços e promoções, confiram o evento oficial no Facebook.

    Informações detalhadas sobre as outras duas festas serão publicadas em breve aqui no site e na nossa fanpage – fiquem ligados para não perder o bonde. E que venham mais 5 anos de muita música, celebração e, por que não, bastante psicodelia 😉

  • Burning Man 2012 começa hoje

    Hoje em dia, muitos eventos tentam se vender como símbolos da contracultura, defensores da natureza, novos Woodstocks, mas com certeza nenhum consegue cumprir estes objetivos como o Burning Man o faz. Realizado anualmente no deserto da Nevada, nos Estados Unidos, o evento (que não gosta de ser chamado de “festival”) é um verdadeiro oásis dentro do mundo capitalista: por uma semana, cerca de 50 mil pessoas vivem sem leis, sem dinheiro e sem preconceitos.

    Apesar da descrição assustar, não trata-se de uma completa anarquia. O espírito de liberade e respeito dos visitantes é quem garante a segurança e a harmonia da cidade temporária que é montada, a chamada Black Rock City. Muitos DJs se apresentam lá (inclusive neste ano os brasileiros do Felguk irão nos representar), mas o line-up é o de menos – tanto que você não irá encontrá-lo no site oficial ou em parte alguma. Para o Burning Man, todos são artistas, e qualquer parte do evento é palco para uma expressão artística.

    Quando eu disse no primeiro parágrafo “sem leis, sem dinheiro e sem preconceitos”, eu realmente quis dizer isso! Sem dinheiro, pois lá é proibido a utilização de qualquer tipo de dinheiro (salvo em alguns casos especificos, listados pela organização) – cada um deve levar suas comidas, bebidas e o que mais for precisar, e caso queira algo extra no local, terá que usar a forma mais primitiva de negociação: a troca. Eles chamam de “gifting”, pois na verdade você deve dar presentes às pessoas sem esperar nada em troca, mas você provavelmente será recompensado se o seu presente for bom.

    Sem leis, pois é muito comum ver pessoas andando fantasiadas ou até mesmo peladas por lá. Drogas também são facilmente encontradas, e o interessante (e quem foi a outros festivais já sabe como é) é que os “drogados” mal são percebidos, dada à consciência com que utilizam seus aditivos.

    Sem preconceitos, pois o respeito existe de verdade: ninguém é discriminado por sua cor, opção sexual, gosto musical, roupas (ou ausência delas), nacionalidade, credo. A Black Rock City é uma cidade de 50 mil pessoas iguais, que buscam a liberdade e a expressão pessoal – e essa é a experiência mais marcante relatada por quem já foi ao evento.

    O evento foi idealizado em 1986, por Larry Harvey e Jerry James, que queimaram um boneco gigante em uma praça de San Francisco, para um público de 20 pessoas. Com o passar dos anos, mais pessoais se interessaram pelo ritual, e em 1990 a polícia o proibiu. Daí a mudança para o meio do deserto – que acabou se tornando uma das principais características do Burning Man. Hoje em dia a queima do boneco é o ritual de encerramento do evento, e ele mede 15 metros de altura.

    O Burning Man possui diversas outras peculiaridades, como a política de não deixar rastros (em respeito à natureza) e o auto-conhecimento radical. Para um aprofundamento no assunto, sugiro ler o artigo sobre ele na Wikipedia americana, o relato de Marion Strecker, que esteve lá em 2011 e fez um ótimo review para o UOL, e este documentário (em inglês), com 6 minutos de imagens do evento:

    Quem sabe, seja um investimento para 2013 mais interessante que o Tomorrowland 😉

  • Creamfields UK é cancelado devido a inundação

    Às vezes, nem mesmo uma das maiores estruturas do mundo é capaz de enfrentar a força da natureza. E se aqui no Brasil estamos sofrendo com quase 1 mês de seca, na Inglaterra foi o excesso de chuva que causou um caos para dezenas de milhares de pessoas, que estavam acampadas no Creamfields.

    Como vocês puderam notar na foto acima, a chuva inundou completamente o local do evento, impossibilitando a sua continuação. Os organizadores alegaram ter tentado o possível para manter o evento de pé hoje, o último dia, que receberia Deadmau5, Tiesto e Groove Armada, porém por razões de segurança, acharam prudente cancelar.

    Confiram abaixo mais algumas fotos desta lástima:



    Para maiores informações, leiam a notícia que a BBC de Londres pubicou e o comunicado oficial da organização do evento.

  • Que tal ver Fatboy Slim ao vivo nos cinemas?

    Assistir o Tomorrowland via YouTube, na tela e nas caixinhas do seu computador, foi emocionante? Então imagina curtir um set do Fatboy Slim em uma tela gigante de cinema, com um poderosíssimo som 5.1 Surround. É isso que o UCI Cinemas, em parceria com a Yellow, a Rádio Mix e nós do Psicodelia.org, vai proporcionar a você – uma experiência única no cinema.

    No dia 31 de agosto à meia-noite (madrugada de sexta para sábado), as salas UCI listadas no fim do post, irão exibir o evento Fatboy Slim – Ao vivo do Big Beach Boutique, em sessão única e simultânea no país todo. O show em questão é um realizado em Brighton (Inglaterra), em um estádio lotado com mais de 40 mil pessoas. O difícil vai ser ficar sentado nas poltronas!

    E em Curitiba que entra a nossa participação: a partir das 22h, a Yellow estará com um stand montado no hall do cinema do Shopping Estação, com apresentações de DJs (os residentes do Psicodelia.org, Kultra e Gui Empke, estão entre os confirmados 😉 ), oficinas e desafios para a galera que for curtir essa grande festa! Os alunos da escola terão 50% de desconto na compra dos ingressos (entrada inteira) para saber como ganhar o desconto, basta informar-se na recepção da escola.

    O mais importante nisso tudo é: se a ação for um sucesso, a UCI promete outros eventos do tipo. E então, vamos dar este voto de confiança a eles? 😉

    TRAILER

    SALAS QUE EXIBIRÃO O SHOW

    – UCI Estação
    – UCI Palladium
    – UCI Ribeirão
    – UCI Orient Iguatemi Salvador
    – UCI Kinoplex Recife Shopping
    – UCI Kinoplex Shopping Tacaruna
    – UCI New York City Center
    – UCI Jardim Sul
    – UCI Anália Franco
    – UCI RIbeiro Fortaleza Iguatemi Shopping
    – UCI Kinoplex Norte Shopping
    – UCI Kinoplex Independência
    – UCI Santana Parque Shopping
    – UCI Kinoplex Plaza Casa Forte Shopping
    – UCI Orient Paralela 

  • Primeiro mixer da história tem mais de 100 anos

    No mundo da música eletrônica, é importante saber distinguir DJs de produtores. Produtor é aquele cara que cria, compõe a música – e no caso da eletrônica, utiliza-se de equipamentos não-analógicos para isso. Teve inicio há cerca de 80 anos e se popularizou 30 anos depois, com a invenção dos primeiros sintetizadores pessoais, o surgimento do Kraftwerk e uma grande história que será assunto para outro post. Já o DJ é o cara que mistura – ou mixa – músicas, criando uma sequência ininterrupta com um propósito específico, seja agitar uma balada, relaxar um chill out, entreter você enquanto trabalha. Notaram que, apesar do senso popular não perceber isso, o DJ não necessariamente está ligado à música eletrônica?

    Por isso mesmo que o DJ é mais antigo que a própria e-music – dá pra dizer que a profissão existe há mais de 100 anos! Essa afirmação é válida graças a esta belezinha aqui:

    Em 1910 o engenheiro francês Leon Gaumant demonstrou o funcionamento deste equipamento que servia para sincronizar e mixar duas músicas – exatamente a função básica dos mixers atuais. O propósito da criação era solucionar um grande problema dos cinemas: como na época ele era mudo, era comum a execução de músicas durante as sessões. Porém, a capacidade máxima de tempo de um vinil era um grande empecilho, já que o som era totalmente interrompido na hora em que ele acabava e era necessário trocar.

    Sendo assim, se hoje você toca em um Pioneer DJM850 cheio de funções e tecnologias, isso é possível porque lá no começo do século XX alguém não queria interrupções na trilha sonora dos filmes mudos! Confiram mais algumas fotos:

    Leiam a matéria original no Gizmodo para compreender melhor o funcionamento técnico dele.

  • Playground anuncia edição inédita em Curitiba

    A Playground, tradicional festa de música eletrônica com parque de diversões, finalmente aportará em Curitiba. O anúncio foi feito já há algumas semanas, mas ganhou corpo hoje, com a divulgação do local, que para a surpresa de todos não é a Fazenda Heimari.

    Apelidada de “Maeda Curitibana”, a fazenda hospedou os maiores eventos da cidade desde 2007: todas as edições da XXXperience, Tribaltech, Tribe, Orbital e Kaballah aconteceram lá. Porém, vale lembrar que esta festa não está sendo organizada pelo grupo T2, que detém exclusividade do local. Por isso, o Circuito Universitário (que está por trás do evento) buscou a casa do Lupaluna, e anunciou hoje o Bioparque como sede da Playground Curitiba.

    A festa está marcada para acontecer no dia 8 de dezembro, e deverá ter um line-up seguindo os moldes da edição paulista que acontece 1 semana depois e já tem gente do quilate de GMS, Eskimo, Freedom Fighters, Sub6, Feio vs. Rica Amaral, Alex Kenji, Electrixx, Weekend Heroes, Round Table Knights, Noir e Roy RosenfelD. Este útimo, inclusive, já confirma a presença em Curitiba no dia 8 de dezembro em sua fanpage, com relação aos outros, nos resta aguardar os anúncios oficiais, pela fanpage oficial.

  • Mysteryland fará sua segunda edição no Chile em dezembro

    No último mês, pudemos acompanhar ao vivo um dos maiores festivais do planeta: o Tomorrowland. A mega-estrutura, a energia das pessoas e a beleza da decoração impressionou as quase 100 mil pessoas que o assistiram pelo Psicodelia – tanto que uma frase predominante nos comentários era “ano que vem irei com certeza”. O festival é produzido pela ID&T, e nada mais é do que um spin-off do Mysteryland, o primeiro da marca. Realizado todo ano na Holanda, acabou menos famoso que seu filho belga, mas a essência e a seriedade é a mesma.

    Nos últimos anos, a ID&T começou a alçar alguns voos na América do Sul, com o Sensation no Brasil e a edição chilena do Mysteryland. Esta, realizada em dezembro de 2011, foi um sucesso absoluto, e já está com a segunda edição marcada para os dias 14, 15 e 16 de dezembro de 2012. O line-up ainda não foi divulgado, mas a julgar pelos nomes do ano passado, dá pra ter uma noção: Mark Knight, Sidney Samson, 2000 ans One, Tiefschwarz, Tocadisco, Dimitri Vegas & Like Mike, entre muitos outros. Se bem que esta é uma festa na qual o clima e a energia são muito mais importantes que o line. Vejam o video abaixo e irão entender:

    E aí, empolgou para ir? Então aproveita, pois nós do Psicodelia fizemos uma parceria com a Inside Music Land, agência de turismo especializada em festivais de música eletrônica! Confira os pacotes abaixo:

    Partindo de São Paulo: R$ 1.990,00 em até 6x sem juros no cartão;
    Partindo de Curitiba: R$ 2.400,00 em até 6x sem juros no cartão;
    Partindo do Rio de Janeiro: R$ 2.300,00 em até 6x sem juros no cartão;
    Partindo de Belo Horizonte: R$ 2.500,00 em até 6x sem juros no cartão;
    Partindo de Florianópolis: R$ 2.700,00 em até 6x sem juros no cartão;
    Partindo de Brasília: R$ 2.400,00 em até 6x sem juros no cartão;
    Partindo de Porto Alegre: R$ 2.400,00 em até 6x sem juros no cartão;

    Lembrando que estes preços promocionais são válidos apenas se você informar o código promocional PSICODELIA. Caso contrário, pagará o preço de tabela, cerca de R$ 200,00 mais caro. O pacote inclui:

    – Passagem aérea de ida-e-volta, da cidade selecionada até Santiago;
    – Translado entre o aeroporto e o evento;
    – Ingresso para os 3 dias de festival;
    – Entrada para o camping + barraca (fornecida pelo evento);

    Interessou? Então clique aqui e solicite já o seu pacote!

     

  • Música libera dopamina em seu corpo, e pode viciar

    Sabe aquele seu amigo babaca que adora dizer que é impossível curtir música eletrônica sem drogas? Bom, ele pode estar certo – mas de uma forma nem um pouco negativa. Obviamente não estamos defendendo o uso de drogas recreativas – o caso é que estudos recentes estão comprovando que ouvir música libera dopamina no corpo humano, o hormônio responsável pela sensação de bem-estar e prazer. É o mesmo efeito que drogas ilícitas proporcionam, bem como atividades prazerosas como praticar sexo, comer uma boa refeição ou ganhar na loteria. A animação abaixo é um bom resumo do estudo, confiram:

    Como podem ver, a dopamina funciona como uma recompensa que seu corpo lhe dá por ter buscado o que ele precisa – ou seja, alimentado seu vício.

    Vi no Update Or Die.

  • Site TranceDownloader saiu do ar, mas não acabou!

    Se você viveu o auge da cena psy na década passada, com certeza você o conhece. Mesmo que sua consciência artística não tenha deixado você baixar algo lá, é impossível que não saiba da existência deste que, ao lado do PsyNation, foi uma das principais fontes de música eletrônica gratuita para a cena raver. Sim estamos falando do TranceDownloader, que está fora do ar há alguns dias.

    Há alguns meses já vinhamos notando uma redução na frequência de atualizações, e consequentemente na sua audiência. Para nós, pareceu até natural o seu fim sem muito alarde, tendo em vista que sua atividade não era bem quista pelos grandes da cena e provavelmente estava rendendo problemas ao proprietário. Porém, graças ao Google, que está jogando aqui muita gente que procura por “TranceDownloader“, resolvemos investigar o caso.

    Após uma breve conversa com seu proprietário, descobrimos que ainda não é o fim da polêmica verde-limão. “O TranceDownloader não acabou – em breve ele voltará em um formato mais simples e funcional”, afirma ele, e ainda justifica a inativação temporária: “Na verdade, outros projetos pessoais mais importantes passaram a me tomar muito tempo, o que fez com que eu não desse mais conta de atualizar o site. A principio eu iria tirá-lo do ar mesmo, mas optei por simplificá-lo e mantê-lo vivo, por conta da sua importância para boa parte do público e dos artistas”.

    A pergunta que você está se fazendo agora, nós fizemos a ele. Artistas? “Com certeza. Boa parte dos álbuns e EPs que caiam lá, eram os próprios artistas e selos que 'vazavam' propositalmente para o site, em busca de divulgação. E mesmo os que reclamavam da publicação dos downloads, só o faziam nos primeiros dias após o lançamento. Depois de algum tempo vendendo, torna-se quase impossível a distribuição gratuita dela.”, ele responde prontamente.

    Certo ou errado, moral ou imoral, o TranceDownloader não acabou, e vai voltar em breve. E a polêmica continuará.