O Felguk é um projeto que sempre é controverso. Ao mesmo tempo em que é criticado por alguns (principalmente pelos remixes de hits da rádio), é elogiado por outros, graças à sua sonoridade, que já foi única e hoje é tão copiado que recebeu um nome: novo electro house brasileiro.
Apesar dos seguidores/imitadores, os cariocas Felipe e Gustavo ainda são os mais aclamados na linha, fato que pode ser comprovado pela 87ª colocação no Top 100 da DJ Mag em 2011, sendo os únicos brasileiros na lista. Mas não foi só a DJ Mag que os reconheceu internacionalmente: eles também foram os únicos brasileiros a tocar no Tomorrowland 2012, emplacaram a música tema do Electric Daisy Carnival, tocaram no Burning Man, entre diversos outros feitos.
No campo da produção, tudo está de vento em popa também. O último release, intitulado Wow, está em 13º no top geral do Beatport, e em 5º no top Electro House. Confiram a track:
Com os compromissos internacionais, as datas nacionais acabam ficando cada vez mais raras – e Curitiba é a prova disso: no ano todo, a única data deles na cidade é o dia 13 de outubro, quando tocam no Danghai Club. Os ingressos já estão no segundo lote e estão voando, mas os donos da casa tranquilizam o público: a venda está limitada a 900 ingressos, para garantir o conforto de quem for assistir. Para maiores informações, consulte o evento oficial no Facebook.
E um dos nomes mais respeitados do techno no Brasil e no mundo está de volta em nosso país. O alemão Oliver Huntemann e sua tour Play! 04 pousam em duas cidades brasucas: Curitiba e Santo Aleixo (RJ).
Para quem não conhece, Oliver Huntemann é da leva mais recente de techneiros, que vem fazendo sucesso nos últimos anos. Suas parcerias demonstram a qualidade e o estilo do seu som: desde Stephan Bodzin (com quem possui o projeto Rekorder) até Dubfire, sem contar os remixes oficiais para gente como Depeche Mode, Chemical Brothers, Underworld e Yello.
Rubin, produção de 2006 que ainda é onipresente nas pistas brasileiras
Huntemann tem, até o momento, 4 álbuns lançados, mas o mais recente (Paranoia – 2011) é o que merece mais destaque. Com uma sonoridade sólida, pesada e cheia de personalidade, é mais um daqueles CDs para serem ouvidos do começo ao fim, sem pular uma track sequer. Além dos álbuns, Oliver também tem inúmeros EPs lançados, sendo a séria Play! a de maior destaque. Iniciada em 2007, com a edição São Paulo, chegou ao #04 neste ano, em uma homenagem a Melbourne.
Dubfire tocando Delirium, do disco Paranoia, no Warung
O EP Play! 04 acabou gerando uma tour, que passa rapidamente pelo Brasil neste fim-de-semana. No dia 11/out, véspera de feriado, é a Kaballah Showcase no Club! que abre as portas para uma noite puramente techno, que além de Huntemann, conta também com Kultra, Mandraks e Cheap Konduktor no line-up (mais infos). No dia 13/out é a open air Euphoria, no Rio de Janeiro, que recebe o alemão para integrar o line-up de seu palco alternativo, que tem também tem Boris Brejcha, Maceo Plex, entre outros (mais infos).
Para entrar no clima, separamos algumas tracks memoráveis dele, confiram abaixo:
O dia hoje começou com uma bomba: segundo o jornal (de credibilidade discutível) Diarinho, o IBAMA teria cancelado o Dream Valley Festival, devido aos danos que a música e toda a movimentação causariam aos animais silvestres da região e do parque Beto Carrero World. Em sua reportagem, afirmava que o evento não possui alvará de funcionamento, e que a organização havia ignorado notificações do órgão protetor dos animais.
Uma historia esquisita vinda de um jornal com fama duvidosa não demoraria muito para cair por terra, e há poucos instantes o Grupo GV emitiu o seguinte comunicado:
“O Dream Valley Festival, através de seus sócios, vem esclarecer que a questões relacionadas ao Ibama, estão encaminhadas e esclarecidas. Foi realizada dia 28 de agosto, em Florianópolis, SC, uma reunião entre representantes do Dream Valley Festival e o Ibama onde foi apresentado o Planejamento Acústico do evento que aborda todas as providencias para preservação e integridade dos animais. Na primeira semana de outubro foram realizados os testes acústicos necessários às exigências legais do evento, cujos relatórios serão entregues esta semana ao Ibama.
Este trabalho de aferição acústica, que resultou na disposição dos palcos do evento, foi realizado pela empresa Ambiens especializada e com larga experiência no mercado. Todas as medições comprovaram impacto zero na área do zoológico do parque Beto Carrero World e a organização do evento aguarda apenas a autorização oficial dos órgãos competentes em relação a esta questão.
Ratificamos que, por atender as questões legais ambientais e respeitar o bem-estar animal, daremos continuidade da comercialização de entradas e da realização do evento.”
Como já era de se imaginar, providências estão sendo tomadas – um evento deste porte, com tantas marcas envolvidas, jamais deixaria de atentar para um fato tão importante. Além do Grupo GV, o Grupo RBS é sócio do evento – para o resto do Brasil entender, vamos apresentar a empresa: proprietária de 18 repetidoras da TV Globo, do Canal Rural, de 24 estações de rádio e 8 jornais impressos, além de organizar o Planeta Atlântida, o maior festival pop-rock do sul do país e ser o maior conglomerado de comunicação da região. Será mesmo que uma empresa desse porte mancharia sua marca com uma gafe dessas? E mais, não teria cacife para atender as exigências do IBAMA?
E os eventos culturais voltados para a música eletrônica não páram de crescer. Além do Encontro Fnac de Música Eletrônica, outro grande fomentador da cena é o Rio Music Conference, que acontece anualmente no Rio de Janeiro, durante o carnaval, e faz um tour pelo país no resto do ano. No próximo final de semana é a vez de Florianópolis receber um evento da marca.
No próximo feriado, 12 de outubro, o hotel Il Campanário, localizado na praia de Jurerê, sedia a 2ª edição do Encontro Regional RMC na região sul do país. A partir das 14 horas, haverá debates, workshops e showcases, gratuitamente. Os Encontros Regionais RMC têm como objetivo reunir os embaixadores e público, para estreitar as relações e definir as prioridades específicas locais, afim de melhorar a cena eletrônica da região e também servir como base para os debates e painéis futuros na edição nacional do RMC.
PROGRAMAÇÃO
14:00 às 14:30 – Credenciamento (Lounge) 14:30 as 16:30 – Competição de remix AIMEC 15:00 às 16:00 – Na Pista: Floriánopolis e região – Painel Interativo – Mediação do jornalista João Anzolin 16:30 as 17:30 – Workshop Pioneer com Junior C 17:30 às 18:30 – Q & A com – Núcleos Interativos:
WAN (Group Without A Name – Virtual) – Bruno Janke
17:45 as 18:45 – Workshop de Produção Musical AIMEC 18:30 às 19:30 – Q & A – com Ale Reis e HNQO 20:00 – Divulgação do vencedor da competição de Remix
Paralelamente aos painéis e workshop teremos a apresentação no jardim dos SHOWCASES dos DJs:
15hrs – Bruno Limma 16hrs – Ricardo Lin (House Mag) 17hrs – Allen Rosa (Sounds in da City) 18hrs – Ricardo Albuquerque (Radiola Underground) 19hrs – Dee Bufato (WAN) 20hrs – Doriva Rozek (Seeone) 21hrs – Ney Faustini & Max Underson (WAN)
Vale lembrar que esta é a 3ª temporada dos “Encontros Regionais RMC”, que teve sua primeira edição em 2010. Na programação desta edição estão *previstas ainda etapas em Vitória, São Paulo, Passo Fundo, Belo Horizonte, Curitiba, Aracaju e Fortaleza.
SERVIÇO
Local: Hotel Il Campanário Villagio Resort
Endereço: Av. Dos Búzios, 1760, Jurerê Internacional – Florianópolis – SC
E o Dream Valley, festival que o Grupo GV (Green Valley) está organizando, finalmente divulgou a lista completa de atrações. Marcado para acontecer nos dias 16 e 17 de novembro, no Beto Carrero World, o evento contará com 33 artistas, divididos em dois palcos: Mystic Stage e Dream Stage.
Os nomes são de peso tanto para o mainstream como para o underground. Popstars como David Guetta, Steve Aoki, Armin van Buuren e Calvin Harris deverão empolgar quem estiver no palco principal, e ídolos como Dubfire, Robert Babicz, Magda e Steve Lawler darão o tom do Mystery Stage. Destaque também para os brasileiros que representarão o país, como Gui Boratto, Bruno Barudi, Gabe, Wehbba e Ask 2 Quit. Confiram abaixo a lista completa:
Ainda não foi divulgado exatamente quem tocará em que dia do festival, mas esta informação deverá estar disponível em breve. Os ingressos estão sendo vendidos pelo Ingresso Rápido a preços diversos, que vão de R$ 180,00 a R$ 705,00. Para maiores informações, utilize algum dos links abaixo:
A semana passada foi realmente um marco para a cena eletrônica. Já falamos sobre a Tribaltech e tudo o que ela representou, mas além da festa, outro evento foi determinante para o novo direcionamento que a música eletrônica tomará nos próximos tempos: o 7º Encontro Fnac de Música Eletrônica.
Os debates aconteceram em dois dias, mas que giraram em torno do mesmo assunto, apenas mudando a ótica. No primeiro dia foram os donos de clubs e open airs que esmiuçaram a cena, falando sobre as dificuldades de organizar eventos, os critérios para selecionar os DJs, os requisitos básicos para uma festa ser boa, o problema que as festas clandestinas representam, entre outros assuntos. No segundo dia foi a vez dos artistas, e os produtores, DJs e VJ presentes não pouparam críticas a alguns absurdos que acontecem atualmente (como o live falso e os DJs preguiçosos), mas também entraram em assuntos mais filosóficos da profissão, o que tornou o debate muito interessante e inspirador para quem pretende fazer parte de tudo o que está para acontecer.
Os dois debates foram gravados na íntegra, para que todos os que não estavam presentes possam acompanhar e absorver o conteúdo. Portanto, desconsidere a longa duração destes videos e assista-os do começo ao fim. Serão 3 horas de puro conhecimento e inspiração.
1º dia – Os donos de clubs e promotores de eventos
2º dia – Os artistas
Nós do Psicodelia, em parceria com a Yellow e a Brasuca (e todas as outras marcas que ajudaram de alguma forma) ficamos felizes e orgulhosos por poder realizar algo tão rico para uma cidade que já é um dos pólos da e-music no país. O resultado foi extremamente positivo e iremos levá-lo para o Brasil. Já está em negociação uma edição em São Paulo – assim que for confirmada, divulgaremos datas e convidados.
Depois de passarmos em branco no mês de agosto, devido à correria da instalação do novo site, a música do mês está de volta. Esta seleção foi feita pela equipe no mês passado, mas ainda é de grande valia. Aproveitem!
Dog Blood – Next Order
Mohamad: Com certeza o novo projeto formado por Skrillex e Boys Noize merece meu destaque este mês. Se você é um hater do dubstepeiro, OUÇA A MÚSICA! Ela é um techno bem com a cara do Boys Noize, BPM na casa dos 125, nada minimalista e do jeito que eu mais gosto: muito dançante! Espero que levem adiante a alcunha 🙂
Killerwatts vs. Waio – Wake Up
Ronaldo: Killerwatts é o projeto britânico de psy-trance formado por Avalon e Tristan, dois renomados DJs da cena psicodélica mundial. Recentemente eles lançaram seu primeiro álbum “Blow Your Mind” recheado de elementos marcantes aliados a uma atmosfera alucinante. Aqueles que, assim como eu, não vivem sem uma dose de psicodelia diária, não podem deixar de conferir.
Jon Convex – Four Faces
João: Fica difícil escolher a track do mês quando agosto nos oferece albuns novos de John Tejada, Pet Shop Boys e, principalmente, Four Tet. Mas o album de estreia do Jon Convex, nomeado Indoru, é excelente demais pra passar batido. Jon Convex nos presenteia com um techno criativo, com efeitos interessantes e synths de baixo muito bem utilizados. Devo deixar claro que a música, apesar de boa, não é a minha preferida do álbum que é a “No love”. No entanto, como a No Love ainda não tem link de stream, a minha escolha fica com a Four Faces!
Loud – Triceratops
Marco: É difícil categorizar alguém como seu número 1, principalmente depois de cada vez mais esta envolvidos com pessoas e artistas desse nível que muitas vezes acabar se tornando amigo pessoal e conhecendo a pessoa por trás do artistas. Mas Kobi e Eitan que formam o duo Loud, são para mim um espelho a quem me inspirar. Eles são o que podemos chamar de artistas completos. Seus trabalhos em mídias sociais, artes gráficas, multimídia e até mesmo o capricho em figurino e presença de palco são espetaculares. E principalmente esses cidadões assim como Antix, Minilogue, e Son Kite são músicos de verdade e descartam todo e qualquer tipo de rótulos e regras musicais criando uma atmosphera envolvente e hipnotizante misturando techno, dub, psy-trance, synths e melodias harmoniosas. Seu último álbum chamado NO MORE X foi lançado a poucos dias e apesar de lançamentos de peso esse ano como o álbum de Killerwatts e Sonic Species, esse álbum é um dos que vale a pena guardar e recordar daqui a muito tempo pois praticamente todas as músicas são maravilhosas.
Avalon vs. Dickster – Into The New World (Sonic Species Remix)
Anginha: Quentinho, o último cd de remixes do Avalon é a próxima “carne de vaca” das pistas de full on. Aquele som que você vai ouvir até cansar, simplesmente porque o cd TODO é lindo. Difícil foi escolher uma música apenas. “Into the New World” na visão do meu projeto de full on preferido, Sonic Species, é um daqueles remixes que ficam tão bons quanto o original. Obrigatório para quem é fã de full on.
Para One – Lean On Me (feat. Teki Latex)
Gui Empke: Para One iniciou sua carreira produzindo beats para rappers franceses e eventualmente evoluiu para um som futurista sem barreiras. Em junho desse ano lançou Passion, seu segundo álbum. Mais maduro e seguro de seu trabalho, o francês torce o passado para destilar vislumbres do futuro, sem perder de vista a sensibilidade e uma consciência pop que tornam a experiencia de ouvir o álbum uma viagem repleta de deliciosas surpresas.
D-Nox & Beckers – Sunner
Will: Difícil alguem não conhecer D-nox & Beckers, entretanto com a novo album Distance lançado em 2011, e agora em 2012 remixado por grande parte da comunidade de DJ’s renomados vale uma recordação da história da dupla. O Projeto duo D-nox and Beckers lançou seu primeiro trabalho ao final de 2004, com uma grande variedade de estilos e juntamente com pedidos constantes para remixar artistas como Minilogue, Lutzenkirchen, Muir Nick, Tocadisco dentre outros, se tornaram onipresentes em pistas de dança em todo o mundo. O projeto explodiu mesmo em 2007 com o album Left Behind, que se tornou mito no mundo da e-music, cravando o nome da dupla a cada apresentação realizada. O Projeto ficou pausado durante um periodo indeterminado onde os fans não só pediam pela dupla no palco como não conseguiam pronunciar um nome longe do outro… era automático, vc ouvia D-nox, Beckers vinha a cabeça e vice a versa. Finalmente em 2011 Distance nos enche os ouvidos do bom e velho Progressive House. Sunner é apenas uma track na imensidão do album. Enjoy.
Woodkid – Iron (Gucci Vump Remix)
Guilherme Moro: Atmosfera e vocais marcantes e outros elementos que não estamos acostumados nas simples do deep de hoje em dia.
Arms and Sleepers – Kiss Tomorrow Goodbye
Tharik: O duo norte americano Arms and Sleepers merece muita mais visibilidade que tem hoje, com uma sonoridade unica no mundo da música, exatamente entre o acústico e o eletronico, é raro alguém que escute e não goste. Escolhi essa música em especial porque ela carrega influência de muitos estilos musicais, desde blues até trip hop.
Charles Ramirez – Insane
Ricardo Aranda: Segundo minha própria concepção, uma boa MACUMBINHA não faz mal a ninguém. É assim que categorizo no meu case tech houses bem alinhados e arranjados assim. Um obra de arte pronta pra ser degustada em algum ponto alto de uma festa de house music. Afinal, quem foi que incutiu na cabeça de algumas pessoas e de muitos DJs que low bpm precisa ser chato, arrastado e sem forma? Fica a dica para o trabalho deste talentosíssimo produtor.
A Playground realmente está chegando no Paraná com tudo. Além do festival enorme que será montado no Bioparque, ela terá uma série de previews em clubs para ir preparando o público para o grande evento. A tour completa ainda está para ser definida, mas neste fim-de-semana já temos as duas primeiras paradas: em Maringá e Curitiba.
MARINGÁ
Na terceira maior cidade do estado, é o The Beers que hospeda a diversão itinerante, no dia 05/10 (sexta-feira). O line-up está encabeçado pelo full on de Paranormal Attack, Trindade e RickHard, mas também terá a linha mais progressiva de Quartzum e Destroyer e o warm up de Neto Oliveira e Doug. Maiores informações, no evento oficial no Facebook.
CURITIBA
Em Curitiba, o preview será no Danghai Club, no dia 06/10 (sábado). O line-up está bem diversificado: começando pelo progressivo de Time In Motion, terá também o som menos acelerado de Mário Deluca e G.Félix, além do residente da Playground, Pytt Gardin. Maiores informações, no evento oficial no Facebook.
Divisor de águas. Se precisássemos resumir o mês de setembro de 2012 em uma única expressão, esta seria ela, e em especial nos seus últimos dias: o 7º Encontro Fnac de Música Eletrônica (do qual falaremos em breve) por si só já anunciava, mas a Tribaltech no dia 29 de setembro veio para selar o fato, diante das 20 mil pessoas que estiveram na Fazenda Heimari, em Curitiba, prestigiando o evento.
O FIM, OU UM NOVO COMEÇO?
Quando foi divulgado há alguns meses que esta seria a última edição da Tribaltech, eu fui um dos que duvidou disso. Por que razão a T2 Eventos mataria a sua principal marca, que também é a cara da cena open air curitibana e o cartão de visitas da cidade perante o resto do país? Mas após algumas conversas com os organizadores e acompanhar o desenvolvimento da campanha, eu compreendi as razões. A Tribaltech representou um ciclo da música eletrônica que precisava acabar, para dar espaço às novidades que já estão ávidas para explodir.
Novas festas, novos estilos, novos DJs, novo público, nova organização. A partir de 2013 vocês verão uma cena eletrônica de cara nova, muito mais profissional, séria e, sem dúvidas, divertida. Ela será resultado da soma de muitas mãos que estão há algum tempo construindo-a, mas sem dúvidas o fim da Tribaltech era o simbolismo que precisava acontecer para marcar a nova era. O eminente retorno da Kaballah para a cidade em 2013, a estréia da Playground, a ascenção dos núcleos locais como Stand’up Concept, Pow! Produções, Zoominimal e Brasuca, a consolidação de casas como Club!, Danghai, Vibe e Park.art, a explosão nacional de pratas-da-casa como Element, HNQO, Fabo, tudo isso deverá ditar o futuro da cena na cidade.
E a T2 Eventos com certeza não ficará de fora da nova fase, prometendo um calendário de eventos para atender a todos os públicos: além do aniversário do Club Vibe (voltado para os fãs do deep underground), já temos também garantida da edição 2013 da XXXperience em Curitiba. Já para os fãs do techno arrebatador que dominou o Black Tarj nesta última TT, restará um novo e misterioso projeto, que assumirá o lugar da Tribaltech no ano que vem.
A ERA DO TECHNO
E falando em techno, outra herança que a Tribaltech deixa para a cidade (e talvez, para o país) é a renovação do “som da moda”. Na verdade, é algo que tenho reparado há alguns anos: a moda na cena eletrônica se renova a cada dois anos. É só relembrar: em 2005 e 2006 só se falava em psytrance – Skazi, Infected Mushroom, GMS eram deuses; em 2007 e 2008 foi a vez do minimal, e artistas como Kanio, Boris Brejcha e Format: B dominaram as festas; por fim, 2011 e 2012 foram divididos entre o progressive e o deep house: a onipresença de caras como Solomun, Jamie Jones de um lado, e Captain Hook, Neelix e Day Din do outro confirmam a tendência.
Pois bem, tudo indica que o estilo da vez para 2013 é o techno. Todos os palcos tiveram feedback positivo, mas não há dúvidas que na manhã do dia 30 de setembro Magda e Dubfire arrebanharam inúmeros novos seguidores para a linha com suas 7 horas intermináveis de set. O techno tem seu espaço na cidade há anos, é fato, mas espera-se uma overdose de apresentações do estilo nos próximos tempos, graças a este Black Tarj Stage.
O FIM DO PSYTRANCE CHACOTA
Apesar do techno ter dominado o Main Stage da festa, o resultado dela foi positivíssimo também para os amantes de psytrance. O Psy Stage parece ter se livrado de um peso que há anos estava deixando o estilo cada vez mais marginalizado na cidade: o fantasma da “chacota“.
O line-up era 95% underground – o único artista da lista que pode-se considerar mainstream é o trio Krome Angels. Um dono de festa conservador provavelmente entraria em pânico, mas a aposta foi tão certeira, que para o público o nome mais fraco do stage foi o próprio Krome Angels, que não bastando ter tocado uma salada de músicas antigas e sons nada psicodélicos (até Coyu rolou), fez um belo de um dead-act.
Diante disso, nomes completamente underground como Symphonix, Rocky, Protonica e especialmente Shadow FX e Avalon levaram o público à loucura, e provaram que não é necessário colocar sempre um estampa-de-flyer no line para vender ingressos.
Graças à esta edição da Tribaltech, fanfarrões que gostam de levar seus sets prontos no Ableton (com músicas que eram sucesso em 2007), terão que fazer mais do que dar play e bater palminhas se quiserem continuar sendo bookados na cidade.
A VALORIZAÇÃO DA CENA LOCAL
Outro recado dado no dia 29, foi o de que santo de casa faz milagre sim. Inspirado no caminhãozinho da Jaggermeister que em 2011 reuniu vários artistas curitibanos, o Track Top Stage foi a prova de que a cena local tem muito DJ de qualidade. Com 34 nomes de Curitiba e região, a pista raramente estava vazia, e em momentos tinha um público dançante de mais de 1000 pessoas!
Além do Track Top, podemos citar 5 artistas que já estão com projeção nacional e fizeram bonito nos palcos principais da festa, em “horário nobre”: Element no Psy Stage, Gromma, Fabo e HNQO no Club Vibe Stage e Rolldabeetz no Black Tarj Stage mostraram que Curitiba produz grandes artistas, dignos de dividir palco com os ídolos mundiais de suas cenas.
A EXECUÇÃO PERFEITA
Saindo um pouco do campo das tendências e olhando para o evento em si, a Tribaltech foi o que podemos chamar de “como toda festa deveria ser“. Indiferente ao tamanho, existem algumas coisas que obrigatoriamente devem ser observadas pelos núcleos, e isso foi feito com maestria nesta edição. Eram 5 palcos, e todos eles estavam com o sound system redondinho: volume na medida, qualidade excelente e sem falhas. Destaque para os Funktion One do Club Vibe Stage, que mostraram porque são o sistema preferido dos melhores do mundo.
A decoração finalmente voltou para o foco: o Psy Stage finalmente ganhou a ambientação que há muito tempo merecia, ficando com a cara e o clima de uma pista de festival psicodélico; o Black Tarj reviveu as origens do techno com sua temática industrial, regada a fumaça, fogos e engrenagens; o Club Vibe Stage reproduziu perfeitamente a sensação de estar em um club, com pouco espaço, muita luz e, principalmente, muita energia do público. Além das pistas, também vale destacar a decoração espalhada pelas diversas áreas de trânsito, como iluminação em árvores, pinturas nos tapumes, entre outros. Como se já não fosse o suficiente, nesta última edição, além mesmo bares e banheiros possuíam decoração e estrutura diferenciadas.
Os horários do line também foram bastante respeitados, na medida do possível. Exceto pela ausência de Gustavo Bravetti no Black Tarj e Tetrameth no Psy Stage, praticamente todos os outros artistas tocaram no horário prometido. Estas duas baixas, aliás, que fugiram do controle da organização. O uruguaio estava na festa, mas não pôde tocar devido a problemas técnicos com seus equipamentos – uma pena, mas sábia decisão. Já o australiano deu um show de anti-profissionalismo e sequer veio para o Brasil, furando não só com a Tribaltech, mas também com a Earthdance São Paulo – uma pena.
O LEGADO
O dia 29 de setembro certamente ficará para a história. Tanto para as 20 mil pessoas presentes, que são quase unânimes em afirmar que foi uma das melhores festas de suas vidas, como para as incontáveis pessoas que terão contato com música eletrônica nos próximos tempos e soferão influência do que aconteceu neste dia.
E que venha 2013, com todas estas coisas boas que promete!
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Não deixe de conferir as fotos da Tribaltech 2012 em breve aqui no Psicodelia.
Depois de 5 anos, finalmente a espera acabou. Desde 2008, quando se apresentou na XXXperience 12 anos (e outras cidades no país), que o país clamava por uma apresentação de Deadmau5, e o festival Lollapalooza acaba de confirmar o retorno do rato canadense para o Brasil.
Nesta edição, a organização confirmou um palco exclusivo para música eletrônica, com os seguintes artistas:
– Deadmau5 – Major Lazer – Crystal Castles – Madeon – Knife Party – Rusko – Kaskade – Steve Aoki – Gui Boratto – Mix Hell – Database – Boss In Drama – Wehbba – Dirtyloud – Bruno Barudi
Nos palcos principais, várias bandas de peso foram confirmadas, como Pearl Jam, Queens of The Stone Age, The Killers, Franz Ferdinand e Planet Hemp. O festival deve acontecer nos dias 29, 30 e 31 de março de 2013, no Jockey Club de São Paulo, e a venda de ingressos inicia-se amanhã (02/10) para os pré-cadastrados, pelo valor de R$ 900,00 para os 3 dias (R$ 450,00 meia-entrada), e dia 15/10 para o resto do país. Confira abaixo a imagem com todos os nomes divulgados hoje: