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  • Afinal, o que é Psicodelia? Por que este é o nome do site?

    Apesar das comemorações estarem acontecendo há meses (desde a festa com Ritmo no Club!), hoje é o verdadeiro aniversário de 5 anos do Psicodelia.org. Nesse tempo todo, nós vivemos muitas coisas diferentes, muitos altos e baixos, muitas transformações e, principalmente, aprendemos muito. Uma das coisas que aprendemos é que o mundo é enorme, e a diversidade cultural dele é quase inifinita.

    Isso nos encantou tanto, que optamos por diversificar nosso conteúdo também. Levar ao nosso público todas essas “descobertas”, esses mundos novos e diferentes, que não nos cabe julgar se possuem mais valor que o nosso. Porém, isso começou a nos causar problemas com relação ao nome, e uma pergunta passou a ser recorrente: Afinal, cadê a Psicodelia deste site?

    O QUE É REALMENTE PSICODÉLICO?

    Antes de falar do site, vamos entender o que é psicodelia, termo derivado da palavra “psicodélico“. A origem etimológica é grega: psico, que significa “alma” ou “atividade mental”, somado ao sufixo ~delo, que significa “visível”, “claro”, “evidente”. Ou seja, psicodelia nada mais é do que uma atividade mental (ou espiritual) clara e evidente.

    Nos anos 60, as pessoas começaram a usar algumas drogas com fortes efeitos no cérebro, como o LSD. Estas drogas proporcionavam uma visão diferente do mundo, como se fosse um esclarecimento repentino, uma epifania. Não demorou muito para alguém se lembrar do significado de “psicodelia” e atrelar a palavra ao uso destas drogas, como se fosse a única forma de atingir tal atividade mental elevada. Foi aí que a psicodelia teve seu primeiro contato com o mundo da música, quando qualquer produção intelectual elaborada sob o efeito de alucinógenos foi classificada como psicodélica – especialmente o rock psicodélico.

    Avançando um pouco no tempo, pousamos em Goa, na Índia, nos anos 80. Hippies, viajantes, buscadores espirituais e várias outras pessoas ligadas à contra-cultura criaram, intuitivamente, um novo estilo musical. Na época, a música do momento era o acid (techno e house) – note que até o nome dos estilos faziam alusão à droga. O que aconteceu em terras indianas foi que pegaram o 303 desta música e adicionaram elementos tribais e étnicos, em detrimento ao som urbano e industrial do estilo de origem. A este movimento, deu-se o nome de Goa Trance.

    O Goa era o passo adiante do rock psicodélico. Com a grande variedade de timbres e elementos que a música eletrônica proporciona, o som ficou mais hipnótico e trancedental. Porém, ao mesmo tempo, era um som complexo e de difícil assimilação para os mais leigos, o que original um sub-gênero que, finalmente, é aonde queremos chegar.

    No início dos anos 2000, artistas começaram a diminuir o excesso de melodias repetitivas e deram mais enfase nos elementos psicodélicos – nascia aí o tal do psychedelic trance, vulgo psy. O estilo começou a ganhar o mundo, especialmente em países como Brasil, México e Japão, e com a popularização, a identidade foi se perdendo também. Na segunda metade da década, grandes nomes como Skazi, Astrix e Sesto Sento estavam tocando para multidões de dezenas de milhares de pessoas, mas também estavam tocando um som mais quadrado, enlatado, “menos psicodélico”.

    Enfim, fizemos toda essa viagem no tempo para demonstrar duas coisas bem importantes:

    – A psicodelia não está obrigatoriamente ligada ao estilo musical psytrance – o próprio psy aderiu a um conceito criado décadas antes e usado por diversas vertentes musicais, do rock psicodélico ao acid techno;

    – A psicodelia não está obrigatoriamente ligada às drogas – apesar deste ter sido o uso mais comum da palavra nos últimos 50 anos, sua origem etimológica remete a atividades mentais intensas, não necessariamente com uso de aditivos;

    MAS AFINAL, CADÊ A PSICODELIA DO SITE?

    Bom, já está claro que o fato deste site não falar exclusivamente de psy não torna o nome inválido, mas ainda assim, cadê a psicodelia dele?

    Não vamos ser hipócritas: o nome foi criado em 2007, quando o psy era a maior moda no Brasil e nós eramos seguidores dela. Porém, o tempo passou, e a proposta conceitual do site mudou. E por que não mudamos o nome? Exatamente por acreditar que ele não é propriedade exclusiva de uma cultura só.

    Psicodelia é atividade mental intensa, evidente, e isso pode ser alcançado espontaneamente de diversas formas. Praticamente todas as formas musicais podem ser consideradas psicodélicas: se você gosta dela a ponto de entrar em um transe hipnótico durante um set ou show inteiro, a ponto de ignorar qualquer rótulo, preconceito e olho torto enquanto dança, e encontra a si mesmo ou a qualquer coisa que esteja buscando, você está sendo psicodélico. Naturalmente que sons feitos com este propósito (como o psytrance, o goa trance, o rock psicodélico) proporcionam este estado de espírito com mais facilidade, mas se pararmos para ouvir um live inteiro de gente como Gui Boratto (techno), Armin van Buuren (euro trance) e até mesmo deadmau5 (electro / prog house), encontraremos muita musicalidade e muita introspecção.

    E trazendo isto para o site, a nossa maior proposta é ampliar os horizontes dos nossos leitores. Fazer o cara do psy conhecer technos que lhe agradem, fazer o fã do Guetta ouvir um electro melhor que o do francês, fazer o público leigo perceber que existe conteúdo rico por trás do “tuch tuch” que eles não entendem. A proposta do Psicodelia.org é ser a fonte de uma atividade mental intensa para os leitores, é fazer eles repensarem a música que tanto amam e conhecerem novas sonoridades. É por isso que este nome jamais mudará.

  • Conheça os primeiros nomes do line-up do Creamfields Brasil 2013

    Depois de muita espera, finalmente o Creamfields começou a soltar o line-up da edição brasileira de 2013, por intermédio deste video abaixo:

    Para facilitar, transcrevemos aqui o que foi divulgado:

    Afrojack
    Luciano
    Laidback Luke
    Art Department
    Tale of Us
    Life Is a Loop
    Phonique
    D-Nox & Beckers
    Danny Daze
    TINI
    Mirko Loko
    Rodrigo Ferrari
    Talking Props
    Old Is Cool
    Renato Ratier
    Teclas
    Leo Janeiro

    O evento acontece dia 26 de janeiro de 2013, no Stage Music Park, na praia de Jurerê Internacional (Florianópolis). Para maiores informações, acessem o site Oficial: http://www.creamfields.com.br/

  • Squat Stage #003 – Aninha

    Depois de um breve hiato, o Squat Stage volta pra fechar o ano com chave-de-ouro. Isso porque temos uma convidada ilustríssima: Aninha, uma das divas da música eletrônica brasileira.

     

     

    Com mais de 10 anos de carreira e aclamada por grandes nomes internacionais, como Laurent Garnier, Loco Dice e Luciano, a residente do Warung e do Club Vibe e integrante do casting da 24bit Management irá transmitir toda a sua experiência na primeira parte do programa, quando rola um perguntas-e-respostas entre ela e o público (tanto presente, quanto do streaming). Em seguida, fará o set “alternativo”, que neste caso ela já avisou como será: pela primeira vez em sua vida, um set só de produções próprias.

    Para participar basta se inscrever neste link, e comparecer na Yellow (R. Visc. de Nácar, 1165, 7º andar – Curitiba/PR) no dia 06/12, a partir das 19h30. São 40 vagas, e o critério é a ordem de inscrição. Para quem não conseguir inscrever-se ou não for de Curitiba, disponibilizaremos streaming ao vivo.

  • Line-up completo com horários da Playground Curitiba 2012

    Nós acabamos de receber aqui na redação, em primeira mão, os horários do line-up da Playground Curitiba, e vamos compartilhar com vocês. Lembrando que são 3 palcos (Evolution World Stage e Crazy Dance Stage na pista e Spacemoon no backstage), e a festa vai das 15h do dia 08/12 até as 11h do dia 09/12. Confiram abaixo:

    EVOLUTION WORLD STAGE

    15h00 MARC2S
    16h00 ROD.B
    17h30 LUTHIER
    19h00 ELECTRIXX
    20h00 DR.LEKTROLUV
    21h00 YASSER HANZI
    22h00 TRINDADE
    23h00 PARANOID
    00h00 SESTO SENTO
    01h00 SKAZI
    02h00 SUB-6
    03h00 ASTRIX
    04h00 LOUD
    05h00 RITMO
    06h00 ACE VNTURA
    07h00 TICON
    08h00 AUDIOJACK
    09h30 KANIO

    BACKSTAGE SPACEMOON

    16h00 VILLA NOVA
    17h30 HIPERNOVA DUO
    19h00 THOMAS GROW
    20h30 HUNTER GAME
    22h00 BETOKO
    00h00 MIN E MAL
    01h00 SUPEREIGHT
    02h00 DUSTY KID
    03h00 ROY ROSEFELD
    04h30 EDDY RAVELO
    05h30 MENDO
    07h00 VALENTINO KANZYANI
    08h30 FELIPE VALENZUELA
    10h00 B2B CADENZA

    CRAZY DANCE

    15h00 WILDBOYS LIVE
    17h00 DIEGO LIMA x BETO
    18h00 ALEX GALVÃO x MEU AMIGO ROBÔ
    19h00 LEO SCARPA
    20h00 3V3R x CASTRO
    21h00 KULTRA
    22h30 RODRIGO LOPES
    00h00 MAD CUBE
    01h30 VINICIUS MARCHINI
    03h00 ADRIANO PAGANI
    04h30 DELIPPE x EDUARDO VITALLI
    05h30 R.E.PLAY
    06h30 TUBA x HELT
    07h30 LADO B X PUKA

  • Ink! Festival propõe novo formato de festa e destaca-se entre as opções para 2013

    E podemos dizer que a cena eletrônica já começará 2013 com o pé direito. Isso porque está marcado para o dia 19 de janeiro o Ink! Festival, evento inovador que acontecerá em São Paulo.

    O que chama a atenção no evento é a sede por novidades: com certeza será algo jamais visto no Brasil antes. Com a proposta de ser a versão nacional do festival das cores (inspirado no Holi Festival, da Índia), o evento irá distribuir uma tinta em pó especial para os visitantes, deixando a pista colorida e com vida. Para entender esta maluquice, só vendo o video oficial:

    Além disso, vale citar que será feita uma promoção na fanpage oficial que levará os ganhadores de páraquedas para dentro da festa, e uma coisa bastante inesperada que irá contribuir para a policromia: uma arena de paintball será montada dentro da festa!

     

    Outra novidade fica por conta do line-up: primeiro, palcos para estilos pouco lembrados pela cena open air brasileira. Além de um Castle Stage misturando techno e house e um Forest Stage com psytrance, teremos o U-Niverse focado em hardstyle, e o Dirty Kidz Gang Style, destacando dubstep, big room, trap music, entre outras coisas. O line-up, sem figurinhas carimbadas e manjadas – todo ele buscando valorizar artistas underground de excelente qualidade, que não desfrutam da visibilidade merecida. Dentre eles podemos destacar vários: temos Rica Amaral, Element e Burn In Noise no Forest Stage, Digitalchord, Mandraks, Kultra, Dirty Noise e Du Tiberani no Castle Stage, BYZPO, Elijah vs. Jesus e Nosle no U-Niverse Stage e Discokillah, The Kickstarts e 13duo no Dirty Kidz Gang Style. Confiram a lista, que está quase completa:

     

    Com certeza, é uma festa que merece nossa atenção, por todas estas idéias e apostas. Para maiores informações, consultem o site e o evento oficial.

  • MDMA está sendo usado em terapias para estresse pós-traumático nos EUA

    O uso terapêutico das drogas recreativas está se tornando cada vez mais comum no mundo – e não é só a maconha que usufrui deste lado benéfico. O MDMA, princípio ativo do ecstasy, já foi protagonista de um estudo em busca da cura para o câncer, e agora ganhou os jornais do mundo novamente com os resultados de um tratamento para estresse pós-traumático em ex-combatentes de guerra nos Estados Unidos.

    O tratamento, que segue os protocolos da FDA para testar drogas experimentais, está sendo conduzido pelo casal Michael e Ann Mithoefer na Carolina do Sul, e tem chamado a atenção de pacientes do país inteiro. Misturando psicoterapia com uma dose de MDMA periodicamente, o experimento deles é o primeiro a mostrar resultados concretos no longo prazo: das 21 pessoas que participaram do programa 12 anos atrás, 15 relatam que nunca mais tiveram sintomas – e também não viciaram-se na substância.

    Em entrevistas, duas pessoas que passaram pela terapia relatam como o tratamento mudou suas vidas: “Eu sinto a culpa do sobrevivente, tanto por voltar vivo do Iraque quanto agora por ter tido oportunidade de fazer esta terapia”, diz Anthony, que pediu para seu sobrenome não ser revelado. “Ele mudou minha perspectiva sobre toda a experiência de trabalhar no marco zero, disse Patrick, 46 anos, que trabalhou na busca por sobreviventes nos escombros do World Trade Center após o 11 de setembro de 2001, enquanto famíliares das vítimas olhavam desesperados, implorando por informações. “Às vezes eu tinha uma sensação boa e tranquila quando eu estava no poço, de que eu tinha um propósito, de que eu estava fazendo o que precisava fazer. E eu comecei a me identificar com isso na terapia“, em vez de identificar-se com culpa e tristeza.


    MDMA em seu estado puro.

    Os Mithoefers (ele psiquiatra e ela enfermeira) fazem o estudo em colaboração com pesquisadores da Universidade de Medicina da Carolina do Sul e da Associação Multidisciplinar de Estudos Psicodélicos. No tratamento, eles administram MDMA em duas doses durante uma longa sessão de terapia, que acontece depois de uma série de sessões semanais de preparação sem a droga. Cerca de quatro semanas mais tarde, eles fazem outra sessão com auxílio da substância, alternando assim o uso com o não uso.

    Os resultados são excelentes: a maioria descobriu que sua pontuação, dentro de uma medida padrão de sintomas – ansiedade generalizada, hipervigilância, depressão, pesadelos – caiu cerca de 75%. Isso é mais do que duas vezes o alívio experimentado por pessoas que passam por psicoterapia sem o MDMA, dizem os Mithoefer.

    Para maiores informações, indicamos MUITO a matéria do New York Times (traduzida pelo UOL) que usamos como base para esta notícia.

    Dica do Naka e do Bob!

  • Playground Curitiba divulga imagens 3D de como será a montagem da festa

    Durante esta semana, a Playground Curitiba seguiu a tendência das festas de mostrarem projeções durante a campanha, mas foi além dos palcos: divulgou imagens tridimensionais da festa inteira! Confira abaixo como ficará a disposição de palcos e brinquedos, para não se perder no Bioparque.

    Se você já estava ansioso, depois de ver essas imagens com certeza ficará sem unhas para roer, pois elas estão impressionantes. Se a festa for assim na vida real, dia 8 iremos presenciar mais um evento grandioso em Curitiba.

    O evento acontece em 8 de dezembro, a partir das 15h, no Bioparque. Para maiores informações, como line-up, ingressos, pontos-de-venda etc, confiram a fanpage oficial.

  • Dream Valley recebe 35 mil pessoas e firma-se no calendário de festivais brasileiros

    O feriado da república foi um marco para a música eletrônica nacional: durante a semana passada, tivemos um overbooking de DJs internacionais de peso no país – e boa parte disso foi graças ao Dream Valley, festival de música eletrônica produzido pela junção da RBS, da Green Valley e da Plus Talent. Com produção de primeira, o evento foi um sucesso absoluto, e nós estivemos lá e vamos contar a vocês em detalhes como foi.

    O Dream Valley tinha um fardo pesado pra carregar: assinado pelo “Club #2 do Mundo” e nascido já pra ser grande desde a primeira edição, tudo teria que correr muito bem. Problemas com o Ibama nos dias que antecederam a festa só aumentaram a expectativa do público quanto ao resultado final, e infelizmente estas questões ambientalistas acabaram resultando em um dos poucos pontos negativos de evento: a sua realização fora do Beto Carrero World, no estacionamento do kartódromo do parque, acabou tirando toda a magia do local escolhido para hospedar o festival. Com os brinquedos longe dos palcos, pouca gente usufruiu deles e a festa acabou acontecendo como se fosse em um centro de eventos qualquer. De qualquer forma, a estrutura foi montada de forma impecável, possibilitando uma fácil circulação do público entre todos os ambientes.

    E já que estamos falando de estrutura, vale ressaltar que o palco principal foi uma das coisas mais impressionantes do festival: com mais de 1000 metros quadrados de fachada, pode-se dizer que é um dos maiores já montados no Brasil, e a decoração dele (assinada por Antonio Carlos da Costa, cenógrafo da Beija-Flor) ficou muito bonita, não devendo nada para festivais europeus. O telão também foi muito bem trabalhado pelo VJ, com projeções contextualizadas com o som que rolava, e muitas vezes bem sincronizado com ele. Ruim para o palco alternativo: analisando isoladamente, ele era digno, porém ao comparar com o principal, ele ficou pequeno e apagado. O line-up por lá era de primeira, em próximas edições ele merece um destaque maior.

     

    Descendo os palcos e indo para o dancefloor, vemos os poucos problemas que rolaram: o número de banheiros insuficiente gerou esperas de até 30 minutos, a ausência de sinal das operadoras de celular fez com que as maquinetas de cartão de crédito parassem de funcionar, formando filas imensas nos caixas, e o camarote sofria um pouco de interferência do Mystic Stage em alguns momentos. Porém, coisas pequenas e aceitáveis para um “primeiro evento” – espera-se que sejam vistos e corrigidos para outras edições.

    Por outro lado, pudemos ver um bar bem estruturado, com atendentes bem humorados e eficientes. A variedade de bebidas era a normal, com duas novidades: o Smirnoff Ice personalizado do evento e os novos Red Bull com sabores – cranberry, blueberry e lime. Os preços eram justos: R$ 5,00 na água, R$ 6,00 na cerveja, R$ 12,00 no energético. Chega a ser engraçado ver que o festival mais mainstream do país pratica preços menores que muita rave por aí.

    Seguranças bem treinados, aliados aos postos médicos bem posicionados foram essenciais para o evento fechar com um número incrível: nenhuma ocorrência foi registrada, e nenhum caso grave precisou ser atendido pelos médicos. Apesar de ser uma festa mainstream, o público se comportou muito bem, e o clima era de alegria e amizade, como em uma boa rave. O perfil de “ostentação” atribuido ao público da Green Valley foi dificilmente notado, o que contribuiu muito para o clima de celebração da festa.

    Saindo do dancefloor e indo para fora da festa, mais um ponto positivo para a estrutura: apesar do grande público, os estacionamentos estavam bem organizados, com filas menores do que as vistas em eventos de mesmo porte, como Tribaltech e XXXperience. Os ambientes de bastidores também merecem elogios: sala de imprensa com conforto, internet wifi, pontos de energia e tudo o que repórteres e fotógrafos precisam para uma boa cobertura. Destaque para o ambiente aonde foram feitas coletivas de imprensa com os DJs: ele eliminou o “caos” em que os palcos ficam, facilitou o nosso trabalho e deu privacidade aos DJs em seus camarins – esta é uma prática que deveria ser copiada por todos os eventos de música eletrônica do país.

    Voltando aos palcos, hora de falar dos artistas. Os 41 DJs e produtores do line-up estavam divididos entre os dois palcos de acordo com a sua linha de som: mainstream no Dream Stage e underground no Mystic Stage. Devido ao público da Green Valley ser muito mais ligado aos artistas pop e ao preconceito que algumas pessoas alimentam contra o superclub, o palco alternativo ficou mais vazio que o principal durante toda a festa, com cerca de 10% do público. Uma pena, já que tivemos apresentações memoráveis nele, como os sets de Magda e Dixon e os lives de Gui Boratto e Robert Babicz. Outro que se destacou por lá foi Al Doyle, do Hot Chip, que fez jus à fama do projeto e mostrou que sabe ler a pista e levar qualquer multidão ao delírio.

    Do outro lado da festa, muitas surpresas – e uma delas negativa, que você com certeza já ficou sabendo por intermédio do Facebook: o DJ set falhadíssimo do Justice. O que aconteceu foi tão impressionante que fica até difícil de explicar para quem não estava lá, muitos dizem que o público não compreendeu ou era “burro demais” para o som, mas isso não é verdade. Das bocas de pessoas que conhecem a história do Justice e viram suas apresentações no Skol Beats 2008 e Sónar SP 2012: foi um dos piores sets da vida deles. Provavelmente jamais saberemos a razão, mas o duo francês estava no DV com uma imensa má vontade, e descontou sua raiva no público. As atitudes estranhas já eram notadas antes mesmo do set começar, pois durante a coletiva de imprensa eles não esconderam o mau humor e distribuiram coices nos repórteres presentes. Na hora de tocar, um som desconexo que perdurou os 90 minutos de apresentação, mostrando que não houve qualquer leitura de pista. O público ainda se esforçou para gostar, pois apesar do set ter sido horrível como um todo, só depois de 1 hora que as primeiras vaias surgiram, graças a um momento em que eles retornaram 4 vezes na mesma virada, demonstrando que realmente estavam pouco se importando com a reação das mais de 15 mil pessoas à frente deles. É fato que o contexto no qual foram inseridos era péssimo: tocar um som conceitual depois de Zedd e antes de David Guetta não seria fácil, mas um bom DJ conseguiria fazê-lo.

    Pois bem, saindo deste momento infeliz e indo para as surpresas positivas, talvez a maior foi Steve Aoki: apesar de ter feito todas as costumeiras palhaçadas (champagne, bolo, bote), o seu som foi mais centrado e sério. Não sabemos se ele está mudando a linha ou foi a responsabilidade de tocar depois do #1 do mundo, mas o fato é que ele tocou um electro mais pesado e dançante. E falando no holandês, Armin van Buuren foi o nome da festa, e mostrou porque sempre está no topo desta lista há anos. Ele assumiu a pista depois de um Calvin Harris bipolar, que alternava entre tracks pesadas recheadas de acid e hits de rádio como Feel So Close e We Found Love, mas não se intimidou: abriu sampleando deadmau5 e usou a primeira hora inteira do seu set só no trabalho de criar a atmosfera perfeita para seu trabalho. Saiu dos 128 bpm e chegou nos 145 bpm com tanta sutileza que o público acompanhou a aceleração e nem mesmo uma chuva forte de 15 minutos conseguiu tirar as pessoas do meio da pista.

    No segundo dia, apesar de David Guetta ter lotado a pista, até mesmo o público dele já está começando a se cansar: o comentário geral foi que ele deixou a desejar, e a noite foi “salva” pelos excelentes sets de Zedd e Hardwell, que apesar de tocarem um big room bem comercial, o fazem com mais seriedade e menos cantores pop americanos. Uma observação particular de quem esteve no Creamfields BA uma semana antes: o set de Guetta foi religiosamente igual nos dois eventos. Mesmo tracklist, mesmos pontos de passada, tudo. Se é dead act ou não, deixo para vocês refletirem.

    No fim das contas, o Dream Valley foi um evento muito positivo para a cena eletrônica brasileira. Apesar dos deslizes aqui citados, no geral o festival foi muito bem executado e deve ser ainda melhor e atrair ainda mais gente na próxima edição, que já foi garantida pela organização. Confira neste link a cobertura fotográfica completa, com mais de 200 fotos.

  • Space B. Camboriú divulga parte do line-up da inauguração, que acontece dia 29/12

    E o mistério começa a acabar: o dia 29/12/12, último sábado do ano, é o dia escolhido para a inauguração da filial brasileira da Space, em Balneário Camboriú. A casa contará com duas pistas principais – uma comercial e outra mais underground, visando abranger um público maior que os outros superclubs da região.

     

    O line-up da festa inaugural começou a ser divulgado hoje. Segundo a assessoria da casa, ainda virão mais 4 “big names” para integrar o time, que já tem os seguintes DJs confirmados:

    Tiefschwarz
    Robert Dietz
    Nic Fanciulli
    Stefano Noferini
    Maycon Schramm
    Camilo Franco
    Rene Amesz
    Carlo Dall’Anese
    Dekko 

    Em breve, a casa deve divulgar o resto do line-up, informações sobre ingressos, horários, entre outras.

  • Terra estréia série Vida de DJ, que contará como é o dia-a-dia destes profissionais

    O Terra lança amanhã, 14/11, um programa inédito na internet, o Vida de DJ. Para os amantes da cena eletrônica, o reality show mostrará ao público a intimidade e o dia a dia dos DJs mais populares da noite e o que fazem quando não estão à frente das pick-ups das principais casas noturnas do Brasil.

     

    Anderson Noise, Renato Cohen, Eli Iwasa, Leiloca Pantoja, Marky, Mau Mau e Patife são alguns dos DJs que participarão do reality show. O Terra exibirá um episódio por semana, com duração de 10 a 12 minutos, às quartas-feiras a partir das 17h no canal do programa. O programa de estreia será com o DJ Marky, um dos pioneiros na música eletrônica no Brasil e considerado internacionalmente como um renovador do estilo drum ‘n bass.

    “A exibição inédita na internet deste reality show soma-se a vários conteúdos de música que o Terra vem transmitindo de forma inovadora ao público brasileiro, como o programa semanal Terra Live Music e shows de artistas internacionais, como Evanescence e Robert Plant, exibidos ao vivo em outubro. Somos cada vez mais referencia no segmento de músicas na internet”, conta Rafael Davini, diretor-geral do Terra no Brasil.

    Além dos bastidores e da rotina diária, os episódios mostrarão as curiosidades de cada personalidade, a preparação do setlist e como os DJs convidados agitam as pistas de dança. No canal especial do Terra, o público também encontrará galeria de fotos, vídeos com o making-off das gravações e a agenda de shows da semana.

    O programa tem patrocínio da Honda e a campanha terá como mensagem principal “Existe Vida Além das Pick Ups”, com intuito de ressaltar e despertar a curiosidade nas pessoas de como é a vida de um DJ quando não está a frente do seu principal ofício: discotecar por festas e eventos.

    Programação

    Marky – 14/11
    Anderson Noise – 21/11
    Zegon – 28/11
    Leiloca Pantoja – 05/12
    Renato Cohen – 12/12
    Mau Mau – 19/12
    RECESSO – 26/12
    RECESSO – 02/01
    Eli Iwasa – 09/01
    Felguk – 16/01
    Wehbba – 23/01
    Patife – 30/01